05. Mapa do Maroto - Parte II

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# No capítulo anterior...

  "Quando eu menos esperava estávamos todos separados e não dava para ver o cabelo de ninguém já que o matagal é muito alto.

  Paro de correr e engulo em seco e quando a minha respiração já estava se acalmando eu escuto o barulho de um galho se quebrando e vejo um vulto preto..."

  Meu coração começa a bater descompassadamente enquanto o vulto ia se aproximando. Quando eu finalmente vi que se tratava de um comensal da morte.

  Começo a dar passos lentos e curtos para trás esperando que ele não perceba a minha tentativa de distanciamento.

- Você é Luciana Malfoy? - Ele pergunta com uma voz sombria que ostentava preguiça na pronúncia de cada uma das sílabas ditas.

- Depende de quem pergunta. - Eu digo, maldita boca grande. Dou mais um passo para trás, maldita a hora que eu deixei a varinha em cima do criado-mudo.

- Vamos criança. Não precisa ter medo de mim. - Ele diz sobriamente e sua fisionomia finalmente tornou-se completamente visível para mim.

  Ele é dono de uma das faces mais cruéis e malignas que eu já vi. Olhos cinza tempestuosos que exalam maldade. Pele tão branca, mas tão branca que a neve em seu ápice não o alcançaria em cor. Cabelos tão escuros que nem a noite mais sombria seria capaz de se comparar em escuridão. Feições de dar medo dominavam aquele rosto assombroso.

  Dou mais um passo para trás, mas, dessa vez, a sorte me abandona, acabo por tropeçar em um galho e caio sentada no chão enquanto o homem se aproximava cada vez mais.

- Quem é você? - Eu pergunto um pouco desesperada tentando atrasar ele o máximo de tempo que consigo.

- Eu já tive muitos nomes. Dentre ele temos "O namorado da esquisita", "O seguidor de você-sabe-quem", mas o que eu mais gostei até hoje foi "O pai dos bisnetos daquele-que-não-se-deve-ser-nomeado", - ele diz e um tempo depois minha ficha cai. - Sim, esse sem sombra de dúvidas foi um dos meus nomes favoritos.

- Você é louco. Eu... Eu... - eu começo a entrar em desespero olhando para todos os lados menos para aquele homem que se apresenta como meu pai. - Você não é meu pai. Meu pai de verdade deve estar colocando James para dormir novamente.

- Você sabe que eu não falo de pai como quem cria. - Ele diz em um tom de voz lúgubre e monótono sem parecer arrependido de nada que está fazendo, do medo que está me proporcionando.

- Você não vê? Você é um ser sem alma e sem coração! Deveria se arrepender de ter se quer pensado em pronunciar tais palavras! Pai é sim quem cria. Se você não é tão cabeça de vento quanto parece deve saber que sangue compartilhado não é demonstração de afeto ou carinho. - Eu falo exaltada.

- Hora, vejamos... Você não acha que fala demais não? Isso é falta de umas boas maldições imperdoáveis na infância. - Ele diz com um sorriso macabro. - Cruci...

- Expelliarmus. - Eu escuto a voz de Alvo gritar atrás de mim.

  Logo o dono da voz me ajuda a levantar e nós começamos a correr de volta para a casa dos Potter.

  O vento gélido da madrugada açoitava os meus cabelos. Meus pés já doíam de tamanha correria e de fato preferia estar dormindo em uma cama confortável sem correr o perigo de ser morta por aquele que se diz ser meu pai. Pai esse que nunca participou da minha vida.

- Por que você demorou tanto? - Eu pergunto para Alvo quando já estamos próximos a casa.

- Porque não é fácil achar uma pessoa do seu tamanho no meio do mato. Principalmente se ela inventar de ficar sentada esperando que um comensal da morte lance sobre ela uma maldição imperdoável. - Ele retruca irritado.

- Olha não quero falar sobre isso ok? - Eu pergunto com a voz embargada pelo choro que queria sair, mas eu, obviamente, não irei permitir que nem uma mísera lágrima caia de meus olhos.

- Você tá bem? Ele fez alguma coisa com você? Quem era ele? - Alvo começa a me bombardear de perguntas.

- Ele não é ninguém que valha a pena se lembrar - eu digo sem a mínima vontade de responder algo mais.

  Continua...

Luciana Malfoy - As férias com os Potter (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora