Capítulo 04

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Eu estava no porta-malas de um carro. Porque? Ainda não descobri.
     A ultima coisa de que me lembro é de estar na sala de casa. E de um Palhaço, depois, eu apaguei.
    
Senti o carro parar e reparei que minhas mãos estavam amarradas. Ouvi passos pesados se aproximando do porta-malas.

O porta-malas se abre.
- Olá garoto! - o Palhaço me olha maldosamente.
- O que você quer? Porque me trouxe até aqui?
- Quero atrair Lucia e Peter pra cá. - ele responde.
- Porque?
- Assunto meu. - ele fala me puxando para fora do porta-malas.
    
Ele me desamarra.
- Se quiser correr. Pode ir. Mas se isso acontecer... você e sua família vão sofrer as consequências.
- Vou cooperar. - falo.
- Quem bom. - ele me leva para dentro de uma casa.
     So agora noto onde estou. Um lugar deserto. Florestas rodeando uma antiga casa.
     Ele aponta para a casa e diz:
- Fique a vontade! - diz sorrindo.
- Vai ser difícil. - falo.
- Como é mesmo seu nome?
- Matew.
- Você vai se dar super bem com a minha filha. - diz ele sorrindo.
- Papai? - ouço uma voz feminina.
     Me viro em direção á voz e vejo uma garota. Cabelos dourados, pele clara e olhos castanhos.
- Pai... quem é esse? - ela pergunta.
- An... um... - ele aparentemente não havia contado para a filha que sequestrava pessoas, e com razão, ela iria ficar super magoada.
- Sou seu primo. - eu falo.
     O Palhaço olha pra mim sem entender e depois me agradece com a cabeça.
- Não sabia que eu tinha primos. - ela fala.
- Grace... querida... o jantar ja estar pronto? Ele vai ficar com a gente por um tempo.
- Por que você ta fantasiado? Que eu saiba em dia de hoje você não trabalha. - ela fala cruzando os braços.
- Grace, ouve um imprevisto.
- Que eu saiba não temos ruivos na familia. Por que ele é ruivo?
     Cheia de questionamentos... gostei.
- Grace, ja chega. Cozinha. Agora!
     Ela olha pra mim e vai para a cozinha.
- Ela não sabe o que você faz? - pergunto.
- Não. Ela ja sofreu muito. Obrigado. - ele fala tirando a roupa de palhaço. - venha. Vou lhe mostrar seu quarto.
- Vou ter um quarto ao invés de uma cela?
- Meu caro, ja lhe falei. Se quiser ir embora, a porta estar ali. Mas se lembre, você e sua família irão pagar.
- Mas por que eu? Por que não a Anne? Não era atrás dela que você estava?
- Na verdade era de Peter e Lucia. Mas acabei incluindo Anne nisso. E sequestrei você... por que sei que Anne vai vim atrás de você, e Peter virá junto.
- Não entendo por que quer eles.
- Não precisa entender e não vai. Veja. Aqui é o seu quarto.
     Olhei dentro do quarto. Era muito aconchegante. Uma cama de madeira, uma escrivaninha, uma comoda e um guarda-roupas, que estava cheio de roupas.
     O Palhaço olhou pra mim enquanto tirava sua maquiagem.
- Se sinta a vontade.
- Claro. Vou sim. - falei ironicamente.
- Pai... an... e primo? Jantar na mesa. - Grace chama.
- Vamos. - o palhaço fala.

                         ★

     Primo? Certo. Claro que eu caí nessa, pai. Não tem ruivos na familia. Mas... quem será esse garoto?
- A comida estava otima... an... Grace?
- Sim, a propósito, qual o seu nome?
- Matew. - ele fala.
- Querida, vou dormir. Amanhã tenho um longo dia. Você lava os pratos?
- Sim, papai!
     Ele sai. Essa é a minha chance de perguntar quem ele realmente é.
- Me ajude com a louça. - falo.
- Certo.
     Eu lavava os pratos e ele secava.
- Me diga. Quem você realmente é?
     Ele deixa um prato cair no chão e quebrar.
- Ai que droga. - ele fala.
     Começamos a catar os cacos.
- Você não me respondeu.
- Eu... bem... Ai!
     Vejo a mão dele e está sangrando. Mas que cara desastrado.
- Você ta bem? - pergunto.
- Não. É melhor eu fazer um curativo.
- Deixa. Eu faço.
     Nos sentamos no sofá e eu passo álcool no machucado.
- Sou seu primo.
- Oq?
- A pergunta.
- Ah. Eu sei que não. - falo passando remédio na sua mão.
- Ai!
- Desculpa.
- Por que acha que não sou seu primo?
- Por que... minha mãe... não tem contato conosco, muito menos os seus irmãos, e meu pai, só tinha um irmão, e ele morreu a 02 anos. E claro... não temos ruivos na família.
- Nossa... você daria uma boa detetive! Sou... um amigo do seu pai.
- Meu pai não tem amigos. - falo colocando um curativo. - Pronto!
- Obrigado. - ele fala e seus olhos verdes brilham.
- An... ja ta tarde... boa noite. - saio e vou para o meu quarto.
     Sei que esse cara ta mentindo. Mas ao menos terei companhia.

    Eu estava no meu quarto quando meu pai entra.
- Grace...
- Oi pai.
- Sei que você não caiu nessa de primo.
- Não mesmo. Quem é ele?
- Minha filha... ele... faz parte do plano...  não diretamente, mas faz. Preciso que você o mantenha aqui.
- Certo.
- Boa noite. - ele fala e sai.

Me deito em minha cama e durmo.

O PalhaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora