Depois de pegar minha bolsa em seu quarto fomos até a garagem de sua casa, nunca em toda minha vida tinha visto uma garagem tão grande, cabiam ali mais de cinco carros e ainda sobraria espaço, mas acho que é padrão ao resto da casa já que tudo nela era gigantesco, dopois de passarmos por dois carros, provavelmente um de dona Beth e o outro do pai de Christopher, fiquei boquiaberta ao ver o carro de Liv e não o de Sophia como havia imaginado.- Antes que me pergunte - Christopher se vira pra mim e suspira cansado - sim. Esse carro é de liv. Ela nos emprestou já que também estava bêbada e não poderia usá-lo. - ele se vira de costa e depois se vira pra mim novamente - ah, e ela disse para não se preocupar pois ela iria pra casa de táxi.
Christopher ainda está irritado, isso é visível só de olhar em seu rosto, então apenas concordo com a cabeça. É mais seguro me manter calada do quer dizer uma sequer palavra errada. É estranho mas sinto que se Christopher explodir aqui e agora, todos correm perigo.
- Christopher a bomba maluca. - Acabo dizendo em voz alta. Ele me fuzila com seu olhar mas antes que ele pudesse falar algo, entrei no carro e bati a porta, Liv me mataria se me visse maltratar seu fusca. Christopher entrou logo em seguida, ligando o carro e saindo daquela garagem. Eu ia perguntar quem abriu a porta da mesma mas vi o pequeno controle remoto ao lado dele. - Certo o que foi aquilo?
- aquilo o que? - Ele pergunta sem tirar os olhos da estrada.
- o que mais seria Christopher? - Pergunto impaciente. - Eu te pergunto sobre Anna e você diz " não quero falar sobre isso"- tentei imita-lo mas minha voz saiu mais pra uma foca morrendo. - Eu te pergunto sobre seu pai e você me dá as costas. Qual é? Até quando vai esconder as coisas de mim? Se me ama mesmo por que nunca me contou sobre a Anna? O que de fato aconteceu? Sei que está escondendo algo, não só de mim mas de ray, will, jeff.. De todos!
- Não estou no clima pra discutir agora, Beatriz! - Ele diz irritado. Suas mãos estão a um ponto de fazer do volante apenas suco de tanto que o mesmo o aperta.
- Quem está discutindo aqui? - Olho ao meu redor.- você não quer discutir? Ótimo porque também não quero. Mas acho injusto eu te contar tudo. Te contar todo meu passado e toda minha vida enquanto você quer dar uma de " homem solitário". - Respiro fundo tentando me acalmar. - olha não quer me contar o que houve, certo. Vá a merda se quiser. Mas eu não vou deixar você e aquele ser estranho do seu pai ficarem brincando comigo, beleza?
- não tem a ver com você - ele suspira.
- Atá..- meu riso histérico o surpreende fazendo-o me olhar de relance. - seu pai pergunta o meu nome e você soca a cara dele, mas é claro que não tem a ver comigo!
- Para Beatriz - seu maxilar se contrai - pare com isso!
- Eu vou parar- digo nervosa.- não vou te forçar a confiar em mim. está bom pra você? - Ele não responde o que me deixa inda mais nervosa - certo!
O resto do caminho foi de pura tensão, ninguém ali se deu o trabalho de dizer algo, eu apenas continuei a olhar para janela, sentindo o pouco da brisa que restava naquele dia quente, senti seu olhar sobre minha nuca algumas vezes, mas meu orgulho é grande demais para sequer olha-lo nos olhos. Ele sabia tudo sobre mim e eu? Sabia apenas o que me diziam sobre ele!
Estava tão perdida em meus pensamentos que nem ao menos vi que já havíamos chegado, Christopher estacionou o carro de frente ao prédio.
- Chegamos - ele diz sem olhar em minha direção.
- Obrigado por tudo - minha voz sai mais ríspida do que eu esperava.
- Bea..
- Olha está tudo bem. - Lanço um sorriso amargo em sua direção e saio do carro logo em seguida.
Dessa vez eu achei melhor subir pelas escadas, pelo menos assim eu poderia pensar em outra coisa. O que foi em vão meus pensamentos já tinham planos para está tarde...
Assim que cheguei em casa senti minha barriga roncar, só agora eu percebo que não tomei café. E pra falar a verdade faz muito tempo que não tomo o chá de seu José. Pego minhas chaves em cima do balcão e saiu de casa. Fui até lá andando já que é próximo de minha casa. Quando cheguei vi que seu José atendia outro freguês então fiz meu pedido com Filipe seu sobrinho.
