Certa vez havia três seres que amavam se banhar na lama que ficava próximo ao lago dos cisnes. Em uma bela amanhã, apareceu um porco que fazia ofuscar a visão de qualquer outro ser daquela região de tão belo que era. Bom, isso começou a achar um dos três porquinhos, ou melhor, uma que era porquinha. Ela amava o conversar daquele ser, sua lábia era tão convincente que, conquistou os irmãos da porquinha também – pelo menos um deles, e assim, decidiram falar com dona Porca.
Ah, dona Porca era vivida. Assim que a porquinha lhe apresentou o imponente porco, ela mostrou desagrado na hora. O expulsou de casa e a porquinha correu para o seu chiqueiro chorar. Dona Porca foi conversar com ela, dizia que nem tudo que reluzia era lama pura e que o brilho que ela via naquele porco tinha cheiro de enxofre e aspecto de sebo. Mas, a pequena porquinha não quis ouvir dona Porca e armou fugir com o resplandecente porco. Seus planos falharam, porém, quando seus irmãos porcos a impediram, vigiando-a dia e noite. Eles respeitavam o que dona Porca falava - pelo menos um deles. O porco 1, mais velho e mais esperto, estava ciente e assentia com as conclusões de sua mãe, o porco 2 achava que ela exagerava e que estava apenas com ciúme de mãe. Por isso, decidira ajudar a irmã mais nova a se encontrar com o porco por quem se apaixonara.
Irmão porco 2 aproveitou o momento que o irmão porco 1 saiu para pegar um bronzeado e marcou com o porco de se encontrar no lamaçal da parte densa da floresta. Logo eles se encontram, e a irmã porca se pôs a chorar. O porco namorado disse que eles ficariam juntos em breve e ela ficou aliviada. Acreditava em tudo que ele falava e se sentia segura.
Dois dias depois, dona Porca, como de costume, estava crochetando algumas malhas para seus filhos porcos se protegerem do intenso inverno, quando algo não casual aconteceu, Uma sombra que aumentava gradativamente se aproximava dela. Ela não podia ver, pois, no susto, deixara seus óculos caírem. A sombra estava cada vez mais próxima...
Irmã porca estava correndo feliz pela lama da floresta densa. Seu porco pretendente havia dito que eles ficariam juntos em breve e não havia maior felicidade para ela. Sua empolgação era tanta que, a menina porca não viu e tropeçou em uma pedra, rolando morro abaixo. Seus irmãos porcos não estavam naquele momento. Haviam saído para caçar esquilos. Por sorte, ela não se machucou, mas o declive era tamanho que, ela sozinha não conseguiria voltar para a superfície. Tentou subir, usando de suas forças e mordendo os pequenos galhos, mas acabava caindo. Não tinha garras para se prender ao morro, então começou a perder as esperanças. Tentou gritar, mas não havia nada, nem ninguém na região. Cansou-se e adormeceu ali mesmo.
Foi desperta no susto. Estava de volta a superfície do rochedo, bem próxima do lamaçal que, outrora, percorria alegremente. Embora estivesse desfalecida, teve a sensação de que algo ou alguém a carregara até ali. Alguém de pelos alaranjados e com bigodes... Olhou em volta e, ao observar a ala leste, pôde ver a sombra de um ser encapuzado, de chapéu e... de botas. Mas, por que ele havia lhe deixado uma capa avermelhada?
Correu em sua direção o máximo que pôde. Por cerca de vinte minutos ainda o via, mantendo aquela mesma distância que quando o viu no lamaçal – o que também era curioso, afinal, o gato andava em duas patas (embora parecesse quase flutuar) e ela corria com as quatro. Após esse tempo, como por mágica, chegou em sua casa. Nunca havia feito aquele caminho que, por certo, era mais rápido do que qualquer outro que tenha feito. Estava com a capa deixada pelo ser de botas, segura pelo focinho e envolvendo seu corpo, pois já era noite e já sentia frio.
Ao chegar na casa, encontrou os irmãos arrumando suas coisas de modo triste. Ao questioná-los, eles disseram que a dona Porca havia morrido e que, por isso, deveriam deixar a casa e construir a sua própria. Enterraram o que sobrou de dona Porca e puseram-se a trabalhar. A tristeza e foco eram tamanhos que os irmãos porcos não repararam na nova capa que a irmã porca tinha.
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CONTOS DA FLORESTA
FantasiE se as histórias que conhecemos dos contos de fadas, heróis medievais e contemporâneos fossem contados pelo ambiente em que ocorreram? Acompanhem esses contos de histórias recontadas e recriadas em meio a uma floresta encantada.