Lydia acabou de se formar em fisioterapia, conseguiu um emprego em um dos melhores hospitais de São Paulo, mas pra isso teve que deixar suas amigas e sua família para trás. Lá ela reencontra um antigo amor, Dylan. Mas nem tudo serão só flores, ela v...
Como estava sem celular para despertar acabei acordando atrasada, já eram 7:20 não daria tempo nem de tomar banho, que raiva! Eu pegaria um café na rua mesma, só me troquei rapidamente peguei a chave do carro, meus materiais da academia e sai, estava com a mente em outro lugar, e acabei errando a rua, advinha em que rua eu estava? Exatamente onde o escritório do cretino ficava, não resiste e acabei olhando, e vi ele sair do seu carro, estava cabisbaixo e com olheiras horríveis, parecia não ter dormido nada a noite, eu acho que peguei pesado demais com ele... Não, não mesmo! Não é possível que eu ia continuar sendo tão idiota assim, ele mesmo disse que não estava pronto para aquilo, e ele estava pronto para o que? Sexo no escritório, dentro do carro ou na banheira? Por mais que eu amasse essa vida picante eu também queria ter um relacionamento, eu queria voltar a ser a razão de alguém, eu queria ter alguém para ligar no dia dos namorados, alguém que eu pudesse dar boa noite e dizer um eu te amo final da mensagem, queria passear de mãos dadas, almoçar com a família aos domingos, mas eu não consegui isso, e agora ia ter que pagar com as consequências da minha escolha. Cheguei no hospital e hoje o trabalho seria sério, fui logo recebia por Martin. Martin - Bom dia doutora, está pronta para seu primeiro dia?
Lydia - Estou mais que pronta.
Achei que iriamos logo para a UTI, mas no caminho paramos na área da pediatria, eu não curtia muito crianças, mas a cena que vi lá dentro foi linda, vários médicos vestidos de palhaços animando as crianças, Murilo estava entre eles, divertindo-se junto com as crianças, aquilo era lindo de se ver, queria poder me juntar a eles, mas logo a farra acabou, era hora de tomar os remédios, senti um puxão em meu jaleco, quando olho para baixo tinha uma menina puxando o mesmo, seus olhos eram enormes e negros, eu amava olhos daquele jeito, ela aparentava ter no máximo três anos, estava fazendo tratamento de quimioterapia pelo jeito, pois não havia nenhum fio de cabelo, eu me abaixei tentando ficar a altura dela.
Lydia - Oi princesa.
Ela sorriu para mim e me entregou um livro.
Criança - Lê pra gente?
Sua voz era tão doce e baixa, e seus olhos eram penetrantes, não pude recusar, ele pegou em minha mão e me puxou para o meio da sala, eu morria de vergonha de falar em publico, enquanto estávamos ali paradas todas as crianças já haviam tomado sua medicação então resolvi começar a ler, era a historia da Branca de Neve.
Lydia - Era uma vez em um Reino muito distante, o Rei e a Rainha se amavam como nenhum outro casal, e do fruto desse amor nascera uma linda princesa, sua pele era branca como a neve, seu cabelo negro como a noite, e seus olhos azuis como o mar, então resolveram chama-la de Branca de Neve, o casal viveu feliz até sua pequena completar 5 anos de idade, a Rainha acabou morrendo por uma doença de época, o Rei e sua filha ficaram desolados, 13 anos se passaram, a princesinha já estava crescida, passava a maioria das manhas cantando no pátio com os pássaros, até que um dia notou que havia um príncipe a olhando "alguém ai?'' ela perguntou mas ninguém disse nada, ela resolveu então entrar, dando de testa com seu pai e uma mulher, a princesinha ficou confusa, não tinha ideia do que estava acontecendo, foi ai então que seu pai anunciou que se casaria novamente, mas aquela esposa não tinha nada para ser uma boa pessoa, ela era má, egoísta, e tinha uma fixação por ser a mais bela de todas, até que um dia consultou seu espelho magico e nele foi revelado que a mais bela de todas era Branca de Neve, seu primeiro impulso foi mandar mata-la, um caçador levou a princesa até a floresta mas não teve coragem de mata-la a deixou ir, vagando pela floresta encontrou uma casa, era muito pequena e não havia ninguém e então resolveu entrar, era a casa de sete anões que trabalhavam recolhendo ouro nas minas, a princesinha estava exausta e acabou dormindo na caminha dos anões, eles chegaram e se assustaram com uma bela moça em sua casa, mas logo todos ficaram muito amigos, ela viveu feliz lá por alguns dias, mas a bruxa má acabou descobrindo que Branca ainda estava viva, e dessa vez resolveu ela mesma ir fazer o serviço, envenenou uma maça e se disfarçou de velha, enganando Branca de Neve que comeu a maça e desmaiou em sono profundo, mas as maldades da Bruxa não ficariam impunes, enquanto fugia da casa dos anões sua carruagem perdeu o controle fazendo com que ela morresse ai cair de um penhasco, os anões voltaram para casa e ficaram espantados ao encontrar a princesa naquele estado, acharam que ela estava morta então a colocaram em um caixão de vidro e fizeram seu funeral, não tardou muito e chegou o tal príncipe que ficara admirando a bela de longe, vendo o estado em que se encontrava deu um beijo apaixonado na princesa, fazendo com que assim ela acordasse de seu sono profundo, apenas o amor verdadeiro a livraria desse feitiço, o príncipe a levou de volta ao Reino, se casou com ela e viveram felizes para sempre. – Quando olhei ao redor notei que algumas crianças haviam pegado no sono, Martin veio até mim.
