Capitulo 4

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Como estava sem celular para despertar
acabei acordando atrasada, já eram 7:20 não
daria tempo nem de tomar banho, que raiva!
Eu pegaria um café na rua mesma, só me
troquei rapidamente peguei a chave do carro,
meus materiais da academia e sai, estava com
a mente em outro lugar, e acabei errando a rua,
advinha em que rua eu estava? Exatamente
onde o escritório do cretino ficava, não resiste e
acabei olhando, e vi ele sair do seu carro,
estava cabisbaixo e com olheiras horríveis,
parecia não ter dormido nada a noite, eu acho
que peguei pesado demais com ele... Não, não
mesmo! Não é possível que eu ia continuar
sendo tão idiota assim, ele mesmo disse que
não estava pronto para aquilo, e ele estava
pronto para o que? Sexo no escritório, dentro
do carro ou na banheira? Por mais que eu
amasse essa vida picante eu também queria
ter um relacionamento, eu queria voltar a ser a razão de alguém, eu queria ter alguém para
ligar no dia dos namorados, alguém que eu
pudesse dar boa noite e dizer um eu te amo
final da mensagem, queria passear de mãos
dadas, almoçar com a família aos domingos,
mas eu não consegui isso, e agora ia ter que
pagar com as consequências da minha
escolha. Cheguei no hospital e hoje o trabalho
seria sério, fui logo recebia por Martin.
Martin - Bom dia doutora, está pronta para seu primeiro dia?

Lydia - Estou mais que pronta.

Achei que iriamos logo para a UTI, mas no
caminho paramos na área da pediatria, eu não
curtia muito crianças, mas a cena que vi lá
dentro foi linda, vários médicos vestidos de
palhaços animando as crianças, Murilo estava
entre eles, divertindo-se junto com as crianças,
aquilo era lindo de se ver, queria poder me
juntar a eles, mas logo a farra acabou, era hora
de tomar os remédios, senti um puxão em meu
jaleco, quando olho para baixo tinha uma
menina puxando o mesmo, seus olhos eram
enormes e negros, eu amava olhos daquele
jeito, ela aparentava ter no máximo três anos, estava fazendo tratamento de quimioterapia
pelo jeito, pois não havia nenhum fio de cabelo,
eu me abaixei tentando ficar a altura dela.

Lydia - Oi princesa.

Ela sorriu para mim e me entregou um livro.

Criança - Lê pra gente?

Sua voz era tão doce e baixa, e seus olhos
eram penetrantes, não pude recusar, ele pegou
em minha mão e me puxou para o meio da
sala, eu morria de vergonha de falar em
publico, enquanto estávamos ali paradas todas
as crianças já haviam tomado sua medicação
então resolvi começar a ler, era a historia da
Branca de Neve.

Lydia - Era uma vez em um Reino muito
distante, o Rei e a Rainha se amavam como
nenhum outro casal, e do fruto desse amor
nascera uma linda princesa, sua pele era
branca como a neve, seu cabelo negro como a
noite, e seus olhos azuis como o mar, então
resolveram chama-la de Branca de Neve, o
casal viveu feliz até sua pequena completar 5
anos de idade, a Rainha acabou morrendo por
uma doença de época, o Rei e sua filha ficaram desolados, 13 anos se passaram, a princesinha
já estava crescida, passava a maioria das
manhas cantando no pátio com os pássaros,
até que um dia notou que havia um príncipe a
olhando "alguém ai?'' ela perguntou mas
ninguém disse nada, ela resolveu então entrar,
dando de testa com seu pai e uma mulher, a
princesinha ficou confusa, não tinha ideia do
que estava acontecendo, foi ai então que seu
pai anunciou que se casaria novamente, mas
aquela esposa não tinha nada para ser uma
boa pessoa, ela era má, egoísta, e tinha uma
fixação por ser a mais bela de todas, até que
um dia consultou seu espelho magico e nele foi
revelado que a mais bela de todas era Branca
de Neve, seu primeiro impulso foi mandar
mata-la, um caçador levou a princesa até a
floresta mas não teve coragem de mata-la a
deixou ir, vagando pela floresta encontrou uma
casa, era muito pequena e não havia ninguém
e então resolveu entrar, era a casa de sete
anões que trabalhavam recolhendo ouro nas
minas, a princesinha estava exausta e acabou
dormindo na caminha dos anões, eles
chegaram e se assustaram com uma bela
moça em sua casa, mas logo todos ficaram muito amigos, ela viveu feliz lá por alguns dias,
mas a bruxa má acabou descobrindo que
Branca ainda estava viva, e dessa vez resolveu
ela mesma ir fazer o serviço, envenenou uma
maça e se disfarçou de velha, enganando
Branca de Neve que comeu a maça e
desmaiou em sono profundo, mas as maldades
da Bruxa não ficariam impunes, enquanto fugia
da casa dos anões sua carruagem perdeu o
controle fazendo com que ela morresse ai cair
de um penhasco, os anões voltaram para casa
e ficaram espantados ao encontrar a princesa
naquele estado, acharam que ela estava morta
então a colocaram em um caixão de vidro e
fizeram seu funeral, não tardou muito e chegou
o tal príncipe que ficara admirando a bela de
longe, vendo o estado em que se encontrava
deu um beijo apaixonado na princesa, fazendo
com que assim ela acordasse de seu sono
profundo, apenas o amor verdadeiro a livraria
desse feitiço, o príncipe a levou de volta ao
Reino, se casou com ela e viveram felizes para
sempre. – Quando olhei ao redor notei que
algumas crianças haviam pegado no sono,
Martin veio até mim.

