Prólogo

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Talvez apenas tenhamos lutado por perdoar o imperdoável pelo peso da solidão nas nossas mentes. Não. O amor não seria assim tão forte para perdoar algo tão macabro como o que guardámos. Acho que não.

Quando entrei no elevador não desabei, estranhamente mantive-me calma exteriormente e começava a acreditar que a situação se tornava igual no meu interior. As portas abriram-se, só aí dei conta do meu primeiro verdadeiro respirar desde que saí do piso superior. A mágoa no meu peito parecia finalmente ganhar a vida que queria matar. O egoísmo que me pesava na consciência. Então quando finalmente cheguei ao canto onde me habituei a chorar, quando relembrei como no fim volto sempre ao mesmo ponto, os soluços de choro arranharam a minha garganta e chorei tanto como pensei já não ser possível.

Mas tudo mudou drasticamente.

A distância e o tempo correram em paralelo desde aí, numa velocidade estonteante. E ainda parece surreal acreditar que consegui recomeçar numa outra ponta do globo, para lá do oceano. Que já passaram cinco anos e eu consigo não apenas sobreviver, mas começar a viver.

The Shadow 3 - ForEverOnde histórias criam vida. Descubra agora