Capítulo 33

428 31 14
                                    

Tudo que eu podia ver estava bastante embaçado.  Pelo menos percebi que estava sozinha, isso era bom.

Abri os olhos dando de cara com a luz que vinha da janela.

Olhei pro outro lado piscando pelo incomodo que aquela luz causou.
Fixei na parede do lado direito,  o lado oposto daquela janela, pra parar de ver pontinhos roxos por todo lado.

Ao me mexer,  senti uma dor aguda no meu braço. A agulha que estava ali  incomodou quando tentei levantar.

Tirei o esparadrapo que a cobria e me livrei daquela coisa, fazendo sair um pouco do sangue.
Me sentei colocando as pernas pra fora da cama abrindo a camisola que mais parecia um roupão.

Assim pude analisar  o estrago no meu corpo,  eram marcas roxas por todo lado. Entre o peito e o umbigo tem uma faixa feita com atadura,  provavelmente imobilizando as costelas. Também estava enfaixada uma parte da minha coxa direita próximo ao joelho e meu ombro,  esses eu não me lembro.

Olhando o quarto,  percebi uma blusa jeans em cima da cadeira encostada naquela parede.

Deslizei pela cama até sentir os pés no chão frio,  falhei brutalmente na primeira tentativa,  minhas pernas estavam fracas e cai no chão.

Decidi ir engatinhando até a cadeira já que era minha única opção .  Na camisola tinha um cordão pra amarrar,  tirei as mangas amarrando tudo no quadril e coloquei a blusa jeans abotoando até a altura do peito.

O barulho da porta me fez parar de abotoar e olhar pra cima. Com a porta aberta eu ficava praticamente atrás dela e como eu estava sentada no chão....

-mas que droga!!

Ouvi a voz do Luke.

-aqui em baixo.

Falei levantando o braço.

Ele fechou a porta se sentando na cama e largando uma bolsa de papel no chão.

-você é inacreditável. Está achando que vai aonde?

Falou cruzando os braços.

-o que acha gênio,  eu vou sair daqui. Tem alguma calça aí dentro dessa bolsa ou vou ter que sair assim?

-sabe.... Eu estava gostando mais de você chorando no meu ombro do que desse jeito. E essa blusa é minha.

Falou se abaixando pra pegar alguma coisa dentro da bolsa e a jogou pra mim.

-duvido. E você é obrigado a me aturar de qualquer jeito. Eu...  Não chorei. E não me importa se é sua ou não.

Falei sorrindo desdobrando o short que ele tinha jogado.

Eu não quero lembrar do medo que senti em perder ele e o medo de pegarem a Cindy e o Harry. Não quero lembrar em como me senti vulnerável e pequena.

Coloquei o short até os joelhos e depois não conseguia mais puxar sentada por causa da faixa na coxa.

-preciso de ajuda.

-você está pedindo ajuda? Deve estar com uma febre alta,  está até delirando.

-me dá logo a mão e me ajuda a levantar idiota.

Ele sorriu se levantando e me estendendo as mãos.

Ele se virou de costas pra eu tirar a camisola e subir o short.

-sabe...  Eu só queria saber o porque de  você ter sumido  e depois voltou no meio daquele tiroteio todo.

-claro,  você desmaiou antes que eu explicasse alguma coisa.

Proteção a Testemunha  Onde histórias criam vida. Descubra agora