- VOCÊ SABE AONDE ESTÁ INDO? - SAM GRITA. Eu olho por cima do meu ombro. Os dois estão me perdendo por alguns metros, mas aproximam-se. O que tem de especial em mim hoje que faz as pessoas pensarem que eu estou no comando? - O quê? - eu volto minha atenção para a frente novamente. - Vocês estão me seguindo agora? - Você conhece a cidade, certo? Turistas estrangeiros malditos. Uma explosão quebra a rua em algum lugar atrás de nós. Eu olho para trás e vejo que Sam e John estão bem, mas metade do quarteirão é nada além de fumaça, poeira e detritos agora. O banco desapareceu. Não está mais lá. Este deve ser a merda do próximo nível. A cidade sendo demolida. Eu engulo a minha preocupação e foco em me mover. - Precisamos sair da rua! - John grita. Claro. Sem problemas. Eu só vou erguer uma tampa de bueiro ou algo assim. Eu vejo uma sinalização verde de estação de metrô a algumas quadras. - Por aqui! - eu grito de volta, tendo uma esquerda e atravessando a rua. A cortina de fumaça e detritos passa por nós, e eu fico tossindo através dela, até estarmos fora da avenida principal e em direção a uma rua lateral onde tem edifícios bloqueiam a maior parte dela. Eventualmente, nós conseguimos chegar ao subterrâneo por uma das entradas do metrô na Bleecker Street. Estamos dentro por apenas alguns segundos antes de toda a estação começar a tremer. Pelo menos está parada e vazia - embora isso não seja exatamente reconfortante. As vibrações se intensificam, e eu não perco tempo pulando a catraca. Eu sigo para a 6, já que esse túnel vai me levar na direção certa. Eu acho difícil traçar rotas na minha cabeça, já que estou com medo do metrô explodir ao meu redor a qualquer momento. Pisos caem das paredes. Pedaços do teto chovem no chão. John e Sam seguem atrás de mim, gritando para eu ir mais rápido, mais adentro na estação, como se eu não estivesse correndo rápido o suficiente, descendo as escadarias do metrô com apenas alguns passos. Quando finalmente chego às faixas, eu hesito por um segundo, pensando nos avisos da minha mãe sobre ser atropelada por um trem e de ser eletrificada nos trilhos. O tipo de coisa que ela dizia para mim desde que eu era criança. Só que eu estou supondo que ela nunca imaginou que eu estaria em uma situação onde uma estação de metrô está literalmente caindo em torno de mim por causa de uma nave de guerra alienígena maldita. Eu salto para baixo. Algo espirra quando eu alcanço o chão. Os trilhos estão inundados por um líquido que se levanta sobre meus sapatos, e eu espero por Deus que seja apenas água. Pelo menos acho que os trilhos estão desligados, porque até agora não fui eletrocutada. Os meninos seguem atrás de mim, e as mãos-lanternas de John voltam a se acender durante o caminho assustando um grupo de ratos. - Que nojo, nojo, nojo! - eu repito para mim mesma enquanto continuo correndo para dentro do túnel. Tudo ao meu redor está tremendo. Parece a terra vai nos engolir. E é mais ou menos o que ela faz. Há uma rachadura acima de mim. Eu olho para cima a tempo de ver um pedaço gigante de cimento caindo em minha direção. Eu grito, cobrindo minha cabeça. Mas eu não morro. Quando eu olho de novo, meu nariz está a alguns centímetros de distância de um pedaço da laje do teto do túnel, que está pendurada no ar. Eu penso por um segundo que talvez eu esteja fazendo isso de alguma forma, mas então eu olho para trás e vejo John. Ele está de joelhos na água e parece que está sendo esmagado, sobrecarregando os músculos como se o peso do mundo estivesse em cima dele. - Nós temos que segurar o teto! - Sam grita. - Nós temos que ajudá-lo! Suas mãos vão para o ar e eu vejo uma pitada de alívio no rosto de John. Eu olho para o túnel. Eu não consigo ver o final, mas eu sei que se eu continuar indo eventualmente irei chegar na Ponte do Brooklyn. Então é apenas uma questão de tempo até eu chegar na Wall Street. Até eu encontrar minha mãe. Eu poderia apenas ir. Poderia deixar esses caras para trás. Talvez eles ficariam bem sem minha ajuda.
