- Você está ficando louca garota? - ele gritou e eu vi Lucas, Fernanda, Nathan, Connor e o resto dos amigos dele se aproximarem do tumulto. Gargalhei.

- Que foi querido Willian? Você está bravo por que você não foi bom demais pra transar comigo? Ou foi por que você não me enganou o suficiente? - os garotos ao redor pareciam se divertir, menos os amigos do Willian. Connor se aproximou de mim.

- Você pensa que é o centro do mundo não é sua estupida? Eu não queria ficar com você, mas eu tinha que cumprir a merda da aposta - okay, as palavras dele me atingiram com muita força.

- Aposta? - perguntei e ele sorriu maléfico.

- Sim. Confesso que no dia do hospital eu realmente te achei interessantemente boa pra adicionar na minha lista. Mas aí a coisa ficou mais séria quando virou aposta - ele olhou pros garotos. Connor estava de mão dada com Nathan e me olhava espântada - Quando o Nathan, o Kyle e os outros meninos me disseram que duvidavam que um dia eu fosse namorar com alguma garota, eu quis provar pra eles. E tudo ficou melhor quando disseram que iriam apostar um carro. Mas eu não podia namorar alguma garota fácil desse colégio, então eles me indicaram você - Willian sorria friamente, seus olhos azuis malvados me encaravam com diversão. Não pude impedir as lágrimas que caiam. Vi Connor empurrar a mão do Nathan e olhar pra ele com nojo. As garotas ficaram ofendidas.

- Você é a pior pessoa do mundo - eu disparei vendo que não iria causar efeito algum. Megan estava observando de longe com uma expressão de satisfação. Um sorriso enorme, zombando de mim - Você quer alguém Willian? Você tem. Uma vadia que vai te usar e vai trair você com o primeiro cara milionário que se interessar em transar com ela. E quando você tiver sozinho, vendo que nenhuma garota de verdade te quer, você vai sentir o peso das suas palavras. E sabe o que você vai ter? O seu carro pra te fazer companhia, porque nenhuma mulher no mundo, risca as vadias, vai te querer com esse seu lixo que você chama de coração - disse, o mais dignamente que consegui e com queixo erguido. Ele me olhou com fúria.

- Quem você pensa que é sua vadia? - ele pegou o meu pulso e apertou me machucando - você tem que aprender a não mexer comigo de novo - todo mundo ficou paralisado. O aperto no meu pulso se apertou mais e ele fechou o punho pra me atingir com um soco, fechei os meus olhos esperando, mas a única coisa que senti foi a mão dele sendo arrancada do meu pulso.

- Nunca mais encosta nela - Josh grunhiu.

- Ah, vejamos só, eu não era o único que se divertia com outro alguém - Willian zombou e eu só vi quando ele atingiu o chão e quando Josh subiu em cima dele depositando socos seriamente feios. Quis impedir, mas me seguraram. Pessoas que estavam se divertindo.

- Josh...para - eu gritava.

- Nunca.mais.mexa.com.ela - Josh gritava sem fôlego e pausadamente devido aos murros que ele dava no Willian. Vi os seguranças derrubando quem estivesse pela frente e tirando ele de cima do Willian, que estava inconscientemente caido no chão com o rosto sangrando. Eu pus as mãos na boca e Connor me abraçou.

- Amiga, eu sinto muito por não puder ter feito nada. Não tive reação - ela me olhou com arrependimento. Os seguranças levaram um Josh relutante que me direcionou um rápido olhar que diziam várias coisas. Raiva, tristeza, satisfação. Ele levantou o canto da boca em um sorriso de missão cumprida. Eu sorri de volta e ele foi levado pra escola.

- Tudo bem Connor - olhei pro Willian sendo levado em uma maca - o Willian já recebeu o troco que devia. Meu chofer chegou apressado e vermelho devido uma corrida.

- Senhorita Helena - ele puxava o ar - você está bem?

- estou sim - assenti.

- Sehorita Collins - Henrique apareceu me chamando e eu suspirei. Quando ele me viu veio até nós apressado - a diretora mandou lhe informar que a sua presença está sendo solicitada - ele disse formalmente e eu assenti. Connor apertou meu braço e sussurrou "boa sorte".

- Você pode por favor avisar a minha mãe o que aconteceu? - disse ao meu chofer.

- Sim senhora - ele saiu apressado. Segui Henrique cortando a multidão eufórica e sendo seguida por mais olhares do que o de costume. Quando estávamos passando pelo corredor vazio, Henrique finalmente direcionou a palavra pra mim.

- Gostaria que não falasse o que aconteceu na sala tempos atrás - ele me olhou suplicante.

- Em troca de quê? - disse em um tom de autoridade agora.

- O que você quiser - ele não pareceu irritado.

- Ele vai ser expulso né? O Josh? - ele parou de andar e eu parei também.

- Sim, certamente. Esse é um caso sério, o outro garoto ficou inconsciente - ele deu um sorrisinho - embora eu tenha gostado do que Josh fez com ele. Infelizmente não cheguei a tempo de interromper o outro garoto de gritar com você - eu dei nos ombros.

- Não importa mais. Eu só quero que faça uma coisa - eu pausei - livre o Josh de ser expulso - ele abriu a boca.

- Eu não posso fazer isso, sou apenas um professor - me aproximei dele com um olhar ameaçador. Ele pareceu inseguro.

- Ah, você pode sim - eu disse e ele ficou pensativo.

- Desculpa, mesmo que eu queira, não posso te ajudar. Se quiser acabe com o meu emprego, não me importo - ele deu nos ombros. Agora foi a minha vez de ficar insegura.

- Eu saio com você - disse e ele enrrugou a testa aparentemente pasmado.

- Você dá sua palavra? - eu bufei.

- O que você acha? Eu sou uma mulher de palavra - ele ficou pensativo mais uma vez, e quando eu pensava que ele ia desistir, ele abriu a boca mais uma vez.

- Fechado - eu assenti e continuamos caminhando até a diretoria.

- Não se esqueça do trato, eu estou confiando em você - murmurei e ele me deu um sorriso de cúmplice antes de abrir a porta. Josh estava sentado em uma poltrona e na mesma hora a diretora cessou seus sermões.

- Senhorita Collins, sente-se - ela me olhou com ar superior. Sentei na poltrona ao lado de Josh - o que eu estava falando ao senhor Ashton, é que de fato, o caso dele é uma séria expulsão acompanhada por serviço comunitário, mas eu gostaria de saber com as suas palavras, o que ocorreu, já que o senhor Ashton se recusa a falar - eu concordei.

- Eu e Willian estavamos brigando e ele ameaçou me bater. Josh apenas me defendeu - ela continuou com uma postura incrívelmente reta e com o nariz empinado. Posso dizer que ela não se parece tão velha, provavelmente está na casa dos 30. Ela encarou Josh com deleite.

- Uma maneira errada de defender - Josh encarava a mesa sem abrir a boca.

- Sim, diretora Mandy. Mas infelizmente, o aluno Willian Vertélles iria agredir a senhorita Collins se caso este aluno não tivesse defendido ela. Devemos considerar os dois lados - Josh direcionou o olhar pro Henrique e me pareceu depravar o comentario dele.

- Sim, mas isso não justifica o fato dele ter deixado Vertélles incosciente. Isso é imperdoável - Henrique assentiu - quero os pais de vocês aqui.

- Vou fazer meus pais levantarem do túmulo pra virem até essa estúpida escola - Josh fez todos ficarem perplexos. Inclusive eu. Henrique fez uma careta direcionada a ele, com reprovação.

- Nesse caso, você tem algum responsável que possa vir em seu favor? - Josh retirou o olhar de Henrique e olhou com desdém pra Mandy.

- Uma tia - ele resmungou.

- Quero que ela se apresente aqui amanhã de manhã. E senhorita Collins, espero que não tenha problemas em trazer seus responsáveis aqui também - eu neguei com a cabeça - muito bem. Estão liberados.

Josh e eu nos levantamos, direcionei um olhar a Henrique e ele piscou. Sai da sala da diretora junto com Josh.

- Você não devia ter se metido em confusão por minha causa - disse.

- Não importa, já está feito - ele voltou ao tom frio e arrogante.

- Mesmo assim obrigada e, Josh... sinto muito pelos seus pais - ele permaneceu calado enquanto andávamos até o estacionamento, deixei ele com seus pensamentos e me despedi. Suspirei em alívio quando entrei dentro do carro do meu motorista e ele me levou pra casa.

Continua...

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