Acordei de manhã, era o meu dia de folga mas tinha que ir para a escola. O Niall não estava na cama, tomei banho, vesti-me e prendi o meu cabelo num coque. http://www.polyvore.com/cgi/set?id=95519990
Desci as escadas, cheirava bastante bem. O Nialler tinha cozinhado? Dirigi-me à cozinha e na longa mesa estava bastante comida, leite, café, chá, torradas, manteiga, doce, torta, sumo de laranja, fruta, ...
-Bom dia dorminhoca. – ele sussurra-me ao ouvido, agarrando-me a cintura.
-Eu sabia que tu estavas a tentar engordar-me.
-Não gostas? Eu posso fazer outra coisa, ou podemos ir comer a um café... – ele demonstrava preocupação na voz.
-Amor. Está perfeito. – virei-me e beijei-o.
Óptimo, o fogo já estava a acender-se, porque é que ele tinha este efeito sobre mim? Basta tocar-me e todo o meu corpo entra em chamas.... Estou a amá-lo de uma maneira tão absurda que chega até a doer. Sinto que pode tudo acabar, que ele é bom demais para mim, que quero dar-lhe o mundo, que quero fazer tudo por ele. O que há de errado comigo? Eu não me sentia assim com o Daniel. “CALA-TE JESSICA, NÃO VOLTES A PENSAR NELE!” o meu consciente disse.
-Amor?
-Ahm, desculpa...
-Senta-te. – ele pegou-me ao colo e colocou-me na cadeira.
-Porque é que vestiste essas calças?
-São leggings, e qual é o problema?
-São de cabedal... – ele mordeu o lábio inferior.
-Não me digas, qual é o problema?
-Usares isso à minha frente sem eu poder atirar-te para a cama e foder-te é doloroso. – ele fez beicinho e eu ri-me.
Agora que eu estava a comer enquanto era observada pelos olhos desejosos do Niall, algo veio-me à cabeça. Se ele não tinha emprego, onde é que ele arranjou o dinheiro para me comprar aquelas roupas todas no dia do funeral? Não resisti em perguntar.
-Nialler, onde arranjaste o dinheiro para me comprares aquilo tudo no dia do funeral? – sinto que me estou a meter onde não sou chamada, mas isto realmente intriga-me, não é por falta de confiança.
-Ah, durante as férias do Verão eu trabalhei numa empresa, e consegui juntar algum dinheiro... Tu sabes... Para a minha irmã. Só que quando ela morreu a meio do tratamento, o médico, como era amigo do meu pai, decidiu dar o dinheiro de volta. E é esse dinheiro que eu uso, é bastante.
-Tu usaste o dinheiro da tua irmã... Comigo? – estava surpreendida, e a sentir-me um pouco mal.
-Sim. – ele encolheu os ombros e dirigiu a sua atenção novamente para a comida.
-Não faças mais isso. – eu digo.
-Jessica, o dinheiro é meu, já te disse para me deixares gastá-lo no que eu bem quiser. – ele estava a começar a irritar-se.
Não respondi, não o queria ver chateado comigo, não agora. Ele agarrou a minha mão, e pediu desculpa baixinho. Eu sabia que ele era frio devido à morte da sua irmã, por ter escondido aquele terrível segredo de mim, e entre muitas outras coisas que eu ainda ia descobrir, ele ainda estava a tentar habituar-se a ser gentil.
Eu não acreditava que ele fosse um dia conseguir ser como o Daniel nesse aspecto. Antes de ele me ter feito o que fez, era a pessoa mais querida e atenciosa do mundo. O Niall nunca foi assim, mas não é algo que eu exija. Senti uma lágrima rolar dos meus olhos ao lembrar-me do Daniel.