Capítulo VI

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Com a carta que vovô me escreveu, pude perceber que eu sempre fui uma menina sensível e frágil, e que apesar de todas as oportunidades que a vida me dava de me reerguer, eu simplesmente as desperdiçava e corria pros braços de alguém pra tentar esconder meus problemas e medos.

Vovô sempre esteve lá, fazendo esse papel. Mas agora, as coisas mudaram, ele não está mais entre nós e com certeza, se eu não aproveitar as novas oportunidades, será o início do meu fim.

Mamãe assim como toda a família estava muito sensível com isso tudo, com a perda dele. Mas eu, eu teria que ajudá-los, mesmo sendo fraca, eu teria que usar meu melhor disfarce e encarar a realidade.

Percebi que a vida não vai me esperar, e o destino não vai ser bonzinho comigo por eu me fazer de pobre coitada, e sim, que vou sofrer mais ainda. Vou sofrer, porque não saberei enfrentar os problemas que me serão propostos, sofrerei porque não terá mais ninguém para me ajudar e cuidar de mim, a não ser eu mesma.

Aliás, eu cansei de sofrer. Cansei de me culpar por tudo que acontece ao meu redor. Cansei de me culpar por ter deixado minha mãe sofrer naquela noite insana, de ver ela agonizando e não fazer nada, cansei de tentar achar justificativas pra mim permanecer no Rio e não perder os amigos que demorei anos pra conquistar.

O que me resta é me entregar de corpo e alma para a vida. O fato de estar respirando não me dar o direito de dizer que eu estou vivendo, mas sim, existindo. E de existir eu também já cansei.

Eu costumava me esconder de tudo e de todos. Tenho medo de me machucar, na verdade, sempre tive. Eu sou só mais um corpo cheio de feridas que precisam ser curadas e cicatrizes que ainda doem quando se toca.

Preciso seguir, e vou.
Vou me deixar levar pela vida.
Vou fazer valer a pena todos os dias que o meu superior me proporcionar.
Do que vale um livro sem aventuras interessantes?
Acho que 17 anos já foram o suficiente. O resto será só o melhor de mim.

Não pretendo ser o tipo de pessoa perfeita, sem problemas e dizer que tudo é uma maravilha. Muito pelo contrário, sei que só vou aprender se tentar e nessas tentativas com certeza vou errar, quero desaba quando as coisas estiverem indo ruins e me alegrar quando tudo estiver indo bem.

Por fim, me tornarei uma nova Izabelly Stewart.







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