Mas um pensamento que eu tenho tentado silenciar soa na minha cabeça. Você não sabe se ela está viva. É verdade. Eu sei que é. Eu só não quero considerar isso. Mas está ficando mais difícil de ignorar, quando existem alienígenas explodindo prédios inteiros na minha frente. Quando eu vi tudo o que eu testemunhei nas últimas horas. E quando eu olho para trás e troco um olhar com Sam - com sua expressão frenética; veias em seu rosto e pescoço - eu sei que não posso abandonar esses dois. Não é o que minha mãe iria querer que eu fizesse. Além disso, eu devo uma para eles. Eu levanto minhas mãos sobre minha cabeça, empurrando para cima com a minha telecinese. Eu posso sentir um pouco de elasticidade no cimento quando a minha força é adicionada à deles. Minha cabeça volta a latejar, e eu mordo meus lábios, tentando ignorar. John respira com dificuldade quando ele se move para a frente, até que todos os três de nós estarmos de pé. Atrás dele, alguma do túnel - ou, mais provavelmente, toda a rua acima - cai com um splash. - Andem... recuem - o cara soa como se ele estivesse prestes a desmaiar. - Vamos recuar... lentamente. Recuamos um passo de cada vez, tentando manter o túnel reforçado com a nossa telecinese. É pesado no início, mas a cada passo fica pior. Quase insuportável. Meus braços ficam fracos. Meu cérebro parece que vai explodir. - Merda, merda, merda - eu fico repetindo. John sussurra algum tipo de incentivo, mas eu estou tão concentrada para não ser esmagada que eu quase não ouvi. Eu olho para Sam, que parece estar tendo dificuldades iguais às minhas. Nós continuamos caminhando, pouco a pouco, deixando pedaços do túnel cair quando estamos a uma distância segura. Em algum momento, realmente começa a parecer mais fácil. Acho que meus músculos da mente devem ter inchado antes de eu perceber que nós estamos finalmente longe o suficiente dos túneis e que nós conseguimos superar o colapso. Finalmente, podemos parar de segurar o teto. Quando eu solto, eu me sinto fraca. Eu sinto que extrapolei. Eu dou alguns passos instáveis para o lado do túnel e encosto na parede. A última refeição no meu estômago vem à tona, espirrando na água imunda em meu pé. John dá alguns passos em minha direção. Eu pareço destruída, mas ele parece ainda pior. Sam está ao seu lado, lutando para manter o cara em pé. - Ah cara, ele está morrendo? - pergunto. - Por mais que estivéssemos segurando teto, ele provavelmente estava segurando quatro vezes mais - Sam responde. - Ajude-me com ele. Eu hesito por um momento, tentando se certificar de que eu não vou entrar em colapso, antes de eu puxar o braço de John sobre o meu ombro, a mochila intrometendo-se contra o seu lado. Ele está suado e nojento e eu tento não fazer uma careta - ou pensar sobre como eu provavelmente também estou suada e nojenta. - Ele acabou de salvar minha vida - murmuro. - Sim - diz Sam. - Ele faz muito esse tipo de coisa. Damos apenas alguns passos mais para dentro do túnel antes de John desligar o Lúmen. Então ele desmaia. - Oh merda, ele está morto - eu digo. - Não - Sam me corrige. - Ele está apenas desmaiou. Por que você diria isso? - Eu não sei! Esta manhã eu nem sabia que alienígenas existiam, droga. Nós seguimos adiante. O túnel é escuro, mas eu consegui tirar meu telefone e ligar a lanterna, o que nos permite ver um pouco. Pelo menos o desmoronamento deve ter assustado todos os ratos. É um pequeno milagre. John pesa uma tonelada, e se não fosse por nossa força combinada, eu duvido que apenas Sam ou eu seriamos capazes de arrastá-lo para longe. Mas conseguimos, de algum jeito. Passamos pelo o que eu acho que é a estação de Spring Street. É difícil dizer, porque a plataforma da estação está completamente destruída também. Destruída. Eu não disse nada quando passamos por ela, apenas balancei a cabeça e volte a me concentrar em manter minhas pernas em movimento. - Você tem alguma ideia de onde estamos? - Sam fala alguns minutos depois. - Uhhh... - eu tento imaginar mapas de metrô na minha cabeça. - Talvez sob Little Italy? Ou Chinatown? Eu acho que a Canal Street é a próxima estação. - Merda. - O quê? - Nada. Eu acho que nós estávamos aqui antes. Estávamos indo para o outro lado. Para Union Square. - Bem longe daqui agora. Sam apenas grunhe em resposta. Eventualmente chegamos a um ponto onde um grupo de túneis correm lado a lado. Há um trem que parece que deve ter parado ou pulou descarrilado. O que quer que tenha acontecido, está abandonado. E seco. - Vamos descansar lá - Sam sugere, e eu não sei que eu já estive tão feliz em entrar em um trem antes. Nós colocamos John em um dos bancos e, em seguida, ficamos ali recuperando o fôlego. Todo o meu corpo está tenso. Meus braços e pernas tremerem por excesso de força. Minha cabeça latejante está ficando pior.
- Bem - Sam diz finalmente. - Nós provavelmente deveríamos deixá-lo descansar por um tempo. Eu movo a lanterna do meu telefone para o rosto de Sam como se eu estivesse em algum tipo de seriado policial. Ele estremece, levantando a mão para bloquear a luz. - Eu acho que somos apenas nós - eu digo, largando minha mochila no chão do trem. - E eu tenho um monte de perguntas para você, Sam de Marte.
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Os Arquivos Perdidos #13 (Legados Renacidos)
أدب المراهقينA invasão mogadoriana a Terra já começou e a vida de uma adolescente mudará para sempre. No inicio, Daniela Morales pensou que a nave espacial que atacou Nova York na televisão era apenas parte de algum filme de ficção científica. Então a terrível v...