Destino... Ou Morte (2)

Capítulo 1: Abra os olhos...

"Voltar a respirar é algo tão difícil quando se está no fundo do mar."

... Tento abrir meus olhos, mas sinto uma dor ao tentar abri-los, sei que tudo que eu passei não foi uma alucinação, pois ainda sinto como se estivesse amarrada por cordas por todo o meu corpo e isto faz meu coração disparar. Por alguns segundos, jurava que ainda estava no fundo do mar, mas agora  sei que não estou pois meu peito está queimando com o ar que estou respirando, sei que estou em terra plana, mas algo que tenho certeza é que eu não sai de lá sozinha, e que aquele idiota viria me buscar junto com " Eles". Sei que deveria estar atrás do Diário da Stella e tentar resolver estas coisas, se possível, mas tem algo que eu queria saber mais do que o Diário, eu queria saber quem me salvou e o porque, pois não pode ser uma simples coincidência. Minha vontade era de sair dali, e encontrar Boe, Izz, Stella, Ella, e até minha mãe, mas quando fui tentar mover meu corpo, não conseguia sentir nenhuma parte dele, tentei mover meus dedos, mas eles estavam paralisados, tentei mover minhas pernas, mas elas pareciam pesadas, começo a entrar em pânico. Ouço passos vindo até mim, sinto minhas lágrimas serem formadas mesmo com os olhos fechados mas eu não conseguia conduzi-las a sair dos mesmos e descerem por minha face.

" Salve-me!"  

Tento dizer, mas não consigo mover meus lábios, começo a pensar que estaria morta e que estaria tendo uma alucinação, pois isto jamais tinha acontecido comigo, ou com alguém que eu conheça.

" Calma, você não morreu."  Escuto uma voz familiar dizer em meu pensamento. Fico com duvidas que seria alucinação ou meu " Pai " falando comigo.

" Aonde estou? O que eu tenho? Porque não consigo me mexer?" Digo deixando o medo ser transmitido em alta tensão, sem ao menos saber se seria correspondida ou ouvida.

" Clama Seline, você está bem."

A voz volta, trazendo comigo a certeza de que nada daquilo era alucinação. 

" Não estou não! Eu não me mexo! Eu não consigo fazer nada, me ajuda!" Digo confusa e com uma vontade enorme de chorar, mas as lágrimas não queriam cair. Ouve alguns minutos de silêncio, ate cheguei a pensar que a voz já tinha partido.

" Você está dormindo..."

" Não eu estou acordada, eu sinto o coxão a coberta." Digo confusa.

" Calma, eu não sei o que você tem, pode ser uma dormência..."

Então foi ai que percebi só tinha uma maneira de eu saber que estava acordada que estava sentindo a coisas, mais não podia me mexer, eu estava...

" Paralisia do sono."

" O que Seline?" 

" Chama a Stella e o Boe na minha casa." Falo quase que com desespero pois se alguém sabia de alguma coisa, os únicos que saberiam seria Boe, Stella e Izz.

" Mas..."

" VÁ LOGO!!" Ordeno. "E não se esqueça da Izz"

O silêncio predomina o lugar, fazendo com que eu volte no passado e tente lembrar de alguma coisa que deixei passar. Foi ai que surgiu a luz no fim do túnel, o idiota tinha sussurrado algo, algo ao qual eu não consegui ouvir muito bem, mas que eu lembrei que tinha a palavra " Adormeça" . Ouço uma porta ser aberta próximo a mim, e logo em seguida escuto passos vindo em minha direção.

- Seline?

"Will?"

- Abra os olhos querida, eu estou aqui. - Ouço a voz do Will mais próximo de mim, uma vontade enorme de toca-lo surge, tudo que eu queria agora era toca-lo.

" Will? Salve-me!"

- Abra os olhos!

" Will?"

- Abra os olhos!!

" Eu..."

- ABRA... OS... OLHOS...!!!

Ele me toca fazendo um choque passar por todo meu corpo em questão de segundos, me fazendo abrir meu olhos instantaneamente, a luz do local faz com que eu perca o foco por alguns minutos. Sinto presença de pessoas ao meu lado, mas não ligo, pois vejo uma marca de corda em meu pulso o qual estava roxo. Se a dor física fosse tão grande como a dor que eu estou sentindo na minha alma, eu poderia me matar com um grão de mostarda.

- Seline? - Escuto alguém me chamar ao meu lado, olho de relance e encontro Boe.

Não dou um segundo e eu já estava nos braços dele, abraçando-o, como fazia falta este abraço na minha vida. Sinto alguém me puxar pelas costas e encontro Izz.

- Izz! - Digo quase que como um sussurro.

Abraço ela o mais forte possível, como eu estava com saudade deles em minha vida, mesmo que seja para me dar bronca, ou para buscar eles seja aonde for. Fico por algum tempo no braço dela, saboreando o meu perfume de lavanda que ela insistia em passar sem me perguntar se podia. Senti alguém me pegar pela cintura e com isto senti de volta aquele... Choque.

" Will" Penso comigo.

Assim que penso neste nome, meu coração dispara, fazendo-me voltar meu olhar para ele. Assim que viro, me deparo...

- Oi Seline - Encontro um rapaz alto de olhos verdes e cabelo negro como a noite, ele é lindo.

Eu reconhecia esta voz, ela estava em minha...Mente.

- Oi. - Digo meio frustrada e confusa.

- Como é bom saber que você está bem - Diz ele me fazendo olha-lo.

- Obrigada, mas quem é você?

- Eu sou...

- Filho? - Uma senhora de aproximadamente 40 anos aparece no quarto olho para ela por alguns segundos, eu sentia uma semelhança nela só não lembrava da onde ou de quando. Se minha mente estava confusa, agora ela estava piorando. Respirei fundo e tentei me lembrar dela, foi ai que surgiu como a luz da manhã o rosto dela no enterro do meu pai. Ela era a senhora com aquele garotinho de olhos verdes. Olho ela sem acreditar que ela ainda estava do mesmo jeito de antes.

- Olá Seline - Diz ela sorrindo para mim.

Olho para ela e depois volto meu olhar para o garoto que estava sorrindo para ela. Ele tinha os olhos verdes, os olhos de um menino que eu havia visto faz tempo.

" Aonde eu estou para encontrar eles?" penso comigo mesma.

- Na cidade dos anjos - Responde ela sorrindo.

 Meu coração acelera sem acreditar que ela havia escutado meus pensamentos, e muito menos acreditar que eu estava na cidade em que tanto procurava. Sinto todos os olhares daquele quarto pararem em mim.

Como eu fui parar lá? E nesta cidade não entra somente anjos? Então o que eu estava fazendo ali?

- Bem vinda a Cidade dos anjos Seline - Diz o menino olhando-me.

Olho envolta e encontro quarto pares de olhos me fitando.

Continua....