ESTOU PREPARADA PARA BATER NESTE CARA ENQUANTO lágrimas começam a fluir através das minhas bochechas, provocadas por uma mistura de exaustão e o pensamento de que no meio de uma invasão alienígena, eu possa ser morta por algum punk humano. - Oh, não vai chorar? - o homem murmura. Apesar das lágrimas, eu consigo rir um pouco do cara que está me dizendo para apoderar de mim mesmo enquanto segura uma arma na minha cara. Felizmente, eu não tenho que dar uma de Jedi com ele. Seus amigos interrompem. - Que porra é essa, Jay? - um dos caras atrás diz. - Ela é apenas uma criança. Jay abaixa a arma, com as mãos tremendo. - Desculpe - diz ele em voz baixa. Ele não parece muito mais velho que eu, talvez tenha vinte anos.
Minha ficha cai sobre a realidade da minha situação. - A cidade está sendo invadida por alienígenas e você idiotas estão roubando um banco? - eu digo alto o suficiente para todos os três deles me ouvirem. - Ei - diz Jay, na defensiva, - nós estamos apenas tentando ver o lado bom das coisas. Toda a tristeza que tinha se apoderado de mim se transforma em raiva. Eu cuspo o veneno da minha boca antes mesmo de eu perceber que estou gritando. - Você tem alguma ideia de como está lá fora? Meu padrasto foi assassinado tentando me proteger. Eu não tenho ideia do que aconteceu com a minha mãe. Eu tenho certeza que eu vi um monte de gente ser atropelada no metrô por pessoas apenas tentando escapar. Não mortas por alienígenas, mas por outras pessoas. Quem sabe quantos foram mortos por esses alienígenas bastardos? E você quer me dizer que o lado bom da coisa é você e seus companheiros roubarem um banco enquanto tudo está indo por água abaixo? Como você pode ser tão egoísta? Jesus. Você poderia estar ajudando as pessoas a sair da cidade ou algo assim. O meu pensamento vai imediatamente de volta para todos que eu deixei para trás - todo mundo por quem eu não protegi ou lutei porque eu venho tentando chegar ao centro da cidade. Os vizinhos do meu bairro. O grupo que eu deixei na igreja. Droga, até mesmo as pessoas no ônibus, que por um segundo eu estava prestes a forçar a me levarem para o centro da cidade. Minha cabeça começa a tremer e as lágrimas vem de novo, porque mesmo que eu saiba que eu deveria estar indo encontrar a mãe, há uma voz na minha cabeça me dizendo que eu deveria seguir o meu próprio conselho. Claro que ela quer me ver e se reunir, mas que ajudar outras pessoas é tão importante quanto. Talvez mais. Eu deveria estar tentando fazer algo de bom que esteja ao meu alcance. Jay olha para mim com os olhos arregalados, como se todas as coisas que eu falei já se estivessem em seu subconsciente, e ele está furioso com ele e comigo por trazê-la para seu consciente. Seus dois amigos, entretanto, não parecem se importar, porque assim que sua mochila fica cheia, eles dão um tapa nas costas dele e acenam na direção da porta. - Acabamos aqui - o cara com a mochila diz. Eu limpo meus olhos, sentindo-se estúpida por chorar na frente deles. - Talvez você tenha esquecido, mas há um monte de alienígenas lá fora - eu murmuro. - Saia lá fora e você estará ferrado. - Eu não vou ficar sentado em cima de todo esse dinheiro à espera de ser pego. - Nós passaremos por eles e acabaremos com eles - o outro cara diz, segurando uma outra arma. - Não, tipo, eles estão bem aí fora - eu tento fazer ele ver a razão. - Foi por isso que eu entrei aqui, em primeiro lugar. Há uma dúzia daqueles malucos pálidos. - Talvez devêssemos esperar aqui por enquanto até que a barra esteja limpa - diz Jay. Ele espreita para fora da janela, mas a partir de aqui ele não pode ver muito além do quarteirão. - Cara, nosso carro está virando a esquina - diz o terceiro indivíduo. - Nós entramos, ligamos e estaremos fora da cidade em dez minutos com muito dinheiro. Não seja idiota - ele aponta para mim. - A próxima pessoa que entrar pode não ser uma garota estúpida. Pode ser a polícia ou da Guarda Nacional ou alguma merda. Você quer estar por aqui quando eles chegarem? De alguma forma eu consigo manter a calma e não o jogo contra a parede. - Eu estou apostando que os policiais têm coisas mais importantes em suas mentes do que você agora - eu me viro para Jay. - Não diga que eu não avisei vocês. A voz da minha mãe pode estar me dizendo para ajudar as pessoas, mas eu estou supondo que ela ia tomar exceção quanto a estes tolos. E se eles querem se perder para roubar um monte de dinheiro isso é problema deles, não meu. O cara que não está segurando a mochila solta um grande suspiro exagerado e passa por Jay. Em segundos ele está fora na calçada, olhando ao redor. Ele chama os que estão do lado de