Capítulo 1| Beatriz.

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  Tenho quase certeza de que todos que aparecem em nossas vidas se vão, mesmo que involuntariamente, e o pior de tudo é que apesar de saber que tudo vai acabar, nos iludimos com um novo começo achando que pelo menos dessa vez tudo vai mudar, mas não muda, nunca mudou. E usamos como pretexto o tempo ou então simplesmente dizemos: " ele(a) mudou muito" para nos confortar, mas a verdade é que sempre houve uma pequena entrada para minha vida e uma grande porta de saída.

   Estou cansada, muito triste e um tanto por frustrada, Stuart por muito tempo me pareceu a pessoa certa, apesar dos nossos defeitos pensei que  iria ser para sempre e mais uma vez fui uma grande tola, há uma semana que esse para sempre acabou, e mais uma vez me sinto um nada.

    O pior de tudo é que eu sei que a culpa foi minha por não demonstrar meus sentimentos com frequência, acho que nunca disse a ele que o amava. lembro- me de suas últimas falas antes de bater a porta e sair a fora.

" pare de ser egoísta, Beatriz, não posso ser o único a amar nessa relação, não posso deixar meu mundo cair em ruínas para sustentar o seu, eu te amei muito e não duvide disso, mas acabou."

    Foram palavras fortes que até agora é motivo de grande dor, mas sei que ele está certo que tinha todo o direito de gritar comigo e sair do apartamento que antes era nosso, em busca de alguém que o valorize, a verdade é que no final eu nunca soube se de fato o amava.

   O fato é que hoje uma semana após termos terminamos, dia doze de abril, faríamos um ano e quatro meses de namoro, e como se pode adivinhar: eu me sinto péssima.

    Estou cogitando a possibilidade de ligar para Liv (minha melhor amiga desde o colegial) mas a conhecendo do jeito que conheço sei que ela vai me tratar como um cachorro que acaba de ser abandonado, mas também irá me dar um cascudo por não ter dito nada antes.

     Porém ela é a única que pode me ajudar nesse momento. Procuro pelo meu celular - tenho que parar de deixá-lo em qualquer lugar.- depois de alguns minutos o encontro dentro da geladeira- como havia dito qualquer lugar - disco seu número e após quatro toques ela atende minha ligação.

- fico feliz que estaja viva! - Liv diz exagerada.- em que posso ajudar?

- Não surta, beleza? - aviso mesmo sabendo que ela vai surtar. - Stuart e eu.. Terminamos faz uma semana e justamente hoje faríamos um ano e quatro meses juntos, juntando tudo isso você já deve imaginar que estou um caco.

Ela fica em silêncio.

- e você só vem me falar isso agora, Beatriz? que merda. Você sempre faz isso - ela fala alto e parece realmente magoada.

    Sempre tive dificuldade de falar sobre aquilo que me aflige, Liv sempre soube disso mas ainda sim sempre me cobra e diz " me conte tudo, sou sua melhor amiga e vou te ajudar, apenas me conte".

- Me desculpe, eu estava digerindo tudo isso. - escuto ela bufar do outro lado da linha.

- Aposto que nessa semana tu ficou trancada em casa bebendo a merda do seu vinho tinto esquecendo que tem uma amiga que poderia ter te ajudado muito. - Ela suspira mais uma vez. - mas ainda sim eu te amo, então me espere que eu estou chegando.

- já sabe né? - Faço bico mesmo que ela não possa ver.

- Sei, Sei, pizza de mussarela e um pote de sorvete de uva passas ao rum, pode deixar até logo - Ela diz e por fim desliga.

    Enquanto Liv não chega, pego minhas coisas e entro no banho, a água quente escorre pelo meu corpo e sinto que leva consigo toda minha tensão, após alguns minutos saio do chuveiro relutante, coloco minhas roupas e saio do banheiro.

Liv chega quinze minutos depois, abro a porta e sinto cheirinho de pizza.

- espera.- Liv entra, coloca a caíxa de pizza sobre a mesa, o pote de sorvete no congelador e volta me envolvendo em um abraço apertado, percebo então que era apenas isso que eu estava precisando nesta semana - eu sinto muito, Stuart apesar de ser muito chato era um ótimo cara.

- Obrigado, Liv.

Ela me solta e fecha a porta.

- Certo, vamos comer. - Ela se senta enquanto pego pratos e talheres, abro a geladeira e pego a jarra de suco que fiz no almoço - é de goiaba? - Liv pergunta com um sorriso no rosto, eu apenas concordo - eu te amo muito! - Dou risada e me sento na cadeira à sua frente, me sirvo de um grande pedaço e em poucos minutos o devoro - hoje o Dave que estava atendendo, ele me deu a pizza de graça.

- Para de explorar o menino, Liv - digo contendo o riso -hoje você ri amanhã o jogo pode virar.

- Pelo menos vou continuar tendo ótimas pizzas de graça - ela ergue a cabeça - sabe por que? porque eu sou demais.

Dou risada e como mágica me sinto triste novamente.

- Ei, o que aconteceu? - Ela pergunta com a voz melancólica.

- Eu sou um monstro.- sinto as lágrimas brotarem em meu olhos - ele disse que me amava e eu não respondi. Por que eu não respondi essa droga de pergunta Liv?

- e você o ama , bea?

- Eu não sei, eu nunca soube. Foi a mesma coisa com o Nick, qual é o meu problema? Eu gostava muito do Stuart, poxa, estamos juntos a mais de um ano e mesmo com esse tempo não soube definir se eu realmente amava ele, sou eu o problema de tudo dar errado!

Liv me olha e com cautela encosta sua mão na minha.

- O problema não é você, você só precisa achar a pessoa certa.

- E quantas pessoas eu vou machucar até achar a pessoa certa ? - Pergunto limpando o rosto.

- Aí eu já não posso te responder, amiga. - ela levanta dando a volta na mesa e me abraça - mas não chora não, tá? Saiba que apesar dos pesares um dia você vai encontrar uma pessoa que vai despertar o que ainda não se acendeu em você.

- Obrigada, Lívia.

- Obrigada? Você estragou tudo - levanto a cabeça e a olho confusa - poxa, bea, qual é? era para tu cair no choro enquanto comia sorvete essa é a lógica! Agora vou ter que comer tudo sozinha.

Dou risada, Liv realmente é o meu maior remédio pra tristeza.

Após o sorvete e uma maratona de filmes, me sinto bem melhor, Liv decide dormir aqui o que para mim é ótimo, afinal já são mais de uma hora da madrugada e tudo fica mais perigoso á essa hora.

- Bea, já falou com sua mãe sobre isso?

Droga. Eu esqueci disso, minha mãe se apegou muito ao Stuart, acho que ela gostava mais da ideia de eu estar namorando do que de fato o Stuart, minha mãe se casou muito cedo com meu pai e acho que ela sonha que o mesmo aconteça comigo, mas pelo jeito esse sonho dela vai ficar para trás.

- Não, amanhã eu ligo para ela - respondo desanimada.

***

Oi galerinha, votem e comentem por favor!! ( agora vou deixar-los em paz, espero que curtam esse conturbado romance!)

O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)Onde histórias criam vida. Descubra agora