Meu mundo parece desabar, e Josh percebe. Sinto repulsa, pela morte daqueles três homens, mas também sinto culpa. Se eu não tivesse aparecido naquele lugar eles não teriam que aparecer também, e nada disso teria acontecido. Três vidas. Três pessoas. Que um dia carregaram a inocência no olhar, que puderam sentir os sentimentos dominar cada parte dos seus cerébros. Três almas, com mentes pervesas antes, mas agora estão mortas. Por minha causa.

- Por que você matou eles? - sussurro com minha garganta doendo por conta de um nó.

- Eu não tive opção. Um deles sacou uma arma quando eu tinha te colocado no carro, e os outros estavam prontos pra me agarrarem. Tive que agir rápido, e pra ser sincero não pensei direito. Apenas os vi se aproximar e pensei no perigo, que nós dois estavamos correndo. Então atirei. Sinto muito - ele encolheu os ombros e eu vi a máscara fria dele cair. Apesar da confusão e culpa, eu o abraçei dessa vez. Ele pareceu surpreso então não retribuiu rapidamente. Mas depois cedeu e me envolveu em seus braços novamente. Eu sei, que se estivesse no lugar dele aquela hora, eu faria o mesmo.

- Não diga que sente muito. Obrigada por ter salvado minha vida. Eu poderia estar morta agora - eu senti o abraço dele ficar mais firme.

- Eu não deixaria - ele sussurrou tão baixo que eu mal pude ouvir.

- Você não deixou - disse. O abraço nos silenciou, até ele me afastar dele como se tivesse repulsa. Ele se sentou e pôs a cabeça entre as mãos.

- Não me abraçe mais. Não fale comigo nunca mais - franzi o cenho tentando entender.

- Por quê? - perguntei com cautela, temendo que tivesse feito algo de errado. E de fato eu fiz, apareci lá naquele instante e fiz ele matar pessoas.

- Eu sou um monstro. Você não pode ser nada pra mim - ele disse com raiva. Sentei-me ao lado dele e coloquei minha mão em sua costa.

- Josh, olha pra mim - pedi com gentileza.

- Helena...- ele sussurrou como um animal ferido. Como se saboreasse meu nome em seus lábios.

- Por favor - pedi novamente e ele me olhou - nunca mais fale isso. Você salvou minha vida. Você não um monstro, mas sim um herói. O meu herói - sua expressão era de dor. Ele me parece tão inseguro agora.

-  Você não tem nojo de mim? - ele disse.

- Não - se eu tenho que ter nojo de alguém, esse alguém sou eu. Mas não acrescentei isso, ficou apenas na minha mente. Ele me encarou como se quissese acreditar, com uma mistura de surpresa no rosto. E então ele colocou as mãos entre o meu rosto e acariciou com o polegar. Senti algo crescer dentro de mim, algo quente no meu coração. Ele me encarou com profundidade, como se pudesse se perder em meus olhos. E nesse momento eu esqueci de tudo, dos meus problemas, do Willian e até mesmo de mim. Fui me aproximando dele ainda segurando o seu olhar. Ele pareceu entender, e não recuou.

Aproximei meus lábios dos dele, convidando pra me perder neles se ele quisesse. E ele retribuiu. Primeiro seus lábios roçaram os meus, me deixando a desejar. Então ele selou nossos lábios com precisão. Senti sua língua invadir a minha boca e coloquei minhas mão no cabelo dele acariciando. Ele fez o mesmo me inclinando pro sofá onde eu deitei sem interromper um dos melhores beijos que eu já senti na minha vida. Só terminamos o beijo quando estávamos ficando sem fôlego. Terminei com selinhos e ele me fitou. Senti meu coração por todo o meu corpo, e senti as batidas do coração dele pela minha mão em seu peito. Uma conexão invisível entre nós. Ele se inclinou pra me beijar outra vez, mas fomos interrompidos por uma música meio abafada. Ele saiu de cima de mim e pegou meu celular de dentro da bolsinha que estava em cima da mesinha de centro.

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