dentro. - A barra tá limpa - ele diz, gesticulando com a arma. - Vamos, seus otários. Jay me dá uma última olhada, e então segue para a saída. Eles estão a poucos passos de distância da porta quando o cara de fora grita e dispara algumas vezes na direção da rua. Algum tipo de explosão rasga através do cara lá fora. Ele cai como uma rocha. De repente, a rua fica brilhante. Um poste de luz cai da parte de cima e ilumina o banco, me cegando. Eu levanto meu braço por instinto para cobrir meus olhos e afastar a claridade. Demora um segundo para eu perceber que não é apenas um foco de luz pairando no ar, derramando luz dentro do banco. É uma nave. - Puta merda, o que... Eu não consigo terminar a frase. Um crepitante ruído eletrônico enche o ar enquanto a pequena nave atira em nós. As janelas quebram. Eu caí no chão com força, e me rastejo para me para me proteger atrás de um quiosque no meio do banco. Jay e o outro cara estão em pé com as armas e disparando contra a luz. Idiotas. Eu grito com eles novamente, mas não adianta. Jay não dura muito tempo. Algum tipo de luz irrompe através de seu peito, diferente dos tiros elétricos que eu vi antes. Eu estremeço. O cara com a mochila se vira para correr, mas ele não chega muito longe antes de ser atingido também, a mochila deslizando pelo chão em direção aos fundos. Três pessoas mortas, simples assim. Eu fico imóvel, com esperanças de que não há nenhum tipo de míssil infravermelho ou qualquer tipo de coisa na nave que possa me encontrar. Talvez se eu não me mover, nem sequer respirar, eu vou ficar bem. Então eu ouço os passos. Um grupo de alienígenas - provavelmente os que eu vi anteriormente - estão se reunindo lá fora. Merda, merda, merda. Eles rosnam um para o outro no seu idioma estranho. Em seguida, um deles dá um passo à frente, arrastando-se através da janela quebrada. Ele está vestido com um uniforme preto como os outros e tem tatuagens em espiral na sua cabeça que seguem até atrás das orelhas. Ele chuta Jay, que não responde. Ele faz a mesma coisa com o outro cara, que também não responde. Rezo para que ele vire e saia. Em vez disso, ele continua vagando mais para dentro do banco, sua arma na mão, olhando para outras pessoas. Eu me torno tão pequena quanto possível, me curvando como uma bola contra o quiosque. Mas eu não sou suficientemente pequena. Ele está vindo da parte de trás do banco quando ele olha por cima e trava os olhos comigo. Estou ferrada. Minhas mãos se atiram para a frente e os alienígenas voam, batendo na parede de trás do banco com força o suficiente para que se transformem em uma nuvem de poeira extraterrestre. Eu posso ouvir vozes vindo da frente novamente, e eu espreito em torno do quiosque para ver duas outras aberrações alguns passos à frente, canhões prontos. Minha mente corre. Eu não sei se o quiosque pode lidar com mais danos. Deve haver alguma saída nos fundos ou alguma coisa do tipo, mas se a nave começar a atirar de novo, eu vou provavelmente morrer. Tento priorizar e lidar com o perigo mais próximo. Com um aceno de mão, as armas dos dois Mogadorianos em frente são jogadas para longe, de volta para a rua. Há um momento de silêncio entre o resto deles antes dos outros começarem a disparar em direção do banco sem qualquer alvo real. Eu agito minhas mãos de novo, e os dois alienígenas desarmados flutuam à frente do resto de sua tropa, me protegendo dos tiros durante tempo o suficiente para que eu possa mudar para um ponto atrás de um sofá de couro mais para trás dentro e, pelo menos, colocar alguma distância entre nós. Mas os escudos alienígenas não se sustentam por muito tempo antes deles se tornarem cinzas também, então eu lanço uma mesa na direção do tiroteio. Acho que até consegui acertar dois dos bastardos. Talvez eu tenha uma chance contra esses caras, afinal. É quando eu percebo que a nave está se reposicionando para atirar no banco novamente. Eu posso ouvir algum tipo de zumbido que soa como um aquecimento acima do motor. E eu estou me escondendo atrás de um sofá pequeno. Eu engulo em seco. Minha cabeça começa a latejar. - Mamãe... -eu sussurro enquanto eu levanto minhas mãos na frente do meu rosto. Uma bola de fogo voa através do ar em algum lugar do quarteirão. Há uma explosão, e de repente a rua fica escura.
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Os Arquivos Perdidos #13 (Legados Renacidos)
Teen FictionA invasão mogadoriana a Terra já começou e a vida de uma adolescente mudará para sempre. No inicio, Daniela Morales pensou que a nave espacial que atacou Nova York na televisão era apenas parte de algum filme de ficção científica. Então a terrível v...