Capítulo XVIII

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No dia seguinte, assim que cheguei na escola, não pude deixar de notar olhares intercalados entre mim e Miguel e eu me arrependi de ter saído com ele ontem, mesmo que tenha sido por um milésio de segundos, eu me arrependi. Mas assim que eu vi aquele sorriso lindo e largo me desejando um "Bom dia" , eu derreti, e esqueci completamente dos olhares e do incomodo que eles me traziam. 

Bateu a campa para o horário do intervalo, e eu agradeci mentalmente por isso. Aquela aula de Sociologia estava muito entediante. Gabriel me chamou pra conversar no final do corredor, somente nós dois, o que eu nem me importei muito, provavelmente ele quer saber como foram as coisas ontem. 


- Oi Bella, tudo bem com a senhorita? Ou será que devo chamar de Senhora Nory?!

- Nossa que exagerado - Sorri muito alto com essa piada do Gabriel - Estou muito bem meu caro amigo e você, seu aproveitador de chefes de culinária?! -Ele sorriu e me empurrou com os dedos.

- Estou bem, tenho uma coisa para te falar!

- Pode falar!

- Eu estou com ciúmes de você!

- Como assim? Eu não vou te trocar por ele Gabriel, pode ficar tranquilo, você é meu melhor amigo, lembra?

- Não Bella, eu estou com ciúmes de você! 

- Eu já entendi isso Gabriel, estou falando que não precisa se preocupar, nada vai mudar entre a gente!

- Não Izabella, eu estou com ciúmes de você porque eu te amo! Eu não gostei quando você saiu com o Miguel, não gostei quando você chegou cantarolando em casa por causa dele. Eu te amo Izabella, entende? Eu quero que as coisas mudem entre a gente. Eu quero ser mais que seu melhor amigo!

Aquelas palavras me atingiram como uma facada no peito. Naquele momento eu comprovei as minhas suspeitas de que o Gabriel está diferente comigo, eu só não contava que fosse real. Eu também o amo, mas não sei se do mesmo que ele. Eu estava em total estado de choque. Porque ele só veio me falar isso agora?

- Eu não sei o que dizer, Gabriel!

- Não diga nada! - Ele me puxou e me entrelaçou entre seus braços, fazendo com que nossos olhares se encontrassem, e uma corrente inexplicável de eletricidade percorreu pelo meu corpo e eu não conseguia para de olhar para o mel dos seus olhos. E como se fosse num passe de mágica, ele me beijou.


E aquele beijo foi o melhor que eu poderia ganhar em toda a minha vida. Eu já nem sabia o que eu sentia. Aquilo era como se fosse uma realização de uma das minhas vontades mais profundas. Quando éramos mais jovens, Gabriel me pediu em namoro e eu aceitei, só que nunca havíamos nos beijado e aquilo foi ao mesmo tempo bom e estranho.


Ele parou de me beijar e eu fiquei igual, imóvel, sem reação.

Eu realmente não acredito que aquilo estava acontecendo.


- Okay, vamos recapitular tudo que aconteceu aqui, agora, nesse instante? - Ele sorri.

- Quer namorar comigo, Izabella Stweart?

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