Capítulo 05

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Acordei com o brilho do sol no meu rosto. Alguém havia aberto a cortina. Grace.
- Bom dia bela adormecida! - ela fala aparecendo na porta.
- Arg, Grace.
- Vamos levanta!
- Não. Vou chamar seu pai! - falo me cobrindo minha cabeça com o cobertor.
- Haha, boa tentativa! Papai passa a maior parte do tempo fora de casa! Vamos Matew! Levanta! Faz tempo que eu tenho alguém para conversar. - ela fala e senta em uma poltrona de frente para a cama.
- Ta. Você venceu. - falo levantando.
- Ganhei!! O café ja ta na mesa! - ela fala saindo.
Me troco e vou para a cozinha.
- Ovos e bacon! Acertou em cheio! - falo sentando á mesa.
- Que bom! - ela fala sentando também.
- Então... o que seu pai faz?
- Não sei. Não sei quase nada sobre ele pra falar a verdade.
- Você tem amigas?
- Não. Ele me proibiu de falar com todos. Por isso moramos aqui. Tive aulas com professores particulares a minha vida inteira.
- deve ter sido chato!
- muito chato! - ela sorri. - quero te mostrar uma coisa. Ja terminou?
- Ja! Estava muito bom!
- Certo. Venha! - ela vai em direção á frente da casa.
De dia tudo aquilo era lindo!
- Vem! - ela me conduz para dentro da floresta.
- O que estamos fazendo dentro desse matagal?
- Quero te mostrar... isso! - ela para de andar.
O lugar é simplesmente maravilhoso! Um jardim. Com variados tipos de flores. E claro, o que não poderia faltar em un lugar como esse, um balanço.
- Meu pai não gosta daqui. Diz que é alergico a flores.
- É perfeito! Isso é maravilhoso! Foi você que fez isso?
- Sim!
- É simplesmente perfeito!! - falo olhando ao redor. - e esse balanço?
- Faz anos que não me balanço nele. - ela fala pegando no balanço.
- Por que não se balança mais?
- Não sei. Não tenho mais tempo para fazer isso, acho!
- Você precisa se balançar de novo! Vamos, suba! Eu lhe empurro!
- Ta...
Ela sobe e eu começo a empurrar o balanço.
De repente a corda do balanço se parte e Grace cai no chão.
- Ai! - ela fala tentando se levantar.
- Você ta bem?
- Meu pé ta doendo.
- Ah não você torceu o pé! Vem, precisamos tratar do seu pé.
Pego ela no colo e a levo pra casa.

Onde Matew estaria a esta hora? Será que ja havia tomado café? Será que estava bem?
- Bom dia. - falo entrando na cozinha e vejo Peter e meus pais comendo.
- Oi Anne! - minha mãe fala.
Eu me sento.
Depois de um longo silêncio Peter fala:
- Foi o Palhaço.
- O que? - minha mãe pergunta.
- Ele está atrás de mim... Anne com certeza pretende ir atrás dele e ele sabe que eu irei com ela.
- Espera... como você sabia?
- Você é muito descuidada sabia? Vi bolsas no seu quarto.
- Você ia fugir de novo, Anne? - minha mãe pergunta.
- Sim... por que sei que você nunca aprovaria eu ir atrás dele.
- Não... e nem aprovo.
- Se me permite Sra. Write, posso ir com sua filha. - Peter fala.
- Mãe... por favor.
- Certo. Mas... me prometam que voces vão tomar muito cuidado! E Peter... cuide bem dela.
- Vou cuidar! - ele fala se levantando e indo para o quarto de Matew.
- Ele é um bom garoto. - minha mãe fala.
- A Sra. Ainda acha que é seu filho?
- Eu não acho. Ele é meu filho.
- Certo. Tenho que me arrumar, temos uma longa viagem pela frente.

- Acho que você torceu seu tornozelo. - falo.
- O que fazemos então? - Grace pergunta.
- Vou imobilizar seu tornozelo.
- Hm.
- Não se preocupa, vai ficar tudo bem! - falo.

Depois de ter seu pé imobilizado, Grace vai para a cozinha fazer o almoço.

Eu decido dar uma olhada pelo lugar.
O território era bem grande. Como o palhaço o conseguira?
Vou dar uma olhada na floresta.

Estava á algum tempo dentro da floresta, ouço alguem correndo e chorando. Grace.
- Grace? - grito.
- Matew? - Ela me vê. - pensei... que você tinha fugido.
- O que? Não. Eu so estava dando uma olhada na floresta.
- Certo... o almoço, está pronto. - ela fala e se vira.
- Você não acredita em mim.
- Não.
- Por que?
- Porque... sou abandonada todos os dias. Meu pai nunca almoçou comigo, nunca tive amigos... sempre vivi sozinha. - ela fala e lágrimas descem dos seus olhos.
- Você tem um amigo agora. Não vou te abandonar, prometo! Se eu for embora... você vem junto comigo.
- Obrigada Matew! - ela fala e me abraça.
- Vem, vamos almoçar! - falo.

Depois do almoço com a família de Anne, começei a arrumar minha bolsa.
- Está pronto? - Amélia, a mãe de Anne, aparece na porta.
- Sim. - respondo.
- Peter... meu Peter... você cresceu tanto!
- Amélia...
- Lúcia. - ela me interrompe.
- Lúcia... - corrijo. - Não sou seu filho.
- Sim... você é.
- Não... quando precisei... você não estava comigo. Como pode dizer que é minha mãe... se desistiu de procurar por mim?
- Eu não desisti. Nunca desisti Pitt.
- Não me chame assim.

Ela me olhava no fundo dos olhos.
- Pensei que você estava morto. - ela fala.
- Parece que não estou.
- Peter? - Anne me chama.
- Ja vou Anne. - respondo. - Tchau, Amélia.
- Tchau meu filho!

Saio do quarto e vou para a sala. Anne ja estava la. Vestia uma leggin preta e uma blusa branca.
- Vamos Peter...
- Olá!! - O Palhaço aparece sentado no sofá. - Estão de viagem?
- Para onde você levou ele? - Anne pergunta.
- Quem? O garoto? Ah... ele está bem! - ele fala com um sorriso macabro.
- Ela perguntou para onde você o levou. - falei.
- Hm... e não lhes interessava saber se ele estava bem?
- Pare de enrolação. Fale. - falo.
- Não acho que ele queira ser resgatado.
- Por que? - Amélia pergunta.
- Ah minha cara... ele tem uma companhia muito agradável!
- Do que você ta falando? - Anne pergunta.
- Opa... chegou minha hora! Adeus... - ele fala e some.
- Uma garota. - Carlos fala.
- O que? - Amélia pergunta.
- Uma garota. Matew jamais abandonaria uma garota indefesa. Esse palhaço... sabe muito das nossas vidas.
- Certo... uma garota... - falo.
- Temos que ir. - Anne fala.
- Pra onde? Não temos idéia de onde ele está.
- Vamos descobrir... olhe... no lugar onde ele estava sentado tem uma folha. - Anne fala.
- Ele mora em algum tipo de floresta...
- Esperem... floresta... Palhaço... ai não! - Amélia fala.
- Mãe? O que foi? - Anne pergunta.
- Preciso ir com voces. - Ela fala.
- Não... você tem que ficar em segurança. - Carlos fala.
- Eu sei onde Matew estar, Carlos.
- Então eu vou também. - Carlos fala.
- Se for pra ir todos... vamos logo... pai... então vamos no seu carro. Você dirige. - Anne fala.

Partimos.


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