Annabeth

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- Eu só quero uma explicação. O motivo pelo qual meus dois filhos dizem estar namorando. - ela disse.

Mamãe estava muito nervosa e eu queria muito acalmá-la antes de contar tudo. Percy tentava fazê-lo, mas também era quase impossível soltar uma palavra sequer, que ela já vinha com outra onda de gritos.

- Eu quero uma explicação e não aceito mentiras!

- Então a senhora vai deixar que eu explique?- perguntei.

- Tá bom, tá bom. - ela solta um suspiro- Contem tudo.

Respiro fundo e começo a explicação com receio. Receio de que ela não entenda o que queremos dizer e que fique contra nós. Não quero ficar longe do Percy, mas também não quero ficar com ele sem o apoio da minha mãe.

Muitas vezes, quando eu parava a explicação para tomar um ar, ele emendava seu ponto de vista e isso ajudava muito. Ele disse coisas tão fofas e bonitas pra minha mãe que achei meio impossível dela não se sensibilizar com tudo. Parecia que ele estava se declarando pra mim pela primeira vez!

- Eu não consigo mais respirar longe dessa mulher, mãe. E não importa se todos ficarem contra e dizem que não devo por termos sido criados juntos, dá pra entender? - ela o olha com os olhos cheios de lágrimas e isso me preocupa. Sua expressão é indecifrável e fico com medo de que ela só esteja chorando por seus filhos terem cometido o ato de se apaixonar.

- Meu Deus! Como isso pôde acontecer com meus filhos? Como isso tudo começou?

- Assim que voltei. Eu e a Annie brigamos bastante no início, mas logo depois se tornou outra coisa. Eu só peço que entendam e apóiem, porque não gostaria de que ficássemos juntos sem o consentimento de vocês, mas também não vou ficar longe dela. - o Percy fala de uma maneira firme e segura minha mão para que nossos pais vejam.

Meu pai dá um sorriso em nossa direção e isso me dá coragem pra direcioná-lo à minha mãe. Ela estava com os olhos cheios de lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante e isso me preocupou novamente. Precisava saber o motivo.

- Mãe, porque está chorando?- perguntei aflita.

- Porque eu ainda não acredito que meus bebês encontraram o amor tão cedo e perceberam que estava bem um ao lado do outro durante tanto tempo.- e ela começou a soluçar.

As lagrimas presas em seus olhos escorreram por todo o seu rosto, assim como eu e meu pai a consolou, o que aparentou acalmá-la. O alívio por minha mãe não estar brava com a gente é muito grande e faz com que toda a culpa que eu estava sentindo evaporasse como em um passe de mágica.

A expressão facial do Percy também é de puro alívio e me enche de esperança e planos para nosso futuro. Agora toda a incerteza de que continuaríamos justos se dispersou e sobrou apenas o amor que sentimos um pelo outro e o enorme desejo de ficarmos juntos, o que era muito gratificante. Mas ainda restava uma dúvida.

- Então por que a senhora quase nos agrediu mais cedo?- perguntei.

- Foi só pelo susto. Descobrir que seus filhos se apaixonaram e estão vivendo um romance proibido, não é pra qualquer um, não. Eu tenho um coração e quase que tenho um treco.- ela diz de forma exagerada.

- Só a senhora pra dar esse susto na gente, mãe.- Percy diz rindo.

- Ela gosta de ver a gente sofrendo, não é Atena?- meu pai fala e dá um selinho na esposa.

Percy me puxa pela mão e me leva até o quintal, onde me abraça tão forte que parece que quer se fundir a mim. Reclamo, mas ele não me solta e assim acho saída em lhe fazer cócegas e assim ele me libera do abraço. Corro para longe dele, para que não consiga me abraçar novamente, mas é em vão. Ele me alcança e me abraça de novo, dessa vez mais fraco e beija todo o meu rosto, o que faz brotar um sorriso sincero em minha face.

- Você sabe que eu te amo, nãonosso ?- ele pergunta rindo.

- Sei, mas adoro quando fala. Poderia repetir?

- Eu te amo. Eu te amo. EU TE AMO!- ele grita a ultima parte.

- E eu te amo na mesma intensidade ou ainda mais forte.- digo e lhe dou um beijo maravilhoso.

- Estou tão feliz que tudo acabou bem. O que eu mais quero agora é ficar ao seu lado e escrever o nosso futuro a partir de agora. Nunca mais quero sair de perto de você.

- Não vai, meu amor.

***

Minha garganta está seca e anseio por um copo de água nesse exato momento, mas a preguiça é tão grande que anda fico na cama por mais algum tempo.

Não tem aquele momento em que você está morrendo, mas a preguiça é tanta que não move nem um músculo? É exatamente isso o que estou sentindo agora. Mas junto toda a coragem que estou longe de sentir e não sei de onde veio e levanto da cama, acordando o Percy, que está praticamente desmaiado ao meu lado.

- Onde vai?- ele diz coçando os olhos de uma maneira fofa.

- Só vou na cozinha, já volto.

- Não demora. Estou te esperando.

Assinto e saio do quarto, descendo as escadas com cuidado pois a casa está um breu. O corrimão me ajuda bastante e eu ainda me Certifico se o degrau está ali antes de me firmar nele. Viro a direita e entro na cozinha, tateando a parede em bisca do interruptor pra acender a lâmpada.

Entro no cômodo com os olhos fechados por conta da luz e vou abindo-os devagar, quando já estou em frente à geladeira. Abro a mesma e pego a garrafa de vidro e bebo na boca mesmo pela preguiça de legar um copo.

Estou prestes a colocá-la de volta na geladeira quando escuto alguém pigarrear atrás de mim e me viro, vendo a pessoa que eu menos esperava ver no momento.

- Oi, Annabeth.

Aminimigos (Percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora