Capítulo 4 - Traumas

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Acordo com a claridade invadindo o quarto sem pedir licença, so consigo pensar no ser que abriu as cortinas e o xingo internamente. Para me acostumar com a ideia da luz, pisco meus olhos aos poucos. Vejo as horas no celular: 7:00h da manhã.

Ótimo, além de babaca, acorda muito cedo.

Quando dou uma olhada ao redor, percebo que meu colega de quarto não está na cama, mas então reparo no barulho do chuveiro vindo da parede a minha direita. Solto o ar dos meus pulmões de uma vez em frustração por querer dormir mais alguns minutos mas não conseguia pelo meu cérebro que acordou me lembrando do ocorrido de ontem.

Que saco! Como pode uma pessoa ficar na cabeça da outra de maneira tão rápida?

Logo a minha imaginação começa a trabalhar numa possibilidade de um dia eu e Mikhael sermos amigos, um dia que nossa relação seja boa o bastante para sermos livres para falar o que quiséssemos dentro desse quarto e uma otima convivência até o último de aula. Mas esse pensamento vem como uma piada ridícula, me arrancando uma risada sincera ao notar que isso seria impossível de acontecer.

Eu só posso está tendo os primeiros sintomas que o coringa deve ter sentido.

Sempre gostei de livros de mistérios e suspenses com um toque de drama, mas agora eu não tô num livro, tô vivendo essa loucura toda e pasmem: Foi o primeiro dia! Um livro seria tudo mais fácil, tenho certeza.

Ouço a porta do banheiro sendo aberta, revelando o ser de cabelos escuros ainda meio molhados, vestindo um moletom verde escuro e uma calça preta. O observo de maneira discreta ir até sua cômoda e pegar seus óculos antes de voltar ao banheiro mais uma vez.

Eu não posso ficar reparando em todos os seus passos a cada momento, tenho que viver minha vida em paz e não ficar de qualquer forma obcecado por ele, apesar que é muito cedo para afirmar algum sentimento que tenha em relação a ele, algo como a raiva que Rafael aparentemente tem.

Falando no loiro, o mesmo mandou algumas mensagens me dizendo que iria me esperar no refeitório no mesmo lugar que ontem almoçamos e jantamos. Outra surpresa é Rafael Langer acordar tão cedo assim, acho que a rotina aqui é outra só pode. Vale destacar a última mensagem:

"Espero que esteja bem e vivo, caso ao contrário, mato esse cara."

Assim vemos o amor de Rafa pelo meu inusitado colega de quarto. Eu ainda devo questionar a verdadeira história por trás de todo esse "amor", algo me diz que o loiro ainda esconde muitos detalhes de mim.

Bloqueio a tela do meu celular e levanto da cama para arruma-la. Enquanto faço isso, o senhor babaquinha sai do banheiro mais uma vez, só que dessa vez o cabelo totalmente arrumado e alinhado. Minhas narinas entram em êxtase pelo perfume maravilhoso desse homem, poderia sentir o dia todo de tão gostoso era. Claro, o perfume.

Não lhe dou muita atenção, apenas continuo meus afazeres e ouço a porta abrir e fechar logo em seguida. Ele foi embora e assim consegui respirar tranquilamente, mesmo nem percebendo que minha respiração estava descompassada.

Pego minha toalha e entro no banheiro. Não passo muito tempo lá dentro, saio com a toalha em volta da cintura em busca de uma roupa limpa sem me preocupar de está exposto demais já que o único que me impediria disso era o ser que já se mandou.

Ontem Rafa me ajudou com as minhas coisas, então basicamente tudo já estava do jeito que gosto que fique, não foi difícil achar uma roupa; uma camiseta azul, calça jeans e um tênis preto, tudo bem simples.

Passo uma escova rápida no cabelo, algo que não demorava minutos, diferente de Linnyker que passou uns bons minutos até sair do banheiro com o cabelo arrumado. Pego meu celular e saio rumo ao refeitório para o café da manhã.

Sweet Revenge || MITWOnde histórias criam vida. Descubra agora