Capítulo 05

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Apesar de ser 3 anos mais velho que eu, Rafael era como um irmão pra mim éramos melhores amigos. Eu estava feliz, ele iria passar aquele fim de semana conosco. Diego e Eduardo foram ao mercado para mamãe, meus pais ainda estavam no escritório. Nós estávamos na piscina, até aquele dia eu não tinha percebido o quanto Rafael estava encorpado, estava mais alto, mais forte, seu corpo se assemelhava com o do meu irmão mais velho. Uma vontade absurda de beija-lo me inundou, mal sabia eu que aquele dia daríamos nosso primeiro beijo.

Eu soquei seu braço e começamos uma lutinha besta de garotos. "Não é ela... é ele..." eu falo já ofegante. 

- O QUÊ?-  ele pergunta ainda ofegando, ele não tinha entendido o que eu falei - Ele o que Bê?

Passei a mão em meus cabelos, toda minha coragem havia sumido. 

- É ele... eu... eu to gostando de um cara Rafael.

Sabe aquele momento em que tudo congela? Eu não tive mais coragem de encara-lo, apesar do nosso beijo eu sabia que ele não era homofóbico, mas ele fez uma cara de descrença.

- Porra Bê... você também? Porra não vai me dizer que foi por causa daquele beijo que eu te dei? - Ele nunca tinha falado daquele beijo, ele sempre fingia que nada tinha acontecido. 

- Lógico que não cara, eu sempre fui hétero, mas eu não sei de umas semanas pra cá eu ando meio confuso... esse cara eu não sei, mexeu com a minha cabeça...

Ele ainda estava perplexo, apenas fitava o horizonte em silêncio. Passados alguns segundos ele me pergunta um tanto receoso quem é o cara. 

- Velho eu não sei como e nem quando aconteceu, mas é um amigo meu que divide apartamento comigo. Eu estava desanimado e constrangido . 

- Puta que pariu Bernardo você gosta mesmo de uma confusão... porra ainda mais o cara mora com você? E sua namorada ela o conhece?-  ele diz sentando na mesma pedra que eu. 

- Conhece até demais, pelo que ouvi eles são tipo amigos de infância, ele namorou as primas delas...

Foi ai que um pensamento me pegou, será que Felipe estava com as garotas em Porto Alegre? Aquele dia do churrasco Clara não parava de dar em cima dele. "Porra cara será?" Eu pensei alto e corri até a barraca, iria ligar naquele momento para Luiza, um ciúme, um sentimento de posse começou a me rondar. 

- Bê você ta louco? Bê espera! -  Rafael gritou atrás de mim. 

Meu celular estava descarregado com toda raiva que eu estava do Felipe eu não carreguei meu telefone desde que tinha chego de viagem. Merda! "Porra de celular de merda!". 

- Ou campeão calma ai porque essa raiva repentina?-  Meu primo já não estava entendendo nada. 

- Ah cara to achando que o Felipe viajou com a minha namorada! -  Ele estava sério, então do nada teve um ataque de risos, me deixando mais puto do que eu já estava. 

- Velho tu ta apaixonado pelo cara que ta pegando tua mulher?-  Eu dei um tapa na nuca dele. 

- Lógico que não né, Luiza nunca me trairia eu acho, mas tem uma prima dela que ainda é gamada nele.

- Puta merda esse cara deve ter a pica das galáxias, mas me conta como você conheceu ele Bernardo?Era isso que eu amava naquele cara, aquele era o verdadeiro Rafa, eu tinha meu amigo de volta.

Contei todos os acontecimentos do ultimo mês a aparição de Felipe, como ele era lindo (nessa hora meu primo fez uma cara de nojo kkkkkk), o dia da sunga e do churrasco, a noite que dormi em seu peito, seu sumiço repentino e claro como ia de mal a pior meu relacionamento com Luiza. 

Dois Príncipes e uma História.Onde histórias criam vida. Descubra agora