Não consegui pregar o olho a noite inteira. Ao invés de dormir, fiquei pensando na minha conversa com Gregori e claro nas palavras interrompidas da Blackie. Eu estava certa de que se a Blackie termina-se aquela frase, muitas coisas sobre a minha vida iria ser explicadas. Como por exemplo:
Porque eu tinha aquelas visões? Porque eu consegui entrar na cidade dos anjo? Porque a filha da morte não consegui me matar? Porque eu consegui reviver a Stella o Boe? Porque eu sinto uma conectividade com o Gregori? Porque minha sina foi expulsa?
Era tantas perguntas. Mas algo me dizia que minha sina poderia me ajudar e que eu precisava chegar o mais próximo dela rapidamente e salva-la. Qual era o meu fim? O que minha sina havia escrito?
Estas perguntas rodavam em minha cabeça a noite inteira, sem fazer pausa. E principalmente, nos momentos que eu ficava perto da minha janela; como agora.
Sim, eu estou na minha janela, olhando para a casa do meu vizinho; quer dizer, um dos quartos da casa do meu vizinho. Apesar de a luz do quarto não estar acessa, e que a única coisa que iluminava o quarto era a luz da lua cheia lá fora, dava para se notar que o quarto era arrumado. Estava tão vidrada naquele quarto que nem percebi quando algo atingiu minha janela, quebrando o vidro em milhões de pedaços, me fazendo da um grito e cair no chão logo em seguida para trás, mas não adiantou, um caco cortou o meu rosto, eu tinha certeza, pois senti o cheiro de ferrugem velha pelo ar. Não demorou muito até o Gregori e a Stella chegarem a meu quarto.
- O que aconteceu?! - Falou Stella abrindo a porta do quarto rapidamente.
- Alguém quebrou minha janela - Disse olhando novamente para a mesma.
- O.k., onde você estava na hora que isto aconteceu? - Perguntou Stella.
- Na mesma, na janela - Digo olhando-a.
Stella volta seu olhar para janela depois para mim.
- E o que você estava fazendo na janela nestas horas? - Perguntou Gregori com uma voz de bravo.
- Eu... eu estava...
" Olhando a casa do meu vizinho?"
- Eu estava, olhando a luz da lua - Digo tentando dizer um pouco da verdade.
- Só isto?
- Sim. Porque? Deveria olhar algo mais? - Pergunto fazendo-o recuar.
Ele se retira do meu quarto e me deixa com a Stella.
- O.k, venha, vamos dormir comigo - Diz ela vindo me pegar do chão.
- Não precisa Stella - Digo - Foi só a janela, não um atentado - Digo tentando parecer calma. O que não ajudou muito.
- Nada disso senhorita. Venha, vamos para meu quarto.
E assim eu obedeci. Já era umas 4:30 quando consegui pegar no sono, traduzindo: Pesadelos e escola.***************************
- Todos estão prontos? - Perguntei ainda pegando um suco na geladeira.
- Esta é a segunda vez que você pergunta a mesma coisa Seli - Diz Boe pegando as chaves da sua moto sobre a mesa da sala.
- Obrigada por me lembrar - Digo fazendo uma careta para ele.
- Vamos logo! Meu dia vai ser exausto - Diz Izz olhando-se pela quarta vez no espelho. Checando se sua calça de couro preta e sua blusa preta bem decotada estavam combinado com sua bota preta e jaqueta vermelha queimada.
- Ata! até parece Izz, eu te conheço muito bem, e sei que você é que nem dinheiro; some num piscar de olhos - Digo sorrindo da cara dela.
Ela em resposta mostrou o dedo do meio e a língua.
- Obrigada por me lembrar - Diz ela.
- Pode contar comigo - Digo rindo- Te amo.
- E como - Diz Stella aparecendo na escada vestindo uma calça jeans preta e uma camiseta preta.
- Vamos então? - Perguntei.
- Vamos! Disse todos, quer dizer, quase todos, menos o Gregori, que estava atrasado.
- Quem vai chamar o Gregori? - Perguntei, mais minha resposta veio em um segundo, Gregori estava descendo, todo arrumado.
- Vamos logo - Disse ele.Olhei para todos e dei de ombros. Peguei meu salto vermelho que Ella havia comprado e coloquei.
- Ui! Seline de salto? - Diz Izz fazendo todos os olhares da sala virem para em mim.
Eu estava moderadamente arrumada, Jeans escuro, uma blusa preta e uma jaqueta que tinha ganhado de minha mãe quando ela foi para o Shopping.
- Foi minha amiga que comprou para mim - Digo olhando-os- Ela só quer me ver de salto na escola.
- Você está linda Seli - Diz Boe dando piscadelas, fazendo-me corar.
- Também acho- Diz Stella.
Izz por sua vez da um sorrisinho e Gregori da de ombros.
- O.k, Boe, você leva a Izz na moto, eu levo o Gregori e a Stella no meu carro - Digo- Nos encontramos no estacionamento.
Todos pegam suas coisas e começaram a sair de casa.**************************
Pensei que não iríamos chamar a atenção, mas acho que errei feio. Pois assim que o Boe estacionou com sua moto, e eu parei com minha BMW ao seu lado, todos os olhares viraram para a gente. E foi nesta hora que a Izz abalou, desceu da moto com seu salto 18 e fez seu jogo de cabelo e consequentemente deixou vários meninos de boca aberta. Eu como sempre fiquei observando o momento, e sim, não consegui evitar e sorri. Mas como sempre, Gregori saiu do carro, fazendo-me cessar o ataque de risos. Mas para minha "felicidade", algumas meninas se encantaram por ele, e isto me agradou... de certa forma. Esperei o Boe descer da moto e olhar para mim e a Stella para irmos ao seu encontro. No início ninguém reparou em nos duas, mesmo eu usando um salto vermelho obrigatoriamente, e Stella usando aquele seus cabelos lindos soltos, pois quem olha-se para nos, pensaria que nos estávamos de luto, pois nos fomos as única que ficamos para trás, junto com o Boe, claro. Mas no momento que eu peguei na mão de Boe, a falação começou.
" Ela voltou" " Ela não tinha morrido?" " Coitada, está com trauma"
A primeira coisa que se passou em minha cabeça, foi de responder todas essas perguntas, só que de uma forma não tão educada assim.
- Está tudo bem Seli - Sussurrou Boe em meu ouvido.
Aceno com a cabeça afirmando. Assim que Boe eu e Stella chegamos a onde Izz e o Gregori esperavam, todos estavam olhando para gente, e até sabia o que eles estavam pensando." São um grupinho gótico?" " São zumbis!" " Mortos vivos!"
Mas em algum momento, eu tive a certeza que eles só estavam falando de mim.
- Um péssimo dia - Digo para Boe que ainda estava segurando minhas mãos.
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- Bom dia pessoal, eu sou a professora Lucia, e sou a a professora de física. A princípio, quero que vocês formem pares, só que com pessoas que vocês não conheçam.
No momento em que a professora disse estas palavras, minha vontade era de me jogar na janela. Mas me lembrei que Boe, Stella e Gregori, estavam na minha sala. A princípio, não sabia com quem eu iria fazer par, até encontrar um rapaz de cabelo loiro que estava de costas procurando alguém.
- Hum? Você pode fazer par comigo? - Perguntei para o garoto. Ele por sua vez se virou calmamente, como se estivesse em câmera lenta.
- Acho que posso - Disse ele mostrando um sorriso.
Assim que eu e ele voltamos ao nosso lugar perto da janela, um choque inundou meu corpo fazendo-me sentir-me zonza.
- Está tudo bem? - Pergunta o rapaz colocando as mãos em meu ombro.
Olho-o e tento toca-lo, mas lembro-me das minha visões.
- Esta - Digo dando-lhe um sorriso falso.
- Tem certeza? Você está amarela.
- Está tudo bem sim - Digo tentando achar a cadeira.
Assim que sinto os braços da cadeira, sento-me nela, mas o rapaz pega em minha mão, fazendo-me sentir dor juntamente com a tontura.
- Me solta - Digo num sussurro.
- Imagine, eu te ajudo - Diz ele apertando mais meus pulsos.
- Quem é você? - Pergunto olhando-o com lágrimas nos olhos.
Ele se abaixa até mim e sussurra em meu ouvido.
- Não se lembra de mim? Priminha? - Ele sorri curvando-se para trás.
As coisas estavam escurecendo ao meu redor, e aos poucos a dor e a tontura foi pouco, até eu sentir uma pontada em meu coração, fazendo-me curvar para frente." Socorro!"
Continua...
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Destino... Ou Morte (2)
Mystery / Thriller[...] Ela se senta e olha o céu, E isso leva a noite toda. Uma lágrima cai de seus olhos. Sei que poderia quebrar sua concentração, mas isto não me parece certo. Então, eu me sento e choro também. Mas não a deixo ver. [...] Segundo livro da saga de...