Ela passara a noite em claro, velando o sono do seu moleque, tomando um café e enchendo um caderno com desenhos e novas histórias que sempre carregava consigo dentro bolsa . O relógio marcava cinco horas da manhã e pela janela ela via várias pessoas se encaminhando para mais uma jornada de trabalho . Depois de discutir com Guilherme e sair do apartamento ela caminhara durante um tempo para tentar se acalmar , mas uma vez ele duvidara de sua palavra sem sequer deixa lá explicar o que ocorrera. Durante sua depressão ficara tentada em ligar para ele e contar o que havia acontecido, dessa forma ele poderia ajuda lá a superar a dor da perda, mas algo sempre a impedira, muito pelo o que ele poderia achar que o filho era de Júlio . Ela precisava aprender a não deixar as ações de Guilherme a afetarem tanto. Um sorriso sem humor se formou quando imaginou que poderia se permitir apaixonar se por outro homem e a imagem de um certo italiano de olhos azuis lhe veio a mente ... mas a verdade é que ainda amava aquele Ruivo desgraçado, duas lágrimas teimosas deslizaram por sua face .
- Beca ? - uma voz se fez ouvir em um tom de preocupação - Tá tudo bem ? - Pedro a encarava sentado na cama assustado, nunca via Beca chorar
- Estou bem moleque - ela limpou as lágrimas - Como está se sentindo ?
- Bem melhor ...
- Fico feliz em ouvir isso - disse Marcos entrando no quarto - Nos deu um belo susto rapaz , ja tenho o resultado dos seus exames e se tudo ocorrer como o planejado você estará estabilizado e pronto para sua doação de medula daqui há alguns dias .
- Isso é ótimo - disse Rebecca sorrindo , somente aquela notícia poderia alegrar o seu dia
- Poderei voltar a jogar volei ?
- Depois da doação - disse Marcos sentando se na beirada da cama, ele gostava demais daquele menino - Seu corpo passara um tempo pra se readaptar , então não vejo problemas em futuramente você voltar a fazer tudo aquilo que gosta. Bem agora preciso ir, vou terminar minha ronda e depois irei para casa.Onde está Guilherme?
- Podemos conversar lá fora ?
- Ei, não sou mais criança, podem conversar aqui
- É criança sim - respondeu Rebeca - Senão fosse não poderia fazer isso - ela foi até ele e encheu seu rostos de beijos estalados e recebeu as gargalhadas dele em resposta.
- Ok , ok eu sou criança - uma enfermeira trazendo o café da manha dele entrou no quarto arrumando logo uma bandeja no colo dele
- Coma tudo e terá mais ataque de beijos - disse Rebeca da porta , ele sorriu e ela se virou para encontrar com Marcos do lado de fora
- Onde está meu primo ?
-Eu não sei Marcos - ela disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha - Tivemos uma feia discussão - as pessoas passavam por eles no corredor e ela estava sem jeito de contar o que ocorrera.
- Venha vamos pra o meu escritório - momentos depois os dois estavam na sua sala onde ele serviu café a ambos - Agora pode me contar, sei que todas da minha família não ha trataram bem três anos atrás, então prefiro ouvir o que você tem a dizer do que voltar a julga lá sem uma explicação .
- Bem ... havia saido para tomar um café depois de horas ao lado de Pedro, ele também havia saido pra dar alguns telefonemas pra empresa. Então ele ouviu enquanto conversava ao telefone e dizia que não poderia perder outro filho - ela viu os olhos de Marcos se arregalarem e contou tudo o que ouve depois - Desde que saí de la não o vi mais .
- Esse lado passional e extreme do meu primo por muitas vezes o deixa em maus lençois . Não o estou defendendo , ele não pensa antes de falar e acaba magoando quem não deveria . Vou tentar descobrir por onde ele anda e ele vai me ouvir .
- Não o quero metido nesse drama
- Mas ja estou, fique tranquila - ela se despediu e no mesmo estante seu semblante se fechou, Guilherme mais uma vez magoava a mulher da vida dele. Deus havia lhe dado a oportunidade de conquistar novamente aquela mulher e ele jogava tudo pelos altos. Ele viu a dor da magoa nos olhos dela, dessa fez Guilherme iria ouvir poucas e boas.
Rebeca caminhava pelos corredores devagar, nunca imaginara que Marcos tomaria seu partido , ele era calmo mais tinha a teimosia dos Callazans . Ela estava com um meio sorriso no rosto quando abriu a porta e um homem estava sentado na beirada da cama conversando com Pedro . E seu sorriso foi genuino quando reconheceu quem era.
- Lucca !!! - ele olhou para ela lhe deu um sorriso lindo e ela correu para ele e seu abraço de urso.
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Reencontrando o amor
Romance- Já é tarde demais! E eu já vou indo, caso contrário eu posso começar a chorar. Adeus - ela saiu, se despediu da secretária e logo chamou o elevador. Esfregava as mãos tentando aquecê-las em sinal de ansiedade. O elevador chegou vazio e ela entrou...