Capítulo 2

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Capítulo 2 - A sorte foi lançada

A festa estava linda! As pessoas estavam circulando e conversavam animadas. Havia celebridades, modelos, atrizes e pessoas importantes do mundo da moda. A inauguração da Maison Disclose estava sendo um verdadeiro sucesso.

Jennifer e Clara não paravam por muito tempo em um mesmo lugar. Com tantas pessoas famosas reunidas, claro, que não faltavam repórteres. Alguns, em especial, Clara estava tentando evitar o máximo, pois sabia bem por que estavam ali. Ela podia apostar tudo que tinha que não era por causa de seus negócios. Não mesmo! Nem tampouco pelo talento excepcional da Jennifer.

As aves de rapina só queriam especular sobre sua vida pessoal. Nunca se cansavam de persegui-la. Ela não conseguia entender tal fixação deles. Sabia que estava em Los Angeles, classificada a sexta cidade mais economicamente poderosa do mundo centro mundial de negócios, comércio internacional, entretenimento, cultura, mídia, moda, ciência, tecnologia e educação. Sendo o lar de instituições de renome mundial cobrindo um vasto leque de campos profissionais e culturais e um dos motores mais importantes da economia dos Estados Unidos.

Mas, nada disso lhe obrigava a submeter-se nas armadilhas de uma imprensa perniciosa. Hoje mais do nunca não cooperaria com eles. Não alimentaria a fome de intrigas deles.

─ Um jantar por seus pensamentos ─ Clara voltou-se e ficou de frente para o dono daquela voz. Ben Lawrence, seu ex-namorado. Ótimo!

─ Como vai Ben? Que bom que veio nos prestigiar.

─ Clara, você sabe muito bem que vim por sua causa. Sinto sua falta!

─ Ben, já falamos sobre isso e nada mudou de minha parte.Além do que, este não é ambiente para essa conversa. Ahn... Por favor, fique a vontade sim. Preciso ver o que a Audrey deseja. Ela está me fazendo sinal.

Despediu-se dele com um beijo casto no rosto. E foi rapidamente ao encontro da Audrey. Aproximou-se e a mesma a recebeu com um abraço.

─ Tudo bem? Algum problema com o "Ben 10" ali? ─ Clara tentou não rir, mas falhou terrivelmente.

─ Audrey Stranhan Cooper! Você é terrível. Mas também é minha heroína!

─ Bom. Sabe que faço meu melhor! Sua segurança em primeiro lugar.

Um sorriso divertido brilhava em seus olhos. Mas, as duas sabiam da veracidade desta afirmação. Para todos que conheciam a Clara, com exceção da Jennifer, a Audrey era uma amiga inseparável. O que ninguém sabia era que a Audrey era sua segurança particular. Nem tampouco que era exímia atiradora e treinava Muay thai*. Há dois anos Clara recebera uma ameaça anônima com teor sexual e agressivo. Ficou muito assustada e por isso resolveu contratar profissionais para fazer sua segurança. Jennifer lhe ajudou nessa busca e foi assim que chegaram a Audrey. O fato de ela ser mulher era perfeito sob dois aspectos: o perseguidor não desconfiaria de seu papel e a própria Clara sentia-se mais a vontade com ela do que com qualquer um daqueles homens que mais pareciam guarda roupas de tão grandes. Sentia-se incomodada na presença de homens intimidantes.

 Mas, entre elas nasceu uma amizade verdadeira. Fazendo o disfarce acima de qualquer suspeita.

─ E falando nisso ─ Audrey voltou a falar ─ Preciso conversar com você amanhã amiga, sobre alguns ajustes que serão necessários. Tudo bem?

─ Claro Audrey. Sabe que estou sempre a sua disposição. Conversaram mais um pouco e depois voltaram a circular na festa. Audrey sinalizou para os que a ajudavam a guardar o perímetro e foi procurar um lugar tranquilo para fazer uma ligação. Precisava colocar em andamento seus planos.

Sabia que Clara iria relutar contra sua ideia, mas, faria de tudo para convencer sua amiga de que era o melhor a ser feito. Já há algum tempo vinha desconfiando que houvesse muito mais por trás do assédio sofrido por Clara. Começou a investigar mais detalhadamente todos os elementos que tinha em seu conhecimento. E na busca por respostas acabou esbarrando em algo que a deixou extremamente preocupada. Por isso, resolveu pedir ajuda para alguém em quem confiava sua vida de olhos fechados! Pegou o celular e discou o número particular dele.

─ Olá pequena, a que devo a honra de sua ligação? Não me diga que está em apuros ─ Sorriu por causa do apelido que seu irmão Miguel insistia em chamá-la mesmo depois de adulta. Como era bom ouvir a voz dele.

─ Oi mano, sabe que posso me esquivar muito bem de todos esses músculos que você ostenta não é? ─ Disse provocando-o. Ele sorriu de seu atrevimento.

─ Mas liguei porque preciso muito de sua ajuda.

─ Diga o nome do filho da puta e ele será um homem morto ─ Audrey riu dele e de sua mania de querer protegê-la, como se ela mesma, não pudesse fazer.

─ Calminho aí senhor homem das cavernas. Há uma donzela em perigo sim, mas não sou eu!

─ Adiante Audrey! Pra você ter me ligado sei que não foi pra que eu fosse subir ao telhado e resgatar um gatinho em perigo. O que está lhe preocupando pequena?

─ Bom, se quer saber não é um gatinho. É uma tremenda gata! ─ O safado gargalhou do outro lado. Audrey contou tudo que era possível naquele momento ao Miguel e ele como sempre conseguiu deixá-la mais tranquila e confiante de que tudo sairia bem. Combinaram que ele viria à seu encontro dali há alguns dias. Isso daria tempo suficiente pra falar com a Clara. E que o Miguel pudesse encerrar seus compromissos. Não sabia bem em que parte do país ele estava no momento. Pra falar a verdade não sabia nem se ele se encontrava dentro do país.

*Boxe tailandês. Disciplina física e mental que inclui golpes de combate em pé conhecida como "a arte das oito armas", pois caracteriza-se pelo uso combinado de punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés, estando associada a uma boa preparação física que a torna uma luta de contato total bastante eficiente.

É você a luz ( Em Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora