Capítulo 5

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Harry

Ela falou como alguém que se preocupa. Não tinha muito isso ultimamente, foi estanho. Ela é estranha.

Não é o tipo de mulher que eu conheço. Fiquei sentado olhando ela juntar alguns papéis e jogar outras coisas em uma caixa. As vezes ela me olhava de rabo de olho e bufava.

Acho que ela não vai muito com a minha cara ou acha que eu estou  tranquilo com isso tudo. Se ela soubesse...

Eu estou realmente com medo, o que eu vi naquela dia não sai da minha cabeça. Aqueles caras mataram o meu pai a sangue frio, um cara que convivia com o chefe deles. Eu não quero nem imaginar o que eles fariam comigo.

Os outros dois policias voltaram e fomos até o estacionamento, entramos em um carro que julguei ser bastante bruto pra uma mulher.

Mas acho que estou subestimando muito ela. Geralmente não sou assim, mas vê a irritação dela quando eu falei que ela não era qualificada, foi hilário. Acho até que vai ser meu passatempo nesse "cárcere privado".

-chegamos.

-ahn? Desculpa, estava distraído.

-deu pra perceber. Você faz muitas caras quando está pensando.

-então você ficou me olhando.

-não! É que... Não interessa, vamos logo pegar essa merda.

Ela estava mesmo me olhando? Por que ela estaria me olhando?

-percebi que você fala muito palavrão. Isso não é muito educado.

-vou fingir que não ouvi.

Viu? Até que vai ser divertido sim.

Alley

Que idiota!
Como ele pode ser tão idiota.
Tudo bem que eu estava realmente olhando pra ele, e... Se bem que se eu não tivesse aberto a porra da boca ele não saberia disso. Merda Alley!!

Entrei no quarto com a arma já na mão e revistei tudo, todo cuidado é pouco. E se ele morrer eu não consigo a promoção.

-limpo.

-e cheiroso. Devo dizer que é sexy ver você fazendo isso.

-por favor... Arruma logo tudo e vamos embora.

-sério? Sem ironia ou uma resposta afiada? Você está arruinando minha diversão.

Escondi o meu sorriso virando pro outro lado.
Escutei ele rindo e começando a arrumar as coisas dele.

Até que ele é legal, mas não muda o fato de tudo isso ser uma merda.

Estava olhando a vista da janela quando ouvi o barulho de alguma coisa caindo perto de mim, me virei e vi duas malas no pé do Harry que tinha um sorriso no rosto.

- por que você está sempre sorrindo? Tem algum distúrbio?

-eu gosto, você deveria tentar pelo menos uma vez.

- ok.. Já terminou?

-sim senhora.

Não o mate! Não o mate!

Descemos com as malas e entramos no meu carro. Assim... Rápido, não posso marcar bobeira. Ainda mais no primeiro dia.

Verifiquei se os meninos ainda estavam atrás e segui pra minha casa.

Me forcei a não olhar pra ele, até porque depois que eu falei aquilo ele estaria atento a qualquer olhada.

Quase bati umas duas vezes. Era engraçado ver ele desconfortável se ajeitando no banco toda vez que eu fazia uma curva errada ou perigosa, ou acelerava mais do que devia, ou xingava algum imbecil na rua. Eu disse que não sabia dirigir, mas eu acho que ninguém contou isso pra ele.

-como você conseguiu sua habilitação?
Ele me fez essa pergunta um pouco assustado.

-do modo normal. Bom.. Aqui é mais fácil.

-impossível! Ninguém te daria a carta se você dirigisse assim.

- eu posso ter subornado o cara e ter ameaçado ele depois que aceitou o suborno.

- o que? Eu posso ir com aqueles outros caras... Não me importaria.

-para de palhaçada. Não é tão mau assim.

Parei na cancela do meu condomínio. A janela da guarita se abriu mostrando o melhor porteiro do mundo.

-pequena Alley... Vejo que já está melhor.

- oi de novo velho Roy... Pois é, nada como um dia de trabalho pra curar a ressaca.

Ele olhou pra dentro do carro me lembrando que estava acompanhada.

-ah! Esse é o Harry, meu... Primo. Ele vai passar uns dias comigo enquanto estou de férias.

-isso é ótimo. Eu fico preocupado com você... É perigoso.

-já dizia simba, um grande filósofo de rei leão... Eu rio na cara do perigo.!

Ouvi a risada do Harry ecoar no carro.

-a infância com ela deve ter sido interessante.

-o senhor nem imagina.

Roy olhou pra trás do meu carro e depois me olhou. Pegou sua prancheta de visitantes, escreveu alguma coisa e me entregou.
Atrás, carro preto. Placa?

-è por isso que você é o melhor... É só o Luke e o Jhon.

-estranhei, não recebi notificação de visitante e você é a única que para pra aqui.

-obrigada velho. Eles estarão aqui direto, então... Já sabe.

-procedimento padrão?

-positivo. Sabe... Se não fosse pela sua doce esposa eu roubaria você pra mim.

-não iluda o meu velho coração menina.

-vou me lembrar disso.
Lhe Assoprei um beijo e passei pela cancela.

-parece que você é legal com todos menos comigo.

-parece porque é verdade. São poucas pessoas que eu sou legal, pessoas que eu confio.

-então eu não sou confiável?

-eu não te conheço, e não faço questão. É só mais um trabalho.

-entendi.

O curto trajeto até minha casa foi feito em silêncio. Falei de algo errado?

Estacionei o carro na garagem. Harry saiu e pegou suas duas malas, me ofereci pra pegar uma e ele recusou. Ok!

Subì as escadas pra sala e entrei.

-vou te mostrar seu quarto.

Ele só balançou a cabeça e me seguiu escada à cima.
OK, eu devo ter dito alguma coisa dura e nem percebi.

Abri a porta do único quarto que não tinha uso  e lhe dei espaço pra que ele passasse.

-vou estar lá em baixo resolvendo algumas coisas do caso, seria bom se participasse. Precisamos saber de algumas coisas.

Ele sentou na beira da cama e me olhou.

-já desço.

Fechei a porta e fiquei olhando pra minha mão na maçaneta. Me desliguei da porta quando a campainha tocou.

O que tem de errado comigo?

Mais um porque estou de bem com a vida hoje e... Bom já tô bêbada o suficiente pra ser amorosa até com o azulejo.

Espero que estejam gostando.
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Vou encerrar por aqui antes que eu fale merda..

Bjuu titia ama muito vocês!!

M. Melllo

Proteção a Testemunha  Onde histórias criam vida. Descubra agora