Meu queixo caiu, não sabia como reagir com aquelas pequenas palavras mas de grande significado, agora tudo a minha volta tornou-se algo esplêndido. Nunca imaginaria que estaria neste local, ou perto o suficiente, apesar de eu ter tentado me afogado, ou melhor, raptada. Observo as pessoas ao meu redor, com um olhar que pedia que alguém me explicasse o que eu queria, quer dizer, buscava.
- Melhor deixar você descansando mais um pouco - Disse a senhora dando-me um leve sorriso.
- Isto! - Disse Izz dando pulinhos de alegria - Vamos comer aquele bolo delicioso que eu não paro de pensar.
Olhei de relance para Boe que estava ao lado dela com uma cara feia, fazendo-a perder o sorriso de repente. Acho graça da careta que o garoto de olhos verdes faz, enquanto a mãe dele estava encostada na parede assistindo tudo sem dar a mínima expressão de arrependimento de ter trazido a Izz. Ela era uma verdadeira rainha, sempre em postura de nobreza. Boe tinha uma rainha ao seu lado, e ele era o príncipe de ferro, que nunca cai.
- Certo, vamos? - Fala a senhora.
- Vamos!!! Upi!!! -Disse Izz.
Boe voltou seu olhar para mim, e eu lhe dei um sorriso de agradecimento, ele piscou dando a entender " Bom te ver".
Assim que ele se virou, a Izz veio até mim e me abraçou. Logo em seguida eles saíram, deixando somente eu e o menino de olhos verdes. Assim que a porta se fechou, ele soltou o ar que eu nem havia prestado atenção que estava perdendo.
- Como é bom respirar - Sussurrou fechando os olhos levemente.
Fico observando ele se mover com destreza e sabedoria, pensando exatamente o que ele iria dizer e a onde pisaria. Ele veio até ao meu lado da cama e indicou com o queixo ela, dei um sinal com a cabeça e o mesmo em instantes se desmoronou.
- Bem, acho que tenho tantas coisas para te dizer.
- Imagino - Digo sentando-me na cama, tentando manter a ansiedade de lado.
- Faz tempo que não nos víamos.
Fiz um sinal com a cabeça concordando.
- Então. Não sei por onde começar.
- Que tal do início? - Pergunto dando um pequeno sorriso
Ele faz um gesto com a cabeça concordando com a proposta.
- Quando minha mãe falou que iríamos ao enterro de um amigo dela, eu não imaginava que era seu pai, mas quando chegamos ao cemitério e eu te vi, minha mãe mandou eu nunca me esquecer de você e sempre te ajudar de qualquer forma. Eu te ajudei, mas não sei se você notou, mas...
- Mas?
- Mas ai as coisas foram ficando piores com o tempo, eu tentava te ajudar, só que você impedia.
- Como? Eu não te via - Digo confusa.
- Não Seline, eu não me mostrava, eu falava com você - Diz ele olhando para suas mãos.
- A onde você falava comigo? Na escola?
- Não Seline, eu falava - Ele apontou para minha cabeça.
" Aqui "
Escutei a voz dele na minha mente, fazendo-me recuar para trás. Olhei para todos os lados buscando uma saída rápida.
- Eu não vou te machucar.
- Então era...você?
- As vezes sim, as vezes não - Diz o rapaz - Mas a maioria das vezes sim.
- Como assim?
- As vezes eu falava com você, mas outras pessoas também podem falar com você Seline.
- Como o meu...
- Seu?
- Nada - Digo concentrando-me para esquecer meu...
O silêncio surge entre nos.
- Qual é o seu nome? -Pergunto quebrando o silêncio entre nos dois.
- É Gregori - Diz ele com a cabeça baixa.
Pego seu queixo fazendo-o olhar para mim.
- É bom te ver Gregori.
- Digo o mesmo Seline.
Dou um abraço nele, a única lembrança que tinha dele era no enterro do meu pai, e agora ele está grande. Com um sorriso lindo no rosto...
" Will!"
- Aonde está o Will? - Pergunto me afastando dele.
- Quem é Will?
Dou uma risada de timidez para ele, não gosto de falar muito das minhas "amizades".
- O rapaz que me tocou quando eu estava com os olhos fechados.
Ele volta seu olhar para sua mão e suspira.
- Quem te tocou fui eu Seline, nenhum Will veio aqui, quem te acordou...foi eu.
Olho para ele se entender o que estava acontecendo, eu jurei que o Will tinha me tocado, pois ele é o único que provoca choques pelo meu corpo, e ele falou comigo, eu sei que foi ele.
- Mas... Como? - Pergunto incrédula.
- Eu também não sei, mas acho que você vai querer descobrir.
- Acho que sim... Não tenho certeza, é muita coisa para um dia só - Digo confusa.
- Isto não é nem a metade - Disse ele quase que como um sussurro.
Volto meu olhar ao quarto, era branco que possuía quadros com a foto do Gregori e uma bebezinha no colo, tinha várias fotos deles juntos em lugares lindos.
- Quem é ela? - Pergunto apontando para a menininha no colo dele em uma das fotos.
- Minha irmã - Diz ele olhando para o quadro enquanto ria.
- E aonde ela está?
Ele olha pra mim com um pequeno sorriso no rosto e lindo brilho nos olhos.
- Em todo lugar.
Fico quieta por algum tempo olhando para as fotos deles juntos, mas uma em especial chamou minha atenção, uma em que eles estavam em um jardim enorme e no centro dela um pé de Chorão, algumas pessoas diriam que é uma foto qualquer, mas aquela foto mexeu comigo em todos os sentidos, algo me dizia que eu conhecia ela.
- Vem, vou te apresentar para minha mãe, aposto que ela quer te conhecer - Diz ele sorrindo para mim.
- Não quanto eu - Digo sorrindo para ele de relance.
Volto meu olhar novamente para a foto pensando da onde eu conhecia aquela garotinha que me era tão familiar.
- Não se preocupe Seline - Diz Gregori colocando sua mão sobre a minha - Ela não vai te machucar.
- Eu sei que não só que...
- O que foi?
- Aqui é mesmo a cidade dos anjos? Como vim parar aqui? Como entrei aqui?
- Estas são perguntas que eu não posso te responder; apesar de que gostaria muito, mais cabe a minha mãe falar.
Continua...
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Destino... Ou Morte (2)
Mystery / Thriller[...] Ela se senta e olha o céu, E isso leva a noite toda. Uma lágrima cai de seus olhos. Sei que poderia quebrar sua concentração, mas isto não me parece certo. Então, eu me sento e choro também. Mas não a deixo ver. [...] Segundo livro da saga de...