c a p í t u l o 5

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— Você está bem? — Jared questiona, interrompendo meus pensamentos

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— Você está bem? — Jared questiona, interrompendo meus pensamentos.

Aquele olhar aborrecido de Dexter Price não sai da minha cabeça! O que foi aquilo, afinal?!

— Na verdade, não. — confesso.

— Precisa que eu pare o carro? — seu semblante é preocupado.

— Não, obrigada. É uma crise de consciência.

— Lou, eu já lhe disse que...

— Eu sei o que você disse e agradeço pela consideração. — corto sua fala. — Mas podemos fingir que nada aconteceu?

— Claro. — ele concorda educadamente, apesar de não conseguir esconder a decepção estampada em seu rosto bonito.

Penso em diversas formas de iniciar um diálogo que amenize o clima desagradável, contudo nada me vem à cabeça.

Permanecemos o restante do trajeto num silêncio constrangedor. Quando Jared estaciona em frente ao meu prédio, eu agradeço pela carona e beijo suavemente seu rosto.

Ele abre um sorriso fraco e me deseja boa noite, dando a partida sem olhar para trás.

Solto um suspiro desanimado e tiro os sapatos para subir as escadas, caminhando lentamente, já que a empresa de manutenção não apareceu para o conserto do elevador.

O esforço físico, somado ao efeito do álcool, me cansa em demasia. Depois de entrar em casa, eu apenas retiro meu vestido e me jogo sobre a cama, sem ao menos retirar a maquiagem ou tomar um banho.

Como o previsto, acordo na manhã seguinte com uma crise de vômito e uma baita dor de cabeça. A ressaca monstruosa se apodera do meu corpo até bem depois do almoço, me fazendo arrepender amargamente da atitude desmedida da noite anterior.

Recebo um novo telefonema de Emily e opto por desligar o celular. Mesmo o ruído do vibracall parece acentuar minha enxaqueca.

O dia parece se arrastar e levar setenta e duas horas.

Ao, finalmente, despertar na segunda-feira, eu me sinto renovada. Apronto-me para o trabalho e dirijo em direção ao edifício da Editora Price, carregando minha pasta com as minhas anotações.

Ansiedade transborda através do meu corpo e eu sinto a adrenalina percorrer minhas veias, imaginando como será enfrentar a reunião com Dexter Price. Sem contar o quanto seu comportamento em frente ao The Jungle me deixou encabulada, contribuindo para a minha apreensão de encontra-lo pessoalmente.

Salto do elevador no nono andar às dez para às oito. Surpresa e ao mesmo tempo satisfeita com a minha pontualidade. Talvez aproveitar o final de semana tenha realmente me favorecido, assim como meu chefe havia sugerido.

Atravesso o corredor enquanto ouço os saltos do meu sapato de grife ecoando através do chão de mármore. Agora que não sou mais a garota do café, percebo minha autoestima se elevar ao calçar um belo par de saltos, nude com o solado vermelho. Um presente de Bryan no meu aniversário de vinte e quatro anos, o último em que passamos noivos.

Confusões de uma Nerd [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora