Corro para a escola, apesar dos meus ténis altos não me darem muito essa possibilidade. Eu não iria suportar ver um dos dois feridos, por favor tudo menos isso... Tenho uma relação tão diferente com os dois, eu devia estar apaixonada pelo Harry, não pelo Niall. O Harry importa-se comigo, é um dos meus melhores amigos. Protector, preocupado e eu amo-o imenso. O Niall é completamente diferente, é tão... Meu deus, quem quero enganar? Ele é completamente perfeito. Mas porquê ele coração? Porquê o Niall? Porque é que todos os meus pensamentos giram em torno dele? Porque é que perco o equilíbrio sempre que ele me olha nos olhos? Porque é que eu quero tanto passar a minha vida do seu lado, para sempre? Que coisa.
Estou quase a chegar à escola, já posso ouvir pessoas a gritar. O cenário que aparece à minha frente é tão mau como eu temia. Ou pior, talvez. O Harry estava agarrado ao Niall enquanto ambos socavam a cara um do outro, e a Chloe estava num canto a vomitar, provavelmente por causa da gravidez. O Nialler estava de costas para mim, por isso não pude ver se estava magoado, mas num impulso corri para o meio de toda a gente e pus-me entre os dois.
-Podem parar? AGORA?! – digo olhando entre os dois.
-És um idiota. – o Harry diz, enquanto o Louis o empurra para fora dali.
-E mesmo assim nem aos calcanhares me chegas. – ele riposta.
A confusão está a acalmar, e o Niall foi para perto da Chloe, para a ajudar com os vómitos. Incrível como, mesmo assim, era eu que deveria estar no lugar dela.
Os ferimentos dos rapazes são graves, mas eles recusam-se ir ao hospital, ou mesmo à enfermaria. Peguei num lenço vermelho que tinha atado ao pulso e estendi-o ao Harry, mas ele negou com a cabeça.
-Vai dá-lo ao Niall.
-O quê? Não Harry, ele não me interessa!
-Faz isso, Jessica. Eu tenho um lenço comigo, eu fico bem. – ele pegou no lenço que tinha atado aos seus perfeitos caracóis e com ele limpou as feridas.
Dirigi o meu olhar para o Niall, e ele olhava para mim atento. Talvez estivesse a olhar para mim e para o Harry, para ver o que fazíamos, eu adorava vê-lo com ciúmes. Deixei um beijo suave na cara dele, e andei vagarosamente até ao Nialler.
-Toma. – estendi-lhe o lenço.
-Hm, obrigado. Podemos falar? – ele olhou-me com aqueles olhos azuis. Acenei rapidamente com a cabeça. Vocês conseguem resistir àquele olhar? Pois eu não.
Ele agarrou levemente o meu braço, no sítio onde ele me tinha provocado a ferida. Mordi o lábio inferior, tentando abafar o gemido de dor. Ele pareceu reparar, porque agarrou rapidamente a minha mão e corou, o que era estranho de se ver nele mas ao mesmo tempo, adorável. Sentir os dedos dele enroscados com os meus é uma das coisas que tenho mais saudades.
-Desculpa por tudo, ok Jessica? Eu não te mereço, nunca mereci aliás! E fazer sexo com a Chloe naquela noite é uma das coisas de que eu mais me arrependo. Eu amo-te, e por favor, nunca duvides disso. Mas eu sou o pai daquela criança, não a posso deixar sozinha nisto, não sou assim. Percebes? Sabes aquilo que eu dava para que fosses tu a mãe dos meus filhos? Mas eu realmente não sei o que fazer agora. – ele passa as mãos na cara.
-Está tudo bem, Nialler. – sussurro, percebendo apenas agora a gravidade da situação. Eu e ele não podíamos estar juntos. Não depois de ele ter engravidado alguém. E isso está a destruir-me por dentro.
-E nós? – ele pergunta com a voz mais doce que eu alguma vez ouvi.
-Acabou. – sussurro contra o seu peito, sentindo novamente as lágrimas a ameaçaram cair.