Capítulo 5

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Mal percebi que tinha dormido quando vi alguém remexer a cama. Abri os olhos lentamente e com a vista ainda embaçada por conta de ter acabado de acordar, vi um mini projeto pulando na minha cama. Judy. Oh raios quem deixou a pirralha entrar no meu quarto? Eu juro que mato ela e a desleixada da babá. Não me leve a mal, simplesmente fico mal humorada quando sou acordada no meio de um belo sono cheios de sonhos.

Abri minha boca pronta pra reclamar ainda de olhos fechados, quando percebi que o vai e vem tinha acabado. Ela pulou de uma só vez no colchão, e colocou as mãozinhas no meu rosto. Em seguida depositou um beijo molhado na minha bochecha. Okay, senti menos vontade de matar ela. Abri meus olhos e ela sorria como uma boneca, voltei a fechar meus olhos.

- Acolda Nena, ta esculão - ela disse com meio voz de bebê, não entendo como uma garotinha de quatro anos ainda fala errado as vezes, por isso apelidei ela de Cebolinha. Ela depositou um tapinha fraco no meu rosto e eu abri meu olho de uma só vez. Bom, não vou dormir tão cedo com ela por aqui - Nena ? - ela virou o pescoço pra ficar na direção do meu.

- Ain Judy, por que me acordou ? - eu disse meio emburrada.

- Ta esculo - ela repetiu fazendo bico -  mamãe disse que eu podia vir acoldar você - ela apontou pra mim com o dedinho. Eu coçei os olhos e olhei pra porta de vidro da varanda vendo que estava de noite. Oh céus, eu dormi muito. Tive quase um pequeno coma. Então eu lembrei, de ter vômitado na escola, do mal estar que senti depois, eu estava realmente mal. Minha mãe entrou no quarto e sentou-se ao meu lado na cama.

- Olá querida - ela depositou um beijo na minha testa.

- Mãe, por que não me acordou antes ? - perguntei.

- Ah, os médicos recomendam repouso minha filha. Você precisava se recuperar. Aliás, eu te dei um sonífero fraco pra dormir - eu arregalei os olhos.

- Mãe! Eu não tava tão ruim assim - estava sim, mas não era motivo pra minha mãe me colocar pra dormir com remédios.

- Querida, o que acha de irmos comer em um restaurante hoje? - ela mudou de assunto, Judy começou a pular de novo em cima da cama.

-  Êh, taurante ! - Judy gritou. Com certeza eu lembrei dos melhores restaurantes da cidade, os quais pertenciam ao pai de quem eu quero ignorar.

- Péssima idéia. Ah mãe, vamos comer qualquer parada por aqui e dormir. Eu tenho aula amanhã e esse sonífero não tem nada de fraco, porque eu ainda to morrendo de sono e não vou andar por aí assim - mal tinha percebido que tinha acabado de falar em desparada. Judy parou de pular e sentou na cama emburrada.

- Eu quelo ir - ela fez bico.

- Isso! Ótima idéia. Podem ir, eu vou ficar bem, preciso terminar a minha serie favorita- minha mãe espremeu os olhos.

- Aquela sua série de maluco ? E você quer assistir ela sozinha Helena ? - ela me olhou com os olhos arregalados.

- American Horror Story não é uma série de malucos - fiz uma carranca - e o que eu quis dizer é que preciso rever Gossip Girl - ela suspirou.

- Você adora ir pra restaurantes - ela me olhou desconfiada.

- Mãe, eu só quero ficar deitada assistindo até dormir - dei nos ombros.

- Sem comer ? - ela quase gritou.

- Mãe bola logo - Judy interrompeu. Suspirei.

- Não né mãe. Tem tanta comida aí, além do mais a Augusta tá aqui. Ela prepara alguma coisa pra mim. Agora vão logo que vocês tão perdendo tempo - fiz menção pra elas se levantarem. Judy não perdeu tempo, escorregou até o chão e começou a puxar a mãe.

- Você vai ficar bem? - eu revirei os olhos.

- Lógico. Adeus - eu levei elas até a porta. Antes de sair completamente minha mãe me olhou.

- Ainda acho que você deve ir - eu bufei alto.

