S E V E N

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- Filho? Acorde! - Escuto uma voz feminina me chamar.

- O que? - Abro os olhos e vejo minha mãe - Mãe?

- Por que você não dormiu no seu quarto?

- É.. É que-

- Felipe? - Uma voz doce, sonolenta e um pouco fina me chama, olho em direção as escadas e dou de cara com Rafael com uma cara de sono, segurando o ursinho e limpando os olhos.

- Felipe? - Minha mãe olha para mim com uma cara de: o que é isso garoto? - Quem é ele?

Rafael cora, coloca o urso na sua frente tampando seu rosto.

- Mãe eu.. Posso conversar com você?

Ela faz sim com a cabeça e nós fomos para a cazinha.

- Você contratou uma lolita enquanto eu estava fora?

- Mãe, ele não é uma lolita, ele só... Gosta de usar roupas femininas - Olho para o chão. - Eu não contratei ele, ele é meu amigo da escola.

Ela me olha com os braços cruzados, eu já estava pronto para escutar o sermão, mas por incrível que pareça ela não falou nada, muito pelo contrário, ela foi fazer sanduíches.

- Pergunte ao seu amigo se ele quer um sanduíche.

- Você não vai brigar comigo?

- Por que brigar? Você não fez nada. - Sorri.

Dou um beijo em sua bochecha e volto para sala onde Rafael estava no mesmo lugar.

- Hey little girl, sente aqui. - Dou tapas leves no sofá. - Mamãe vai fazer sanduíches.

Devagar ele se aproxima, senta ao meu lado e deita em meu peito.

- Você me chamou de little girl. - Ele cora.

- Você não gostou?

- Sim, eu gostei. - Sorri.

Começo a brincar com os fios de seus cabelos, mamãe chega e coloca os sanduíches na mesinha que tinha no centro da sala.

- Bom crianças, vou dormir, estou muito cansada. Até mais tarde e prazer em conhecer você Rafael. - Ela sorri e ele cora.

- Até depois senhora.

- Por favor senhora não, eu não sou tão velha assim, me chame de Eva ok?

- Ok senho- Eva. - Sorri e começa a subir as escadas.

Pego o prato com os sanduíches e coloco em meu colo, pego o meu e o Rafa pega o dele.

Eu não tinha repardo ainda, ele é lindo, quando acorda fica ainda mais lindo. Acho que minhas borboletas ficariam com inveja dela, minha borboleta favorita, ela seria a borboleta mais bonita de todas.

- Eu tive um sonho. - Ele sorri.

- Como?

- Você estava lá. - Morde o seu sanduíche. - E várias borboletas ao redor de nós, voando, numa sincronia linda. - Morde de novo. - E.. A gente se beijava. - Ele cora.

Sorrio e me aproximo mais dele, ele estava mais vermelho que um tomate, e eu gostava de como ele ficava lindo corado.

Minhas mãos vão para sua bochecha, nossos lábios se encontram, um beijo calmo.

Eu amo beija-lo e sentir o gosto doce que tinha seus lábios, sentir o gelado que era seus lábios, macio.

- Meninos eu não consigo dormir, vocês... OH MEU DEUS!

Nos separamos rapidamente, essa era a hora de eu ficar corado, Rafael já estava com a bochechas queimando.

- MÃE!

- Eu não vi nada, só vim pegar um pouco de café.

Sorrio, Rafa escondia as bochechas com as mãos.

- Eu só queria assistir um filme com vocês já que eu não consigo dormir.

- Vem cá dona Eva, vamos assistir um filme.

E assim foi a manhã inteira, quase nem prestamos atenção no filme, Eva conversava com Rafael e eu morria de vergonha do outro lado so sofá quando ela falava coisas de quando eu era criança.

Depois de tudo, Eva finalmente foi dormir e eu fui levar Rafael para casa.

Butterfly//CellpsOnde histórias criam vida. Descubra agora