Capítulo 09

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Estava um clima super estranho no jantar, estávamos comemorando o dia dos pais. Diego havia passado o dia todo fora de casa e chegou há poucos minutos do jantar ser servido, deixando minha mãe um pouco irritada. Sentamos à mesa, todos comiam calados, minha mãe ainda brava com a demora de Diego e papai estava quieto por que dona Fabiana estava nervosa. Até então tudo normal, mas o que me chamou atenção mesmo foi meus irmãos. Eles não estavam brincando e muito menos se falando, Diego estava com uma cara de poucos amigos e quase não mexia em seu prato, já Eduardo estava com um semblante de choro, deu uma pena de ver ele assim, era como se eu estivesse de frente a um espelho do tanto que éramos parecidos fisicamente. Procurei sua mão por debaixo da mesa e a apertei, nós sempre fazíamos isso quando mamãe dava uma bronca na gente, esse era nosso sinal de cumplicidade. Diego foi o primeiro a se retirar da mesa e correu para se trancar em seu quarto. A louça ficou por conta dos gêmeos, coisa que fiquei muito grato, pois teria aquele momento à sós com meu irmão. "Pode desembuchar porque você e Diego estão brigados?" ele me olha com o olho arregalado cheio de àgua. "Não foi nada Bê..." ele me retrucou. "Como nada? Vocês parecem namoradinhos, andam de amor pra cima e pra baixo, agora tão ai se matando?". Eduardo fechou os olhos, soluçou e saiu correndo da cozinha aos prantos. Eu não entendi nada e continuei lavando a louça.

Eu já odiava aquela garota sem conhecê-la. Brenda era uma garota bonita até, mas meu santo não bateu com dela. Eu sabia que era ciúmes principalmente quando ela pulou em Felipe roubando um beijo seu, tudo isso na minha frente. Sei que ela não sabia quem era eu na fila do pão, mas parecia ser proposital. Quando ela termina o beijo ela olha pra mim de cima a baixo.

- Mozão quem é o seu amigo? -  Felipe não sabia onde enfiar a cara, ele começou a ficar vermelho, sorte que tinha sol naquele dia.

- Ah Brenda esse aqui é o Bê-Bernardo, ele é o cara que divide o apê comigo, Bernardo essa é a Brenda. -  Cai de nível feio, de amor da vida fui rebaixado ao cara que divide o apê, devo não ter uma cara muito boa porque a Brenda sorriu. 

- Oi Bernardo prazer em finalmente conhece-lo, eu sou a mãe do filho dele, você já contou pra ele amor? 

Além de melosa, ela parecia ser sínica, ou aquela guria sabia quem eu era ou não sei, a forma que ela me olhava era muito diferente. 

- Já contei sim, Brenda você tem algo pra falar comigo? É que eu to atrasado...-  Felipe estava desconfortável e era visível, todos os alunos já haviam entrado naquele momento. 

- Não amor, não é nada eu vim falar com uma amiga e vi vocês dois conversando, imaginei que esse era o Bernardo, já que ele está de jaleco branco e todos esses livros de medicina.- Ok aquela garota sabia muita coisa de mim, Felipe ficou estático por alguns segundos mas logo se recompôs. 

- Bernardo a gente se vê a noite então - ele estica o braço pra um aperto de mão. Ele sempre me cumprimentava com um abraço, me senti tão mal com aquilo. 

- Ah amor eu ia esquecendo, já aluguei uma casa pra gente e não se preocupe que meu pai vai pagar até você arrumar um emprego... - Minha boca caiu aberta, aquela garota sabia jogar, fiz o fino e resolvi me retirar minha garganta fechou e quando isso acontece é certeza que eu ia chorar igual menino novo. 

- Hum gente... então até mais! - Não esperei pra ver a reação do Felipe mediante ao comentário daquela cobra, às lágrimas iam caindo sem pedir licença, eu respirava fundo, corri dali o mais rápido possível. Felipe iria sair de casa e pior a vaca sabia quem eu era e o pior que eu não sabia o quanto ela estava a par.

Após me recompor no banheiro, eu fui pra aula, deveria ter ido pra casa dormir porque eu não tinha aprendido nada. A tal da Brenda não saia da minha cabeça, ela sabia alguma coisa sobre mim. Cheguei ao meu apartamento, jantei macarronada e liguei pro Rafa:

Dois Príncipes e uma História.Onde histórias criam vida. Descubra agora