9 - Impotencia

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- Filha? É você, meu anjo. Responde filha. É a mamãe.

O único ruído agora parecia ser a respiração de alguém

- Quem está aí? Quem está com ela? Fala!

Sem me dar conta eu comecei a gritar, como se isso fizesse quem quer que estivesse com minha filha se amedrontar.

- Por favor! Eu faço qualquer coisa para tê-la de volta. O que você quer?

A ligação foi encerrada. O desespero de nunca mais ouvir a voz de minha filha me tirava as forças.

-Filha? O que houve?

Minha mãe se aproximou de mim, abraçando-me e enxugando minhas lagrimas. Foi aí que lhe contei tudo. Seu rosto se acendeu num sorriso esperançoso.

- Filha, o identificador de chamadas.

Entendi o que ela estava propondo. Me levantei depressa sem saber como usar aquele aparelho direito. Era novo, resolvemos usa-lo justamente por causa dos trotes.

- Sim mãe, eu vou retornar. Eu vou falar com alguém. Eu sei.

Consegui retornar mas ninguém atendia. Ligava incessantemente. Inútil.

-Filha, se não atenderam na primeira vez, não atenderão mais. Já está tarde. Vamos dormir.

Minha mãe falava enquanto colocava o Telefone de volta no gancho. Ela me acolheu no sei abraço me prometendo que tudo iria ficar bem. E sabe de uma? Eu usava toda minha esperança nessa promessa.

- Mas mãe, eu só queria saber se ela está bem. Se está comendo direito. O que nós fizemos? Não somos pessoas ruins. Quem poderia ter tanta raiva de mim a ponto de pegar meu bem mais precioso?

-Filha, vamos para o quarto.

Ela me deixou na cama e quando voltou trazia um copo de suco de maracujá e biscoitos de chocolate.

- Estava pensando... Vamos entrar em contato com o detetive bonitão e depois com os policiais barrigudos.- Eles vão rastrear para descobrir de onde é. Estamos mais proximas de encontrar a nossa pequena.

Ela falava enquanto me dava o copo de suco. Olhei para ela sem muita vontade de comer ou beber qualquer coisa. Mas entendia seu cuidado. Faria o mesmo no lugar dela. Aceitei para tranquiliza-la. Apesar de tudo, a certeza dela me fazia pensar que as coisas realmente iam ficar bem. O suco estava forte, imaginei que foi de proposito. Aos poucos fui pegando no sono. Depois de muito chorar e lembrar da minha pequena.

Acordei quase as 10:00hrs da manhã. Assustada com mais um pesadelo que a essa altura ja estava se tornando constante. Minha cabeça latejava, resultado do choro da noite anterior. Não conseguia mais trabalhar e pelas aulas que estava faltando teria que trancar a faculdade. O André continuou a rotina, mas sempre que podia estava presente, e até quando não podia também. Quando desci as escadas fui recebida por ele. Minha mãe e o Douglas estavam no sofá.

- Bom dia, amor. Como voce está? - Senti seu abraço e seu beijo doce.

- Ja estive melhor. É tão bom te ver tão cedo. Novidades?

- Sim, mas o Douglas pode explicar melhor.

Cumprimentei e me sentei. Minha mãe se levantou me deu um beijo e foi para a cozinha.

- Então Marina- Douglas começou a me explicar -. Parece que ontem mesmo o André soube da ligação que você recebeu. Ele me enviou uma mensagem e desde então estamos trabalhando. Estamos tentando localizar o titular da linha, o endereço, alguma coisa.

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