Acordei com a sensação de ter acordado de um sono bem profundo mas eram apenas 5:30. Mal eu sabia de que hoje seria um dia mais que especial. Aproveitei para dar uma passada na biblioteca. Se você está querendo saber porque é que a biblioteca Municipal abre 5:30 da manhã, é porque Kate vem mais cedo, ela sabe que eu gosto de ler bem de manhã. Se tem alguma regra falando que não pode? Eu não sei, mas ela dá um jeito. Acabei A Maldição do Titã e comecei a fazer o dever de Português. Chamei Kate, que estava quase dormindo para me "ajudar" mas no final nós acabamos jogando uma partida de xadrez, que ela ganhou. Falei que depois da escola voltaria para a revanche, mas, não sei, talvez esse foi o meu erro.
Fui pra escola e na aula a professora de Matemática entregou o calendário de provas e o conteúdo da matéria dela. Ela disse que nessa aula ia explicar o que iria cair na prova, mas no final da aula a turma inteira estava conversando e fazendo piadas. Ótimo, uma professora boa! O nome dela era Flávia. Na aula de História, o professor, sei lá, acho que se empolgou com a felicidade da turma na aula anterior, ou ficou com inveja da Flávia, porque começou a explicar a matéria dele com tanta energia e animação, que quando bateu o sinal, todo mundo foi para o recreio gostando um pouco mais de História. Lá, encontrei Leon e Aline conversando.
-Oi gente!
-Oi Carol- fala Aline
-Carol, a gente estava combinando de ir na minha casa no sábado pra estudar, você pode?-diz Leon
-Ahn, claro!- eu digo, mais feliz do que eu esperava que ficaria.-Depois você me passa o endereço.
E fomos jogar vôlei: o nosso ''time'' contra o time que Raquel formou. Nós não ganhamos, porque o time de Raquel é muito forte e impossível de ganhar, porque tem várias pessoas que fazem aula de vôlei. Ela sozinha, não conseguiria nada. Eu tinha vontade de dar uma manchete na cara dela, mas não queria arrumar (mais) problemas.
Depois que a aula acabou, como eu tinha falado, eu fui pra biblioteca, para a revanche.
Chamei Kate mas ela não respondeu, devia estar arrumando alguma estante, e eu não quis atrapalhar. Decidi começar a ler A Menina que Roubava Livros, porque me empolguei hoje com a aula de História.O que eu achei interessante, foi que no exato momento em que estava lendo a parte que os nazistas tacavam fogo em um monte de livros e a menina observava, eu senti um cheiro de queimado. Larguei o livro e comecei a procurar da onde estava vindo o cheiro, preocupada. Corri por estantes até que me deparei com uma grande chama viva, consumindo uma enorme prateleira com livros grossos perto da janela. Nesse meio tempo o alarme havia tocado e eu estava paralisada. Minhas pernas pareciam feitas de chumbo e eu não conseguia pensar direito. Mas então eu voltei à vida e comecei a gritar, correndo pra longe do fogo. Tentei ir para a saída, mas estava bloqueada. Então me virei e senti que estava perdida. Eu olhava para os lados e só via fogo.
Fogo.
A chama daquela prateleira tinha se espalhado por toda a biblioteca, e eu sentia como se fosse culpa minha. Me joguei no chão porque sabia que o ar frio era mais pesado e ficava em baixo, aprendi na aula de Ciências, e eu também já tinha lido livros incêndio, mas eu nunca imaginaria que iria usar isso algum dia. Mas o que eu mais pensava era que eu estava sem saída, rodeada por fumaça, chamas e... livros. Eu sabia que os meus livros estavam indo em bora.
Então, chorando, eu ouvi uma sirene e, acho que desmaiei, não sei. Tudo o que eu lembro foi de ter acordado deitada na cama de um hospital, com Leon e Jack olhando pra mim.
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Aquele Dia
Teen FictionVou contar a história de um tempo na minha vida em que eu só pensava em uma coisa: ler. Meu Deus, como eu era viciada! Eu lia quando estava triste, pra ficar feliz, e quando eu lia feliz ficava triste sem perceber. Aliás, essa minha paixão acabou há...