Capítulo 17

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Não houve pensamentos voando dessa vez, mesmo que eu tenha motivos. Henrique estava lá, explicando sobre lendas e eu realmente prestei atenção dessa vez. A sala tinha mais de cinquenta alunos, eu suponho, pois ela é realmente grande, mas de alguma forma Henrique parecia direcionar seu olhar pra mim, mas não da forma professor-que-quer-que-você-aprenda. E pela primeira vez eu notei que isso é realmente estranho. Tipo, realmente. O que raios ele quer comigo? Será que ele é um daqueles velhos psicopatas estupradores que curte meninas mais novas? Tá, que exagero ele não é velho, pois ele me disse que tem vinte e dois anos, mas não deixa de ser estranho. E ele pode ser lindo o que for, eu ainda me sinto estranha perto dele. E não é um estranho bom do tipo estou-apaixonada-por-você-me-beija, é mais um estranho o-que-raios-você-quer-comigo?. Porque vamos considerar, tem garotas muito mais lindas aqui, não só de rosto como de corpo, então talvez esse não seja o motivo dele.

Minha mãe poderia ter contratado ele pra ver se eu sou esforçada! Não. Isso não soa como a minha mãe, e mesmo se soasse eu estaria reprovada no teste. Talvez ele só esteja preocupado com o meu estado zumbi caótico dentro de sala. De qualquer forma, eu não posso ser uma das últimas alunas a sair novamente. Jeesh, lá estava eu voando de novo. Ele tem motivos por me dar sermões.

-...a lenda das Sereias, é uma das mais ouvidas popularmente. Elas tem o dom de encantar homens, apenas com a voz - ele parou e olhou para toda a sala, avaliando, eu acho. Ele passou o olhar por mim e eu fiquei aliviada por ver que o olhar dele continuou pelo resto da sala - elas cantavam, e seduziam eles para as suas próprias mortes.

- Professor - uma garota que eu não conheço levantou a mão.

- Pode falar - Henrique gesticulou.

- Não existiam sereios? - e então todo mundo na sala explodiu na gargalhada. O professor acalmou a sala para poder responder.

- Acredito que não seja essa a palavra usada para homens Adyn - todos sorriam baixinho. Patéticos. O sino tocou aliviando tanto a tensão de Adyn quanto a minha. Eu joguei meu caderno pra dentro da mochila meio apressada, mas sem querer aparentar estar apressada demais. E em seguida sai da sala enquanto algumas pessoas sufocavam Henrique na sua mesa. Fui até o meu armário e Josh estava no dele, ao meu lado.

- Oi - falei rapidamente. Ele me olhou com aquele estilo bad boy, desviando a atenção dos livros que ele tentava colocar no armário. E voltou a sua atenção novamente para os livros que pareciam tão rebeldes quanto ele. Eu fiquei incrédula, ele tinha acabado de totalmente me ignorar. Fiz uma carranca e peguei o livro que precisava fechando o meu armário e saindo dali o mais rápido possível.

Entrei na aula do professor de história, como previsto, Josh ja estava na sua cadeira atrás de mim com aquele olhar arrogante e rebelde. O maxilar bem definido, os olhos selvagens. Okay, ele é um babaca, mas um babaca lindo. Connor iria gostar dele com certeza, se bem que Nathan está fazendo um bom trabalho. Mas Josh era do tipo cobiçado valioso pelas meninas, ao menos foi o que eu ouvi dizer por aí. A sua "fama" de misterioso se espalhou rapidamente pelas meninas da escola, mas ele não era do tipo de dar moral pra qualquer uma. Não que eu me importe, ele pode ser lindo de tirar o fôlego, e acredite, ele é, mas ainda assim...

Sentei no meu lugar antes de ficar encarando ele como na última vez e ele considerar o fato de eu realmente estar flertando ele. A sala está uma algazarra, as pessoas agitadas até demais, uns garotos fazendo guerra de bolinha de papel, tive sorte de desviar de uma e chegar no meu lugar sem ser atingida. O professor entrou como um furacão.

- PAREM! PAREM! PAREM! - ele gritou e todos obedeceram sentando nos seus lugares - eu não acredito que uma turma do ensino médio está fazendo uma bagunça do fundamental! - ele olhou duro pra todos nós.

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