Capítulo Seis

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– Que merda é essa? – Sarah berrou, recuando e puxando Emma consigo. Parecia que a vizinhança tinha se calado, e o único som era o da respiração ofegante de ambas garotas. ­Era. Segundos depois, um gemido aterrorizante foi ouvido por elas. Aquelas esferas vermelhas piscaram, se apagando por vários segundos antes de surgirem novamente, dessa vez mais perto da entrada.

– Corre, corre! – a mais velha gritou, empurrando Sarah para frente, em direção a sala, e depois à porta.

A mais nova tentou abri-la, mas estava trancada. As chaves haviam sumido, e a porta não abria de jeito nenhum. Um grito escapou por entre seus lábios. Ela estava apavorada. Será que chegara sua vez de morrer? De encontrar Johanna, onde quer que esta estivesse? Ela e Emma esmurraram a porta com mais força.

Sarah virou-se de costas para a porta, a tempo de ver as luzes da sala e da cozinha explodirem, antes de apagarem. Estava claro do lado de fora do apartamento, mas a luz do sol não iluminava muito naquele momento. O local ficou com uma sombra macabra, meio escuro, meio claro. Apenas o suficiente para que as garotas pudessem ver um vulto pequeno se aproximando. Aqueles olhos vermelhos... eles piscavam e as encarava com crueldade.

– O que merda é você? – berrou ela, assustada. Emma continuava socando a porta, e evitava olhar para a coisa diante delas. – Foi você que matou Johanna?

A coisa sorriu, e falou:

– Se fui eu? Mas é claro! Foi tão difícil lhe conter os gritos! Pena que ela não era jovem, assim poderia se tornar uma de nós... – sua voz era infantil, feminina, aguda. Depois, sua risada pode ser ouvida. Parecia uma... criança. Crianças Assassinas.

O filme "A Órfã" veio à cabeça de Sarah. Em segundos, ela pensou em Esther, a garotinha, que, na verdade, era uma mulher adulta e desiquilibrada, que tinha um problema físico que lhe dava a aparência e estatura de uma criança de não mais de nove anos. Pensou em como a mulher usava isso para enganar famílias e mata-las, caso os maridos não cooperassem... será que aquilo diante delas era algo como o que se via no filme? Mas... em nenhum momento os olhos de Esther ficam vermelhos.

– O que merda você é?! – Sarah repetiu, as mãos e pernas tremendo. Ela nunca sentira tanto medo antes, percebeu. Só o fato daquela coisa parecer uma criança, já era motivo o suficiente para se apavorar.

– Eu acho que você sabe... – ela tinha razão. Sarah sabia o que aquilo era. Crianças Assassinas.

– O que você quer? – Emma se virou, rosnando, e puxou a adolescente para trás de si.

– Quero me divertiiiiiir! – a criança bateu palmas, comemorando. – Faz anos que não temos um novo integrante para as Crianças Assassinas, como você nos chama!

O que? – Sarah balbuciou. Suas mãos tremiam, e a única coisa que a mantinha de pé era a parede fria na qual se apoiava. – Isso não pode ser verdade. Tudo é um pesadelo. Eu vou acordar, e Johanna vai estar aqui, rindo pelo fato de eu ser medrosa. Isso tudo é um pesadelo!

– Pesadelo, uhum, sei. Nós duas sabemos que você está mentindo para si mesma! – a menininha era cruel, Sarah percebeu. Ela a mataria, apenas para se divertir.

A criança se aproximou devagar, os olhos vermelhos brilhando e deixando o lugar com um aspecto macabro. Ela usava um vestido vermelho com bolinhas brancas, e um laço preto na cintura. Tudo: a voz, a aparência, o jeito de andar... tudo lembrava uma criança inocente. Mas Emma e Sarah sabiam que aquilo não era uma criança. Aquela coisa era uma assassina sádica, não importava a aparência.

A menininha sorriu, e até seu sorriso era aterrorizante. Seus dentes... eles eram pontiagudos, como se alguém os tivesse afiado em triângulos perfeitos. Para que a criança os usava? Para... rasgar gargantas? A morte de Johanna, a forma como ela morrera, voltou a mente de Sarah, que estremeceu, as lágrimas surgindo para borrar sua visão. Era agora. Ela iria morrer, e se tornaria um desses seres renegados.

– Com vocês encurralas aí, não tem graça! – a criança brincou. – Vocês tem cinco segundos para se esconder, depois, irei atrás de vocêêêês!

Emma, seguida por Sarah, correram para a varanda, fechando a porta de vidro atrás de si. Elas sabiam que isso não impediria a garotinha de sair da sala, mas não havia nada que pudessem fazer. Então, quando viram a criança se aproximar, elas recuaram mais a ainda, quase encostando no parapeito. Havia chegado a hora.

– Que Deus nos ajude – murmurou Emma, apertando a mão da outra garota, tentando transmitir confiança.

– Acho que Deus deixou de nos ajudar há tempos – retrucou Sarah. – Nossas vidas... elas dependem de conseguirmos matar aquela coisa. Está comigo?

– Sempre.

***

Tive que ter muuuuuuito empenho pra postar este capítulo hoje kkkkkk bloqueio criativo tava fod* ahahahaha quem entende como isso é chato levanta a mão O/

Mas então, cap está postado e esperando vocês lerem-o rsrs espero que gostem! Ahhh, e por favorizinho, será que quem está gostando pode ajudar na divulgação? Não to dando conta dela... 

Obrigada!

Bjs!

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