- bom dia - ele me comprimenta - o que posso fazer por você?
- Poderia me ver um chá com..
- espuma de chantilly por cima?- sou interrompida pelo rapaz que acaba de ser atendido por seu José.
- desculpa eu te conheço? - Pergunto. O rapaz então se vira de frente a mim e assim que tira seu capuz sinto meu coração se afundar dentro do peito novamente, o que ele esta fazendo aqui? -.. Stuart?
- oi beatriz - ele sorri. Seu sorriso continua sendo acolhedor. O rapaz que antes estava a me atender sorri e se retira indo preparar meu pedido.
- como você está?- bem .. o que faz por aqui? - minha voz falha.
- Vim apenas ver como estava - ele sorri. Seus braços se envolvem em minha cintura e antes que eu pudesse reagir ele me abraça. - Senti sua falta.
- É.. Eu não esperava te ver por aqui. - Desvio meu olhar para tudo menos para seu grande par de olhos castanhos. Me sinto mal pelo fim de nossa relação, e ainda mais por não conseguir sentir mais nada por ele, nem ao menos saudade. - Você está bem?
- não muito - ele acaricia minha bochecha me deixando um tanto quanto incomodada. - eu me arrependo mais a cada dia de ter dito todas aquelas palavras rudes a você.
- Não faça isso Stuart- afasto suas mãos. - Sabe que eu não..
- Eu sei que você não me ama - pude sentir a tristeza em sua voz - mas podemos tentar de novo!
- Não nós não... - ele nem ao menos me espera terminar a frase, passando sua mão por minha nuca e me puxando para um beijo, sua língua pede passagem e mesmo relutante eu a deixo entrar, ele acaricia meus cabelos, seu beijo é calmo e nele eu vejo toda a tristeza que Stuart carrega. A culpa então bate na porta me fazendo ceder mais a aquele beijo. Passo a mão por seus cabelos rentes ao coro cabeludo. Ele passa a mão por minha cintura, seu toque delicado, diferente do toque ousado de Christopher.. "o que?" a imagem de Christopher então me vem a cabeça, ai meu Deus. O que eu estou fazendo? me desvencilho de Stuart que me olha surpreso. - Eu não posso ficar com você porque...
- É bom saber que seguiu o meu conselho Beatriz! - Vejo Christopher na entrada com os braços cruzados. seria minha impressão ou ele está com lágrimas nos olhos? Ele se aproxima perplexo - eu estava indo a sua casa! Te contar tudo, mas.. - Ele seca uma de suas lágrimas com as mão - mas acho que é melhor não interromper não é mesmo?
- Christopher o que você acaba de ver não passa de um mal entendido - sinto meu coração acelerar, eu não posso perde-lo, não pela segunda vez. - Por favor..
- então o que eu acabo de ver Beatriz? - Ele me olha indignado - Esquece - ele me dá as costas e sai pela porta.
- preciso saber de algo? - Stuart pergunta enquanto bagunça os cabelos. - Você está com esse cara Beatriz?
- é complicado.
- Certo eu vou embora - ele se levanta - se cuida. - eu poderia dizer para ele ficar, poderia tentar algo mas não posso, e de fato não quero. quero Christopher e ninguém mais, por isso não o impedi de ir embora.
- Dia difícil em moça - o rapaz me entrega o chá.
- Nem me fale - digo ainda confusa.
Que merda acabou de acontecer? Que merda de dia!
Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu acabo de perder a única pessoa que.. Eu não acredito! Quando isso aconteceu? Quando passei a.. não pode ser. Se fosse eu nao estaria assim. Não estaria na merda. Não é isso que eu esperava sentir. Eu..
" até que enfim sacou! "
Essa vozinha denovo. Eu estou ficando louca.. É isso eu estou completamente maluca!
" Qual é mesmo o nome da sua loucura? Ah, sim é Christopher, não é Beatriz? O que foi? Não está feliz com o seu primeiro amor?"
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Garoto Do Sexto andar ( Em Reforma)
Romance"mesmas histórias mesmos finais" Beatriz, uma garota repleta de mágoas vê sua vida virar de cabeça pra baixo assim que conhece Christopher, um garoto repleto de enigmas, com uma armadura impenetrável, mas que em seu coração carrega uma história da q...