Martin - Seu trabalho já esta feito aqui, vamos continuar.

A equipe de médicos saiu da sala e deixaram
as crianças aos cuidados das enfermeiras,
chegamos a UTI e havia uma senhora entrando
em AVC, não havia ninguém lá a não ser eu e
meu chefe, rapidamente fiz uma massagem
cardíaca tentando traze-la de volta, usamos até
o desfibrilador, e graças a Deus ela voltou a
consciência, eu não acreditava no que havia
acabado de fazer, eu salvei uma vida, nunca
havia me sentido tão realizada assim, tudo se
acalmou em instantes e não havia mais nada a
fazer, como estava de cabeça quente não teria
animo para treinar, então pedi a meu chefe que
eu ficasse trabalhando até as 18 horas, ajudei
no que podia em todo o hospital, acabou sendo
um dia muito corrido e cansativo, no final do
expediente eu estava morta, só queria dormir a
noite toda e esquecer a noite passada, meu
grupo de trabalho vieram até mim todos
sorridentes, Murilo era super galã, encostou em
meu ombro e sorriu.

Murilo - Hoje o dia foi puxado, tá afim de um happy-hour?

Lydia - Ai bem que eu gostaria, mas eu estou
um caco, eu vou para casa mesmo, quem sabe
amanhã.
Me despedi, e resolvi dar uma caminhada na
praia, colocar os pés na areia poderia me fazer
bem... ou não. Estava caminhando a alguns
minutos e ouço chamarem meu nome, quando
olho para trás era Dylan vindo em minha
direção, eu não acredito que isso estava
acontecendo.

Dylan - Oi. – Ele chegou próximo a mim todo sem jeito.

Lydia- Oi. – Respondi o mais seca que
consegui.

Dylan - Eu não achei que te veria aqui, mas estou muito feliz em te ver.

Lydia - É eu também não esperava.

Dylan - Por favor Lydia, me escuta.

Lydia - Pode falar.

" Lydia " pra ele falar meu nome a porra estava séria.

Dylan - Sobre ontem... Eu não sei o que deu em mim, eu estou apaixonado por você, eu sempre estive apaixonado por você, e eu só quero... Outra chance.

Lydia - Outra chance? Você disse que não estava pronto pra isso Dylan.

Dylan - Eu sei o que eu disse, mas depois que você foi embora, meu mundo desabou, eu quis te gritar, correr atrás de você.

Lydia - E por que não foi?

Dylan - Por acaso adiantaria?

Lydia - Não!

Dylan - Por isso exatamente eu não fui, admito que fui covarde e não queria levar outro fora, mas é sério, me desculpa, me dá outra chance.

– Nesse momento ele se ajoelha aos meus pés, eu queria rir mas achei melhor não.

Lydia - Deixa de ser ridículo e levanta dai Dyll. Eu não quero nada agora, foi ótimo o dia que passamos, mas eu prefiro não passar disso.

Dylan- O que?

Ele se levanta do chão, e me olha espantado.

Lydia – Isso mesmo que você ouviu, eu não sou mais aquela garotinha de 18 anos apaixonada que eu era, eu mudei, e se você não pode lidar com minha mudança não posso fazer nada, você mesmo disse que não está pronto, então eu também não estou.

Uou, não acredito que eu consegui falar isso, ele ficou lá estático na minha frente, acho que pensou que eu o perdoaria como sempre fiz antes... Mas não desta vez, sai de perto dele e andei em direção a uns táxis.

Dylan – Lyd espera...

Não dei ouvidos e fui embora dali, só queria que esse dia acabasse logo

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Não dei ouvidos e fui embora dali, só queria que esse dia acabasse logo.

Pra ValerOnde histórias criam vida. Descubra agora