Capítulo XXII

18 1 0
                                    


Acordamos pra ir à escola sem o menor ânimo, havíamos ido dormir muito tarde e acordamos as seis em ponto.

- Amor, acorda! -Falei puxando Gabriel de um lado pro outro.
- Oi? Estou no céu? - Gabriel respondeu sonolento, mas o "estou no céu? " foi porque abri as janelas e ficou muito claro o quarto, ri e neguei.
- Não seu bobo, você não está no céu, mas estará atrasado se não levantar dessa cama.
- Imaginei, os anjos de lá não seria tão mal em me acordar... - olhou no celular - ... seis e duas da manhã.
- Então quer dizer que eu não sou um anjo, Senhor Gabriel, só porque te acordei à essa hora? - Faço cara de ofendida e ele se levanta.
- Claro que não meu amor! - Ele sorri e me aperta - Você é o anjo da minha vida! -beija minha bochecha e sorri ainda sonolento.
- Tá bom,mas saiba que me magoei ! - Continuo fingindo.                                                  - Ah Bella, eu te amo! 

Não consegui ficar de 'mal' com ele por muito tempo. Enquanto ele foi banhar fui no quarto da mamãe.

- Mãe, bom dia! - Entro sem ao menos bater na porta.                                                                      - Bom dia Izy! - Ela fala num tom meio assustado e cobre as costas com a toalha.        - Tudo bem com a senhora? - Pergunto como habitualmente! Mas ela parece estar escondendo algo.          
- Tudo sim filhota e com você?
- Estou bem, ontem ouvi barulho de chaves, era aqui ?
- Acho que não querida, deve ter sido na vizinha de cima.
- Ah tudo bem. Só vou banhar, tomar café e eu e Gabriel iremos pra escola.
- Sim sim, o café está na mesa.

Sai do quarto e quando escutei um gemidinho de dor vindo do mesmo, voltei imediatamente.

- O que houve mãe? - Abro a porta rápido e a vejo sem a toalha cobrindo-lhe suas costas, deixando as mesmas nuas - O que foi isso nas suas costas!? - Pergunto espantada com o tamanho do machucado roxo nas suas costas.
- É... Não foi nada minha filha, foi só um livro que caiu em cima de mim no... escritório! 
- Você tem certeza mãe? - Pergunto ainda com receio do que ela disse, e se for ele? Será que vamos ter que passar por isso de novo? Mas ela não sabe dele. Eu espero que não.
- Tenho filha, fique tranquila.
- Certo, vou terminar de me arrumar.

Saio do quarto e vou banhar, Gabriel ja está pronto. Olho no relógio 6:40. Meu pai amado como o tempo voou, digo pro Gabriel ir primeiro porque vou chegar atrasada e não quero que ele se atrase também por minha causa. The dou um beijo rápido e o desejo um bom dia.

- Nos vemos no segundo horário! - Grito quando ele está saindo.
- Sim meu amor.

E lá se foi ele, uma das pessoas mais importantes da minha vida, um grande amor. Saio desses pensamentos românticos e vou me terminar de me arrumar! Mamãe sai minutos depois e logo fica só eu em casa. Ajeito as coisas do café da manhã no seu devido lugar, ligo a tevê pois ainda tem muito tempo para mim poder ir pra escola.
30 minutos depois...

Desligo a televisão e tranco tudo do apartamento. Quando chego na portaria o S. Jorge, o porteiro mais simpático de todos, me dá um bom dia e eu retribuo com um sorriso acompanhado.

Vou andando em direção até a escola até que chega um cara que segura meus braços e me empresa em uma parede de um beco. Não consigo olhar pro seu rosto direito. Ele usa uma espécie de máscara.

- Tudo bem docinho? - Ele fala chegando muito próximo de mim e meu coração acelera. - Você é muito linda e gostosa, sabia? - Ele me aperta ainda mais na parede.
- Me solta! Me solta! Me solta! - Começo a falar alto para que alguém me ajude.
- Shiiiiiiiiiuu! - Ele passa os seus dedos imundos pela minha boca e eu pressiono meus lábios fortes - Se fosse você ficaria caladinha!
- Por favor, não faz nada comigo! Eu te imploro! - Nessa hora lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto e meu coração ja está todo quebrado. Por que justo comigo?
- Não se preocupe docinho, não vai doer nada, nós vamos apenas nos divertir! Eu e você!  - Ele passa a mão pelos meus seios e aquilo me causa uma dor tão grande .
-Não , por favor não! -Me desmancho em lágrimas e ele ignora.
Sobe minha blusa e desbotou minha jeans.
Eu não consigo parar de chorar! Por que logo eu?

- Vamos nos divertir agora linda eu garanto que você vai gost...
- LARGA ELA SEU BABACA! - Um homem de porte alto surge e o agarra pela gola da sua camisa. Começa a soca lo e dar chutes.

Eu rapidamente abotou minha calça e desço minha blusa,  minha alma está apertada junta com o meu coração. Eu estou morta agora. Eu ia ser mais uma das inúmeras mulheres que sofrem abusos sexuais sem ao menos provocar nada ou ninguém! Sem motivo!

- Seu filho de uma p*** - O homem pega o marmanjo pelo braço e o leva até a mim, que ainda me derreto em lágrimas - Você ia abusar essa menina? Ia seu filho de uma p***? Você ia fazer mal a minha filha e ficar impune? - Meu coração como se não fosse mais possível, apertou-se mais, então era ele, meu herói me salvou! Igual sempre imaginei que ele fosse!

- Pai, é você? - Choro ainda mais.
Ele larga o cara em qualquer lugar, que já estava desacordado.
- Sou eu filha, eu vou te proteger! - Eu apenas me deixo amolecer em seus braços e não vejo mais nada. Só as lembranças ruins de tudo que acabou de acontecer!

ANTIGO AMOR!Onde histórias criam vida. Descubra agora