Eu estava assustada... ele havia matado o homem que havia cuidado de mim toda a minha vida. Ele havia matado a ultima pessoa que restara, que poderiamos chamar de família. Eu... não sabia o que fazer.
Peter estava dirigindo em direção a Nova York. Anne estava ao seu lado, no banco do carona. Até ela parecia cautelosa perto dele.
Eu e Matew estavamos na parte de trás.
- Gente... eu me sinto péssimo! Eu não queria matar ele... - Peter fala.
- Mas matou. - falei.
- Rachel, eu queria proteger voces. - ele responde.
- Peter... eu sei me proteger bem. O que você fez... me deixou assustada, não protegida. - falo e Matew me abraça.
Vejo que Peter fica sério.
- Certo, sou o monstro na história toda. Obrigado por esse posto! - ele fala.
- Peter, você não é um monstro. - Anne fala. - Estou do seu lado! E Rachel... seja uma boa irmã mais velha e pare de deixa-lo pior.
Abaixo a cabeça. Vejo Peter sorrir e olha pra Anne.
- Obrigado! - ele fala.★
Estavamos longe de Nova York, então decido dormir. Eu havia dormido muito mal na noite passada. A cena de Peter matando o Palhaço se repetia na minha cabeça. Eu sei que ele jamais faria mal para mim, para Matew e muito menos para Rachel.
Durmo e começo a sonhar. Não sei se realmente devo chamar de sonho, estava mais para pesadelo.- Por favor... não.. - grito. - era a minha mãe... seu monstro! - falo em meio a soluços. - você a matou!
- Sim... - essa voz... Peter. - Ela desistiu de me procurar. Ela foi procurar por um substituto pra mim... encontrou você. - ele fala olhando para mim com um sorriso assustador. - Você a tirou de mim. Eu a tirei de você. Estamos kit's!
- Monstro! - grito.
- Sim... eu sou... - ele olha pro corpo sem vida da minha mãe. - ... graças a você... obrigado. - ele fala e sorrir.Eu acordo.
- Você ta bem? - Peter pergunta.
- Sim... acho que sim. - respondo.
- Vai ficar tudo bem Anne. - ele fala.
- Não... perdi meus pais... nada está bem. Tudo foi minha culpa! - falo.
- Anne... não foi sua culpa... - Ele fala.
- Pense como quiser.
Olho para trás e vejo Rachel dormindo, com a cabeça deitada no ombro de Matew. Matew também estava dormindo.
Estavamos próximos á Nova York... finalmente!★
Não havia nada pior do que chegar em casa e não vê minha madrasta na cozinha, fazendo panquecas, e não vê meu pai lendo jornal, sentado em sua poltrona e tomando café.
- Matew? - Anne chama.
- Oi. - respondo.
- Está lembrando deles não é?
- Sim. Isso dói... dói muito. - falo.
- Vai ficar tudo bem Matew! - Rachel fala.
- Tomara que sim. - falo indo para meu quarto.Fazia uma semana mais ou menos que o Palhaço havia me sequestrado. Eu sentia falta do meu quarto... das minhas coisas.
Peguei meu teclado debaixo da cama. Estava empoeirado. Ele era da minha mãe. Ela tocava muito bem!
Comecei a tocar pouco depois de sua morte. Não queria que aquele som se extinguisse nunca.
Comecei a tocar uma das musicas favoritas da minha mãe... Hello, goodbye dos Beatles.
Lembro-me de quando eu era pequeno, uns 5 anos se me lembro bem, ela passava o dia cantando essa musica.
Toquei e lembrei de sua voz doce através das notas. Era mágico.- Oi? - Rachel entra no quarto. - não sabia que tocava.
- Pois é... eu toco. Desde os 6 anos. - falo.
- Estava cantando Hello, goodbye? É dos...
- Beatles. Minha mãe amava! - falo.
- Posso fazer uma pergunta?
- Pode.
- Como sua mãe morreu?
Me assustei. O assunto que eu mais queria esquecer... mas não conseguia.
- ... assassinato. Ninguém sabe quem foi. Quem poderia matar ela? Uma pessoa altamente doce, amável, gentil... ela era a melhor pessoa do mundo! - falo lembrando de minha mãe.
- Ela era ruiva como você?
- Sim... - falo sorrindo. - Seu rosto era coberto por sardas... olhos verdes profundos! Ela odiava deixar o cabelo solto... ela tinha uma franja que a incomodava bastante. - falo rindo, me lembrando dela. - Ela era perfeita. - Ela devia ser muito bonita! - Rachel fala.
- Sim... era... linda! - falo. - You say yes... I say not... You say stop... I say go, go, go... - começo a tocar e cantar.
- Oh not... You say goddbye and I say hello - Rachel me acompanha.
- Hello, Hello... I dont know why you say goodbye, and I say hello. - canto encerrando a musica, não queria mais cantar... havia um nó na minha garganta.- Venham jantar! - Anne chama.
★
Mesmo eu não querendo... nasceu algo sombrio em mim. Um lado meu dizia que eu tinha feito errado, que eu não era esse tipo de pessoa... e a outra, que eu estava certo, mata-lo era o certo a fazer... vingança.
- Venham jantar! - ouvi Anne nos chamando.
Eu estava na calçada. Não queria entrar e encarar minha irmã... que achava que eu era um monstro... e se eu fosse? Talvez seja de familia... talvez eu seja mal... não. "Você não é assim Pitt" dizia a voz de minha mãe na minha cabeça... "Seu pai se orgulharia de você" dizia a voz do Palhaço.
Eu não sou mau... eu sei que não.
Entrei para jantar. Todos estavam na mesa.
- Oi... - falo.
- Oi Pitt. - Rachel fala.
- Oi, cara. Ta melhor? - pergunta Matew.
- Sim, obrigado por perguntar.
- Senta Peter! - Anne fala.
Me sento. Comemos em silêncio.
Após o jantar, ajudei Anne com as louças.
- Anne... seria precipitado... se eu te pedisse uma coisa?
- Depende do que é...
- Namora comigo! - olho pra ela.
Ela derruba um prato.
- Isso foi um não ou sim? - pergunto apontando pro prato no chão.
- Sim!! - ela fala e me abraça.
Ela me beija. Por um momento... eu não era eu... sem problemas... sem assassinato.
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O Palhaço
Mystery / ThrillerAnne levava uma vida normal, até ver Ele. O Palhaço. Sua mãe pensava que ela estava louca e queria coloca-la em um hospício. Anne decide fugir e acaba conhecendo Peter, um rapaz que dizia ser atormentado, assim como ela, por um palhaço aterrorizant...