Capítulo 4: Que Horas São?... (Parte:1)

25 3 6
                                    

Depois de planejar tudo, por algumas horas todos estavam preparados já a minha volta, cada um em seus devidos lugares como eu indiquei, Boe ao meu lado direito, Izz no meu lado esquerdo e Gregori na minha frente, ambos se olhando sem saber se o meu plano daria certo.

- Todos vocês agora pensem na Stella, crie a imagem dela em suas mentes. E você Gregori, pense em uma menina loura de olhos azuis, educada, com uma pele branca e com bochechas rosadas - Digo para ele. Ele sinaliza com a cabeça e fecha os olhos. Em poucos minutos ele abre os olhos e faz um sinal que já está tudo pronto.

- E se não der certo? - Pergunta Izz olhando-nos.

- Eu já errei em alguma escolha minha? - Pergunto fitando-a.

Ela faz que não com a cabeça e fecha os olhos. Escutamos o barulho do relógio de pendulo, deixando-nos ainda mais nervosos. O plano passa como um filme em minha mente, fazendo assim uma esperança única brotar em minha veias, pronta para lutar seja lá com o que for. Olho para o relógio, eram 11:55.

- Tudo bem só falta 5 minutos. Atenção - digo- assim que o relógio bater 12:00, pensem na Stella e toquem em minha mão, nos vamos conseguir respirar em baixo d'água, nós teremos somente 6:00 lá, nada mais e nada menos. Observação, se alguém se machucar do outro lado, vai estar machucado aqui, se alguém se perder do outro lado, vai continuar lá, assim que eu olhar no relógio e falar " Que horas são?", todos toquem em minha mão, e cuidado pelo amor de Deus, eu quero todos vocês intactos, você também Gregori - Digo olhando-o.

- Espero que de certo - Disse Izz.

- Homem de pouca fé - Digo citando um trecho da Bíblia.

- Não precisa citar um dos trechos da Bíblia em que eu ajudei a fazer - Diz Izz encolhendo-se.

- Só isto Seli? - Pergunta Boe me olhando com dúvida.

- Sim.

Olho novamente para o relógio faltava um minuto. Comecei a contar.

"24,25,26,27,28,29,30,.31,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45,46,47,48,49..."

- 50,51,52,53,54,55 - Conta Izz em voz alta, estendo a mão.- 5,4,3,2,1

- " No fundo do mar viverei e atrás do meu segundo eu correrei e junto comigo eles levarei!" - Digo - "E no mais profundo abismo respirarei."

Assim que tocou o relógio todos tocaram em minha mão. Algo fazia queima o braço em que estava desenhado a pena.

***************************

Sinto meu corpo pesado e molhado, abro os olhos e olho em minha volta, sim, eu estava no fundo do mar, e ninguém estava ali, ao meu lado.

- Izz, Boe, Gregori? - Chamo-os.

Não recebo nenhuma resposta em troca. Começo a nadar.

- Izz, Boe, Gregori?!! - Chamo-os novamente, agora assustada.

- Vai para de gritar, ou vai nos seguir?-  Pergunta Izz com os braços cruzados surgindo por detrás de mim.

- Vem Seli - Disse Boe pegando minha mão me puxando para nadar com ele. Sigo ele em silencio, até olhar para trás e ver o Gregori. Ele estava tenso, o porque eu não sabia, mas algo me dizia que algo não ia sair certo, e "principalmente" com o Gregori.

- Só um minuto - Sussurro soltando a mão do Boe e indo em direção ao Gregori.

Chego devagar, tomando conta das palavras que diria, e as repetindo em minha mente, sem esquecer uma vírgula ou até mesmo um ponto.

- Gregori? - Digo chamando sua atenção.

Ele me olha mais aliviado.

- Sim Seline - Diz ele respirando fundo.

- Está tudo bem... com você? - Pergunto.

Ele olha em volta para ver se não tinha ninguém a mais ali.

- Já ouvi muitas coisas sobre este lugar - Diz ele.

- Tipo?

- Que quando um anjo pisa no reino do "negado", ele manda seus soldados matarem eles e levar suas assas de brinde a ele - Diz Gregori.

Dou um sorriso de leve.

- Eu não vou deixar nada acontecer com vocês, ou até mesmo com você - Digo segurando sua mão.

- Mas quem vai cuidar de você? - Pergunta Gregori.

- Eu!

Diz uma voz atrás de nos, viro-me rapidamente e encontro o idiota do...

- Oi priminha! Sentiu minha falta? - Pergunta aquele idiota.

Gregori me pega pelo braço e me coloca atrás dele, vejo Izz e Boe nadando rapidamente para chegar ao nosso encontro.

- Quem é este querida? É um dos seus amiguinhos?

Fico sem saber o que falar.

- Saia daqui - Escuto Gregori dizer com autoridade.

- Você já escutou aquele ditado: " Em terra de chapinha quem tem cachos é rainha?", então, " Em terra de Diabos, que manda não são os do outro lado."  - Diz o retardado rindo da nossa cara.

- Saia daqui e eu pouparei sua vida, seu tolo - Diz Boe.

- Tem certeza que eu sou o tolo? 

- Olha eu já estou cansada de rodeios, vamos acabar logo com isto - Diz Izz olhando suas unhas.- Nos estamos em maioria e sei muito bem que conseguiremos acabar com ele em um estalar de dedos.

- Como queira princesa. - O sem graça assobia e em torno de 2 segundos, nos estávamos cercados por sombras ao quais com certeza não eram do bem, e que não vieram para dizer." Doces ou travessuras?"

Obrigado Izz - Diz Boe dando-lhe um cutucão fazendo-a fechar os olhos por alguns instantes.

Tento esconder o medo que eu estava sentindo, não por estar rodeada de diabos, misturado com a dor que estava sentindo, pois Gregori estava apertando meu braço, fazendo-me sentir a unha dele encravar em minha pele, e juntamente fazendo um choque queimar meu corpo dos pés à cabeça.

- Gre...go...ri... - Gaguejo.

Ele volta seu olhar para mim e me solta e olha em meus pulso que agora estava com uma vermelhidão.

- Fuja daqui, procure a Stella - Diz ele pegando meu rosto com as duas mãos.

Sinto que algo ia acontecer com alguém dali, antes mesmo de virar as costas.

- Mas como vou encontrar vocês? - Digo olhando para Boe e Izz atrás de mim.

- Com o tempo - Diz ele  - Agora vá. - Ele me da um beijo na testa e me solta.
Não queria deixa-los ali, lutanto por mim enquanto eu fugia. Mais não havia outro jeito de salvar a Stella.

Continua...

Destino... Ou Morte (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora