Capítulo 6 - Limites

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( Foto da mídia é para representar mais ou menos como seria o quarto de Tarik com Mikhael, com algumas diferenças.)


Abro os olhos com dificuldade pela claridade chegar em cheio e fazer minha cabeça latejar de dor, desisto e fico alguns minutos ainda de olhos fechados apesar de já esta acordado.

Nada mais que flashes sobre a noite de ontem vinham e iam rápido, me fazendo questionar o que de fato aconteceu. Ainda de olhos fechados tento esvaziar a mente para depois tentar organizar os poucos acontecimentos que tinha lembrança.

Lembro-me de chegar na maldita festa com Rafa, do maldito beijo e... da maldita bebida. Lembro de virar o primeiro e segundo copo, mas daí por diante só vinham algumas lembranças rápidas e escuridão. Dentre elas, foi como se tivesse visto aquele cara na festa e isso me embrulhava o estômago só de pensar na possibilidade de ter sido real. Definitivamente era a última coisa que precisava ter agora na minha vida, aquele cara que destruiu parte dela.

Então lembro de estar no corredor, alguém chega e falar comigo, mas não sei quem poderia ser. Talvez Rafa tivesse me ajudado a chegar no meu quarto? Sinceramente, não faço a mínima ideia, mas espero que tenha sido o loiro.

Continuo com os olhos fechados tentando agora não pensar demais para não queimar minha cabeça como o inferno. Fico ainda mais quieto quando ouço a porta do quarto de abrir e fechar.

— Davi, pelo amor de Deus, eu tô enlouquecendo, cara. — Identifico a voz grave do meu colega de quarto. Detalhe: pela manhã sua voz fica ainda mais rouca e sexy, mas eu nunca admitiria isso em voz alta. — Eu sei... Eu sei!

Ele parecia falar no celular enquanto mexia em alguma coisa, posso advinhar que estava bastante nervoso só pela forma que fazia barulhos e xingava baixo quando deixava algo cair que fizesse sons mais altos.

— Eu não sei o que tem de errado comigo, mas tenho certeza que devo mudar isso antes que seja tarde de mais, entende? — Sua voz parecia também um pouco cansada e frustrada. — Não, não é que nem da outra vez! É diferente, ele... — Então um grande suspiro. — É diferente.

Em outro momento me sentiria mal sobre estar escutando a conversa alheia, mas tudo relacionado a esse homem fazia despertar o pior de mim no quesito curiosidade. O que vai falar ou fazer sempre é uma incógnita, por isso devo aproveitar cada momento.

— Tá, vou precisar desligar agora. Mais tarde a gente se fala, se cuida... Relaxa que não vou ser nenhum babaca. Tchau. — E desligou.

Não sei se sabia que eu já não dormia mais, mas só fiquei um tanto que triste pelo mesmo desligar e acabar a conversa. Agora posso anotar um nome na memória: Davi. Quem seria essa pessoa e o que era para Linnyker? Pelo pouco que ouvir, posso chutar que seja alguém importante no qual ele confie e conte seus segredos. Talvez seja o tal amigo que Rafa contou antes?

São tantas perguntas!

Dou um tempo antes de fingir que estava acordando pela primeira vez, sabia que o moreno ainda estava no quarto apesar do silêncio repentino. Vou abrindo meus olhos devagar mais uma vez, a luz ainda incomodava mas forço mesmo assim até me acostumar. Me sentar foi uma péssima ideia quando sinto como se uma espada atravessasse meu crânio de tanta dor.

— Puta que pariu! — Seguro minha cabeça com as mãos e faço uma leve massagem na área das têmporas para aliviar a dor.

— Seria pior se não tivesse tomado o remédio. — Ouvir sua voz só piora a situação, mas não deixa de chamar minha atenção.

— O que...? Que remédio?

— É, pelo visto não se lembra mesmo. — Talvez eu tivesse identificado uma frustração na sua voz, mas só talvez.

Sweet Revenge || MITWOnde histórias criam vida. Descubra agora