- Ahhhhhh. Vai logo. Leva seu príncipe encantado com você e me deixa em paz - eu fechei a porta, meio que na cara dela. E me arrependi por isso depois.

Tomei um banho e vesti uma roupa confortável pra dormir. Com roupa confortável quero dizer um vestidinho leve de cetim cor de pérola. Um dos meus preferidos. Sempre tem aquele vestido que te deixa sexy e confortável. E a parte do sexy, quem não gosta de se sentir assim não é ? Mesmo que pra si mesmo, como no meu caso.

Desci pra ver o que tinha pra comer. Não vi problemas em descer com roupa de dormir já que só a Augusta está em casa. Fui até a cozinha sem escutar barulho algum a não ser o dos meus passos. Estranho, Augusta vive batendo panela o dia todo. A cozinha estava vazia, e tinha um bilhete no balcão. Me aproximei e peguei.

"Senhorita Helena, tive que sair pra fazer as compras. Sua comida está pronta em cima da mesa.

De: Augusta Soares/Augus"

Eu sorri. Ficar sozinha em casa não me apavora nem um pouco.  Tinha estrogonoff de carne, arroz, feijão e salada de ervilha. Após jantar fui ao meu quarto e escovei os dentes. Depois liguei a televisão e me afundei nos meus travesseiros, liguei a televisão e fui assistir Gossip Girl.

Pra ser sincera, eu não queria assistir nada, tudo parecia chato. E eu sei que a minha família costuma demorar bastante quando sai pra jantar pelo fato de irem em outros lugares depois. Sem contar as compras da Augusta, a mulher compra a casa toda. Então, ela também demora bastante. Sono? Eu realmente tava sentindo na hora que minha mãe havia me chamado pra sair, mas agora eu estava totalmente acordada. O meu celular vibrava com mensagens do Whatsapp e do Facebook. Não faria mal responder então puxei meu celular de cima do criado-mudo e começei a responder minhas amigas de Nova York.

"VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!" Emy me mandou mensagem.

"Em?"- respondi.

" Sai com o Alex. AHHHHHHHHHH. Estou pirando, ele é perfeito" Alex Guilber era um dos garotos mais ou menos notados. Ele era conhecido por ser um cara legal e bonitinho. Ela era apaixonada por ele desde o oitavo ano.

"Uau, finalmente o destino resolveu unir vocês" eu estava digitando quando ouvi um barulho. Dei uma olhada ao redor do quarto. A única iluminação que engolia o quarto era das luzes dos postes da praia, que ficavam um pouco perto, já que o meu quarto é no segundo andar. Não escutei mais nada então fiquei convencida de que seria o barulho das ondas do mar, que estavam um pouco longe, mas dava pra escutar. Continuei digitando - "Boa sorte"

"obrigada. E como está por aí?"

Eu fiz uma careta lembrando de tudo e estava prestes a falar sobre as coisas que estavam acontecendo, incluindo Willian, mas eu ouvi o barulho novamente. E não era dentro de casa, me parecia vir da varanda. O barulho foi ficando mais urgente e mais rápido, dessa vez não peguei um abajú, mas sim o meu bastão de beisebol que ficava na mesma parede da cama. Escutei um baque meio pesado na varanda e em seguida uma sombra masculina invadiu o quarto. Meu coração estava a mil e a sombra ficava mais grande devido a pessoa se aproximar da porta da varanda.

O pavor tomou conta de mim, pois meu closet ficava do outro lado e se eu fosse pro outro lado a pessoa com certeza me veria, pois a porta da varanda é de vidro. Ficar em baixo da cama? Bom, ela era box, então esquece. Eu estava suando frio e literalmente confiando no meu taco. A pessoa se aproximava cada vez mais, e o pior, a porta da varanda estava destrancada.

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Nota da Autora

Olá peoples? Espero que estejam tão nervosos quanto eu e a Helena. O próximo capítulo sairá logo logo, prometo, e espero que gostem. Quem será que está na varanda da Helena ? Será que ela está em perigo?

Não esqueçam de votar na história e comentar o que vocês acham, okay? Isso inspira super os meus dedinhos e os meus pensamentos. Beijos de néon, e até o próximo capítulo.

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