Não quis mostrar a carta a ninguém. Achei melhor assim. Minha vida sempre foi muito complicada, é doloroso demais falar nela.
Desde pequena sonhava com uma família perfeita, que me casaria com um príncipe e viveria em um Castelo, igual nos contos de fada que a minha mãe me contava.
Mas com o passar do tempo, eu vi que isso era apenas utopia, um sonho que eu nunca vou realizar. Eu era feliz até descobrir o que realmente é o mundo. Eu era feliz até vê o pai que chamava de herói, se tornar um monstro.
Meu pai era lindo, olhos verdes, grande porte, cabelos lisos e negros, definido na medida certa e claro, chamava muita atenção. Certo dia depois que uma discussão com minha mãe, vi ele saindo de casa apressado. Depois , já bem tarde, ouvi baques de sapatos e molho de chave serem jogados no chão.
Corri e fiquei atrás da porta, vendo pela pequena bresta o que estava acontecendo. Vi minha mãe conversando com ele, tentando o acalmar e logo em seguida despencar no chão.
Eu não podia acreditar no que eu estava vendo. Meu pai bateu na minha mãe. Isso simplesmente não era possível. Logo em seguida vi ele se abaixando e lhe batendo mais, depois começou a xinga-la, por fim se levantou novamente e deu chutes na sua barriga.
Minha mãe chorava desesperadamente e implorava para que ele parasse. Até que depois de ter seu rosto quase todo deformado pelos socos e tapas, ele parou. Deixando ela agonizando no quarto.
Eu fiquei totalmente desesperada. Eu nunca tinha visto isso antes, eu só sabia chorar e chorar. Quando minhas pernas decidiram voltar a obedecer meus comandos já era tarde demais, ele já havia saído de casa e minha mãe estava desacordada.
Eu corri até ela, clamava seu nome e obtia apenas silêncio como resposta. Fui na sua bolsa e liguei pra vovó, ela veio o mais rápido que pode, eu não conseguia falar, só chorar.
Levaram minha mãe pro hospital e deram queixa do meu pai na delegacia mais perto. Eu me sinto tão culpada até hoje. Eu vi tudo e não diz nada, eu deixei aquele covarde bater nela, eu permiti ele fugir e não fiz nada.
Minha mãe ficou dois meses em coma, os piores dois meses de toda a minha vida. Como uma criança de 10 anos iria conviver com aquilo? Com aquelas cenas horrendas? Principalmente das pessoas que ela mais amava.
Eu ia visita la todos os dias, e esperava esperançosa o dia dela acordar e eu poder ver novamente aquele azul lindo que tinha no seu olho. Meus avós ficaram comigo esse tempo, eu geralmente estava sem ânimo pra ir à escola, por isso passava maior parte do tempo em casa.
No dia que minha mãe acordou foi como se tudo em mim renascesse. Vê ela sorrindo e falanco comigo me trouxe tamanha felicidade. Ela ficou mais alguns dias em observação, havia se recuperado consideravelmente dos hematomas e seus rosto estava bem melhor.
Fomos pra casa. Fiquei feliz em sentir sua presente novamente. E quanto ao meu pai? Nunca mais o vi, achei até bom, porque sentiria nojo de olhar pra ele novamente. Sentia saudades dele, mas nada me faria perdoa-lo.
Eu odeio ele. Odeio o que ele me causou e causou a minha mãe. Eu odeio Jonas Muniz.
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ANTIGO AMOR!
RomanceEm "ANTIGO AMOR", Izabelly lida com inúmeras situações complicadas em sua vida, a perda de seu pai, a agressão a sua mãe e etc. Izy tem que ser forte para enfrentar tudo ao seu redor. Terá que dar lugar a garotinha à mercê de tudo, à uma nova mulher...