Capítulo 11: Ajude-me!

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" Socorro!!!!"

- Socorro!!! - Abro meu olhos e vejo a professora olhando-me incrédula por ter atrapalhado sua aula. Escuto vários risinhos enquanto tentava me esquecer do meu "sonho". Sinto uma mão pousar em meu ombro, lembrando-me da minha companhia. Assim que viro-me para olhar quem estava do meu lado, meu queixo cai, era o... - Ethan?

- Tudo bem Seline? - Pergunta ele olhando-me com um pequeno sorriso no rosto.

Não consigo parar de olha-lo, algo estava errado, com ele, com a escola, com a cidade, com todos, e...comigo.

- O gato comeu sua língua? - Pergunta ele irônico.- Miau!

Pisco três vezes e volto a realidade. Na aula, com Ethan me dando uma... Cantada. Mas desde quando o Ethan estava ao meu lado? A onde foi parar o...

- Onde está ele? - Pergunto olhando envolta buscando-o.

- Ele...Quem? - Pergunta Ethan.

Volto meu olhar para ele buscando alguma mentira. Mas ele não expressava nada, nada além de seus olhos cor de fogo me fuzilando, perdendo-me neles por breves minutos. Tento desviar meu olhos para outro local, mas estava tão obcecada por aqueles olhos, que só quando uma bolinha de papel bateu nem minha cabeça, consegui voltar a realidade. Por alguns minutos. Peguei a bolinha de papel e o abri vendo letras rosa escritas no papel.

" Oi sumida! Você quase me matou do coração sua vaca! Mas e ai? Como está sua mãe? Ah e seus primos são uns gatos, mas não posso abusar pois o Michael voltou. Ah, seu amiguinho mentiroso voltou. Ele mandou avisar que vai estar te esperando na porta assim que bater o sinal. Viu? Qual é o nome daquele garoto que tem a sua cara? Ele é o que seu? Tem certeza que é primo? Beijos... Ass: Ella."

Volto meu olhar para trás, e vejo Ella apontando o Gregori. O Gregori estava tão concentrado que nem percebeu que eu estava lhe observando. De certa forma, a Ella disse a verdade, o Gregori é muito semelhante, não a mim, mas parecido com meu pai, se eu não fosse filha do meu pai, diria que é o Gregori.
- Acho que estou de sobra hoje, certo? - Pergunta Ethan lembrando-me que ele estava ao meu lado. Volto-me com um pequeno sorriso.
- Não... Desculpa é que...
- O que ele é seu? - Pergunta Ethan voltando seu olhar para o Gregori.
Dou um pequeno sorriso.

" Anjo da Guarda"

- Amigo - Digo mentindo de certa forma.
- Vocês são parecidos.
Aceno com a cabeça confirmando. Sei que ele é "meio" parecido comigo, mas não é nada além de Anjo da Guarda. Deixo-me ser levada pelo silêncio, quer dizer, pela voz da professora. A início eu tinha muitas coisas para ser explicadas. A início onde está...
- A onde você estava?- Perguntei voltando-me a Ethan.
Ele para de escrever e volta seu olhar para mim com um pequeno sorriso, mas que trazia o mais puro calor ao meu redor.
- Viajando. E você? Soube que você tinha sumido - Disse ele.
Penso antes de responder pois de certa forma, eu estava viajando, mas em um lugar que ele não imagina.
- Estava com minha mãe, na empresa do meu pai - Digo tentando soar como se aquilo fosse verdade. O que certamente não ajuda muito as minhas perguntas- Pra onde você foi?
Ele volta a escrever algo no caderno.
- Fui passar uns dias na casa dos meus pais - respondeu ele sorrindo.
- Você não mora com seus pais? - Pergunto.
Ele da de ombros.
- Já tenho 18 anos, acho que já sou grandinho, e segundo eles confiam em mim - Disse ele dando de ombros novamente.
Sinto-me incomodada pela palavra "confiança" sair da boca de Ethan, pois para todos os efeitos, ele traz medo e desconfiança, ao invés de confiança.
- Mas e você? Como foi na empresa.
Dou de ombros antes de responder.
- Cansativo, chato, etc - Digo tentando soar como se fosse a mais pura verdade.
No início percebi que o Ethan não havia acreditado em mim, pois ele não parava de me encarar, foi só quando eu respirei fundo, que ele aceitou que era verdade e parou de me encarar. Mesmo em silencio eu pude perceber que Ethan já não era o mesmo, seu olhos estão mais escuros, e ele estava com manchas roxas envolta delas. Algo me dizia que fazia tempo que Ethan não dormia, ou ate mesmo sabia o significado daquela palavra.
- Senti saudade - Disse ele por fim.
Olhei-o de soslaio e dei um pequeno sorriso.
- Também senti.
"Eu acho" pensei.
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Assim que o sinal bateu, todos já estavam se levantando para sair, Ethan foi o primeiro, mas não antes de me dar um beijo na mão. Gregori por sua vez passou reto por mim e Boe só acenou. Stella estava "Por aí" mais se acontece-se alguma coisa, eu saberia, quer dizer, sentiria.
- Olá! Minha cara flor do dia - Disse ele entregando uma bromélia branca para mim. 
Fiquei sem graça, pois pude ouvir alunos ainda dentro da sala falando algo sobre mim e Kay.
- Olá Kay, como foi a viagem? - Pergunto pegando a flor.
- Como posso dizer? Típico? Clichê? Péssimo? Qual você prefere? 
Dou um pequeno sorriso, pois podia até imaginar o que havia acontecido com ele. 
- Acho que clichê soa melhor - Digo sorrindo.
- Juro, da próxima vez vou me vestir do monstro do Lago Ness, e sair assombrando meus parentes, principalmente minha priminha de 8 anos. 
- Ai que lindo -Digo sorrindo.- Você me faz um favor?
- Qual? - Pergunta ele.
- Tira uma foto e manda pra mim - Começo a rir enquanto ele começa a bagunçar meu cabelo.
Depois de ter deixado meu cabelo parecendo ninho de esquilo, ele me deixou na minha aula de Artes e me deu um sorriso.
- É bom te ver, estava morrendo de saudades - Disse ele dando-me um abraço.
- Eu também Kay, eu também - respondi retribuindo o abraço.
- No intevalo venho te buscar Seli - disse ele sorrindo.
Assim que ele virou as costas e eu coloquei a mão na porta, Kay se virou e gritou.
- Depois me fale da sua viagem! 
Por um segundo, não gritei de volta "Qual?!".

Continua...

Destino... Ou Morte (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora