Estávamos deitados juntos a algumas horas, mal nos falávamos, já havíamos feito isso durante um mês por telefone. Agora apenas permanecíamos abraçados, sentindo o calor um do outro. Até que começamos a conversar.
- Como você veio?
- Usei minhas economias. - Ela se levantou do aconchego de meus braços e fitou meus olhos.
- Você gastou suas economias só para vir me ver?!
- Não só para isso, eu decidi morar aqui.
- Em São Paulo? Como assim?
- Sim.
- Mas e seu apartamento?
- Era alugado, posso alugar aqui também.
- Rafael, e sua família!?
- Minha família agora é você. - Coloquei minhas mãos em seu rosto e olhei bem fundo em seus olhos. - Não tenho nada a perder, minha carreira no Rio de Janeiro já não estava boa, e a única certeza de que tenho agora é que não quero me afastar de você. - Ela me beijou e depois continuei a falar. - Eu e o Vítor iremos abrir uma empresa de lingerie plus size, juntaremos nossas economias e experiências. Com minhas criações e os contatos dele, conseguiremos uma marca rentável.
- Isso é incrível amor, e eu quero te ajudar no que for preciso!
- Estou contando com isso, quero que saia da Corpus e venha ser nossa sócia. Você ficará responsável pelas modelos e os desfiles.
- Nossa, isso é muita responsabilidade Rafael, não sei se dou conta.
- Da sim amor, eu confio em você e acredito que você consegue. Olha pra mim! - Segurei firme em suas mãos e olhei fixo em seus olhos. - Você confia em mim? - Ela olhou para minhas mãos, e depois voltou a olhar em meus olhos novamente e com um singelo aceno de cabeça concordou, então continuei a falar. - Mas vamos deixar isso para amanhã quando o Vítor chegar, hoje só quero pensar em você. - Ficamos ali deitados por horas curtindo um ao outro, até que pegamos no sono.
Vítor chegou logo pela manhã e já começamos os preparativos, fomos ao centro com Elise e alugamos uma sala em um escritório comercial onde estabelecemos nossa base, o decoramos de forma simples e prática. A primeira sala era a de Vítor, onde ele iria receber os clientes e onde seriam as reuniões; a próxima sala era a minha, onde toda a parte de criação era feita; a sala a minha frente era de Elise, onde ela coordenava as modelos e sua influência na Corpus lhe deu muita credibilidade tanto com modelos plus size famosas quanto nas agências.
- Então eu finalmente estou conhecendo formalmente a senhorita Elise?
- Você não conhecia ela na Corpus, Vítor?
- Pessoalmente não, apenas por fotos e comentários nos corredores.
- Falam muito sobre mim nos corredores? - Ela disse antes de soltar um de seus sorrisos bobos.
- Sim! Mas só coisas boas. - Vítor saiu de fininho para sua sala. Eu puxei Elise pelo braço e a abracei por trás em frente a um a primeiro esboço de uma lingerie.
- E aí, o que achou?
- Achei que ele era mais alto! - Ela fingiu ignorar o desenho, depois se virou para mim sorrindo. - Estou brincando, seu bobo, está lindo. - Ela me beijou e então continou. - Já pensou em um nome pra sua marca?
- Lembra quando perguntei a origem de seu nome?
- Sim, é uma abreviação de Evelise que em alemão significa avelã. Mas o que isso tem haver?
- Eu gosto muito de avelã!
- Será Evelise?
- Você não gosta? - Ela não respondeu, somente me beijou emocionada.
E foi assim que a marca Evelise nasceu.
No mês seguinte fizemos uma grande festa de lançamento com modelos amigas de Elise usando minha criações, acionistas convidados por Vítor e empresas concorrentes. O sucesso foi tanto que o primeiro lote de vendas esgotou em uma semana e fomos a uma boate comemorar nosso feito. Vítor, Elise e eu sentamos em uma mesa enquanto esperávamos Vanessa.
- Já podemos beber? - Dizia Vítor ancioso.
- Já disse que temos que esperar a Vanessa. - Respondeu Elise.
- É cara, calma, esperar um pouco não vai te matar.
- Ou vai, vou até o bar beber algo. Ele saiu, foi até o bar, logo em seguida Vanessa chegou.
- Chega um e sai o outro. Agora temos que chamar o Vítor.
- Deixa que eu vou lá. - Vanessa se voluntariou e saiu andando, ao chegar ela tropeçou e esbarrou em Vítor deixando sua bebida cair em seu colo. - Me desculpe!
- É você!? Já tinha me virado com a intenção de socar o cara.
- Não sabia que você era tão agressivo assim Vítor. Pra falar a verdade nunca paramos para conversar direito. Está bebendo o que?
- Verdade! Estava bêbendo whisky, e você, vai querer o que?
- Pode ser uma caipirinha!

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Evelise
RomanceUm romance que narra o encontro de Rafael, um diretor de criação de lingeries desempregado e Elise uma modelo plus size. Após um encontro inesperado em uma boate, os dois despertam sentimentos um pelo outro porém sempre há aquele x da questão que os...