Parte 11 - Bolo

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- Bom dia, São Paulo! Está começando mais uma semana nessa grande cidade. - Diz uma locutora de rádio ao lado de Rafael em um estúdio. - Hoje estou aqui com o ex Diretor Criativo da Corpus, Rafael Cardoso, que atualmente possuí uma marca de lingeries para gordinhas! Então Rafael, comece me falando sobre o nome da marca, "Evelise". Me disseram que você se inspirou em uma modelo da Corpus, é isso mesmo? - Ela dá a palavra à Rafael que se aproxima do microfone e começa a falar.
- Olá Dani, é um prazer estar aqui no seu programa. Primeiramente eu gostaria de agradecer você pelo convite.
- O prazer é todo meu Rafael. - Ela o interrompe rapidamente.
- Bom, é isso mesmo, a ideia surgiu depois que saí da Corpus, conheci Evelise, que era uma das modelos de lá e estamos juntos até então. - Diz Rafael olhando para mim que estava do outro lado de um vidro no estúdio. Ele me manda um beijo enquanto continua a falar. - Tive que me mudar para São Paulo, pois não conseguia encontrar trabalho no Rio de Janeiro, e aqui montei essa nova marca em sociedade com meu melhor amigo Víctor e com a ajuda da Evelise.
- Então não é apenas a história de um empresário bem sucedido minha gente, é uma história de amor também! - Diz Dani.
- Sim, o amor nos uniu e me trouxe até ela. E juntos montamos a marca Evelise. - Ao ouvir aquelas palavras eu apenas sorri com minhas bochechas rosadas quase cobrindo meus olhos. Os dois ainda conversaram por mais um tempo até que ela o liberou e ele veio até mim. Tirei os fones de ouvidos e o abracei bem apertado.
- Nossa amor, adorei as coisas que você falou. - Disse sorrindo.
- Fui bem? Fiquei tão nervoso. - Diz ele sorrindo meio trêmulo.
- Foi sim amor. Não é mesmo pessoal? - Digo me virando para a bancada dos técnicos de som e todos apenas balançam a cabeça em concordância. - Viu? - Voltei a olhá-lo novamente sorrindo.
- Obrigado por sempre me apoiar. - Disse ele me olhando com aquela cara boba de sempre. Eu apenas sorri e o beijei. - Vamos, temos que ir a agência. - Saímos os dois da rádio e pegamos o carro em direção a agência

Noutro ponto da cidade, Vanessa acorda Vitor com café da manhã na cama. A mesa regada de guloseimas chamava atenção, o café preto que soltava vapor como se tivera sido passado a poucos minutos, e o bolo de fubá se derretia na manteiga.
- Bom dia meu amor. - Diz Vanessa ao se sentar ao lado de Victor que também se senta, ajeitando a bandeja em seu colo.
- Bom dia amor. Que horas são? - Diz ele tentando achar o celular.
- Cedo. - Vanessa o corta seca. - Tome seu café, hoje iremos dar um passeio, tem quase um mês que você veio para São Paulo e ainda não conhece nada.
- Não posso. Hoje tenho um dia puxado na agência. - Ele continua a ignorar a mesa de café da manhã no seu colo. - Onde está meu celular?
- Ontem você teve um dia cheio na agência, anteontem também, e, sabe a semana passada inteira? Você também estava na agência. - Diz Vanessa se levantando da cama. - Desde que começamos a namorar, é só isso que você faz. Passa o dia na agência e a noite transamos antes de você virar para o lado e dormir. - Ela fecha o roupão de seda vermelho e cruza os braços.
- Vanesaa, acabamos de abrir uma marca de roupas, esse começo é conturbado mesmo. - Diz Victor tirando a bandeja de seu colo e se levantando também sem parar de procurar por seu celular.
- Victor, você não abriu essa agência sozinho, Rafael também é sócio fundador junto contigo, e adivinhe só, ele tem tempo para sair com a Elise, acabei de ouvir os dois na rádio.
- Rafael está na área criativa, ele está fazendo a parte dele de marketing e a produção. Eu tenho os contatos, sou eu quem faz as negociações e as reuniões.
- Então você trabalha enquanto ele se diverte, é isso?
- Não! - Cada um tem a sua parte. - Ele se aproxima de Vanessa e segura em seus ombros enquanto olha em seus olhos. - Olha, eu prometo que terei mais tempo para você, sua cidade e nós. Mas agora eu preciso do meu celular.
- Não está comigo. - Diz Vanessa virando o rosto para o lado, mas de repente, o som de "Eye of the Tiger" começa a tocar de dentro de seu roupão. Ela revira os olhos, abre o roupão e pega o celular de Victor que está a escondido entre seus seios e o entrega.
- Muito obrigado. - Diz ele beijando seu rosto. - Olha a hora, Rafael vai me matar. - Disse enquanto se trancava no banheiro. Vanessa então se sentou na cama novamente e comeu o bolo que Victor nem se quer tocou.

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