Martin - Seu trabalho já esta feito aqui, vamos continuar.
A equipe de médicos saiu da sala e deixaram as crianças aos cuidados das enfermeiras, chegamos a UTI e havia uma senhora entrando em AVC, não havia ninguém lá a não ser eu e meu chefe, rapidamente fiz uma massagem cardíaca tentando traze-la de volta, usamos até o desfibrilador, e graças a Deus ela voltou a consciência, eu não acreditava no que havia acabado de fazer, eu salvei uma vida, nunca havia me sentido tão realizada assim, tudo se acalmou em instantes e não havia mais nada a fazer, como estava de cabeça quente não teria animo para treinar, então pedi a meu chefe que eu ficasse trabalhando até as 18 horas, ajudei no que podia em todo o hospital, acabou sendo um dia muito corrido e cansativo, no final do expediente eu estava morta, só queria dormir a noite toda e esquecer a noite passada, meu grupo de trabalho vieram até mim todos sorridentes, Murilo era super galã, encostou em meu ombro e sorriu.
Murilo - Hoje o dia foi puxado, tá afim de um happy-hour?
Lydia - Ai bem que eu gostaria, mas eu estou um caco, eu vou para casa mesmo, quem sabe amanhã. Me despedi, e resolvi dar uma caminhada na praia, colocar os pés na areia poderia me fazer bem... ou não. Estava caminhando a alguns minutos e ouço chamarem meu nome, quando olho para trás era Dylan vindo em minha direção, eu não acredito que isso estava acontecendo.
Dylan - Oi. – Ele chegou próximo a mim todo sem jeito.
Lydia- Oi. – Respondi o mais seca que consegui.
Dylan - Eu não achei que te veria aqui, mas estou muito feliz em te ver.
Lydia - É eu também não esperava.
Dylan - Por favor Lydia, me escuta.
Lydia - Pode falar.
" Lydia " pra ele falar meu nome a porra estava séria.
Dylan - Sobre ontem... Eu não sei o que deu em mim, eu estou apaixonado por você, eu sempre estive apaixonado por você, e eu só quero... Outra chance.
Lydia - Outra chance? Você disse que não estava pronto pra isso Dylan.
Dylan - Eu sei o que eu disse, mas depois que você foi embora, meu mundo desabou, eu quis te gritar, correr atrás de você.
Lydia - E por que não foi?
Dylan - Por acaso adiantaria?
Lydia - Não!
Dylan - Por isso exatamente eu não fui, admito que fui covarde e não queria levar outro fora, mas é sério, me desculpa, me dá outra chance.
– Nesse momento ele se ajoelha aos meus pés, eu queria rir mas achei melhor não.
Lydia - Deixa de ser ridículo e levanta dai Dyll. Eu não quero nada agora, foi ótimo o dia que passamos, mas eu prefiro não passar disso.
Dylan- O que?
Ele se levanta do chão, e me olha espantado.
Lydia – Isso mesmo que você ouviu, eu não sou mais aquela garotinha de 18 anos apaixonada que eu era, eu mudei, e se você não pode lidar com minha mudança não posso fazer nada, você mesmo disse que não está pronto, então eu também não estou.
Uou, não acredito que eu consegui falar isso, ele ficou lá estático na minha frente, acho que pensou que eu o perdoaria como sempre fiz antes... Mas não desta vez, sai de perto dele e andei em direção a uns táxis.
Dylan – Lyd espera...
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Não dei ouvidos e fui embora dali, só queria que esse dia acabasse logo.