2 anos depois
Atravessei a rua correndo tentando evitar que os pingos de chuva marcassem meu vestido vinho. Entrei no restaurante sem fôlego e olhei ao redor procurando-o. Uma atendente parou na minha frente bloqueando minha visão.
-Tem reserva, senhorita? – Ela sorria amigavelmente, usando um terninho azul escuro e com seus cabelos loiros presos em um coque milimetricamente bem arrumado.
-Eu estou com alguém. O Sr. Styles já chegou? – seus olhos brilharam a menção do nome dele e tive certeza que ele já estava aqui. Pelo visto meu cacheado não havia passado despercebido pela recepção. Seu sorriso amigável se tornou um pouco mais forçado e seu olhar percorreu meu corpo, como se avaliasse se eu era suficiente para ele. A decepção que ela tentou disfarçar significa que ela chegou a resposta certa: era ela que não era o suficiente para competir comigo.
-Claro, senhorita. Ele a está aguardando. Por aqui, por favor. – Ela se virou e caminhou entre as mesas, a segui, avistando Harry antes que tivéssemos chegado a mesa. Ele levantou sorrindo quando me viu. –Tenham uma ótima noite, senhores. – A atendente disse sem tirar os olhos dele, depois que ela saiu, ele veio até mim.
-Belo vestido, você está maravilhosa. – ele me deu um selinho e puxou a cadeira para que eu me sentasse, sentando em minha frente logo depois. – Que tal um vinho? – confirmei e ele pediu a carta de vinhos ao garçom.
-Parece que estamos comemorando. Não me diz que eu esqueci outra data? – perguntei um pouco assustada. Da última vez que fiz isso, tive que assistir uma maratona dos filmes tristes preferidos dele como recompensa e apesar dele os conhecer de trás para frente, ainda assim chorou em todos.
-Não. Mas talvez hoje se torne uma data, então não esqueça de colocar um aviso anual no seu celular. – ele respondeu sorrindo mostrando suas covinhas. A carta de vinhos chegou e nos concentramos em escolher algo bom, mesmo que ainda não soubesse o que ele tinha em mente para essa noite.
Quando o garçom voltou com nossa garrafa, ele colocou um pouco em nossas taças para que degustássemos e aprovássemos. Giramos o vinho na taça, cheiramos e experimentamos, nossos olhares se encontraram depois que terminamos de provar, percebi imediatamente que ele escondia um riso assim como eu. O garçom nos serviu assim que aprovamos o vinho e saiu da mesa.
-Quão idiota nós somos por sempre fazer isso? – ele perguntou rindo e o acompanhei.
-Não sei, talvez muito. A gente podia tomar um curso sobre vinhos de uma vez por todas e parar de fingir para os garçons que temos alguma ideia do que estamos fazendo.
-É uma ótima ideia! Vamos resolver logo isso. – ainda riamos quando o cardápio chegou. Fizemos nossos pedidos e começamos a conversar sobre o que havíamos feito durante o dia. Lhe contei tudo sobre a reunião com os engenheiros de uma novo empreendimento que houve hoje na construtora e que meu chefe me convidou para participar.
-Foi uma experiência incrível, durou apenas 2h, mas eu aprendi tanto! Mal posso esperar para o dia que serei um daqueles engenheiros.
-Uau, isso é demais, Malia! É muito legal que seu professor tenha feito uma carta de recomendação para que você fizesse o estágio em uma construtora tão renomada como a Newair. Isso vai te dar muito destaque quando se formar.
-Não é? – respondi empolgada. - E você, como foi a residência no hospital hoje, algum caso interessante?
-É meio doentio da sua parte esperar todo dia que eu lhe conte sobre algum caso perturbador na emergência, sabe disso, não é? Essas pessoas estão doentes, sofrendo! – ele disse com uma sobrancelha erguida em falso ceticismo. Franzi os olhos para ele.
-Você enrolou! Teve algo interessante, não teve? – ele revirou os olhos em derrota e eu ri. – Conta logo! – ele aproximou mais seu tronco sobre a mesa tentando ficar mais perto de mim e fiz o mesmo, para que ele pudesse me contar a história aos sussurros. Era realmente nojento, é melhor mesmo que ninguém possa nos ouvir enquanto come. – Isso é tão nojento! – disse rindo.
-Você é triste. – ele ria da minha reação quando nossos pratos chegaram. Conversamos pouco durante o jantar.
-Hey, você conheceu o namorado da sua mãe ontem, não foi? E aí, como ele é? – ele revirou os olhos e se encostou na cadeira.
-Incrível... – ele disse sem ânimo e com um pouco de sarcasmo.
-Não seja chato, se você pode transar, porque a sua mãe, não? – ele fechou os olhos e respirou fundo. Caí na risada com seu pequeno chilique.
-Você não disse isso e essa conversa não está acontecendo! – ele parecia tentar se acalmar a todo custo enquanto eu ria.
-Me conta! Como ele é? – insisti quando ele reabriu os olhos.
-Preciso de algo doce se vamos mesmo falar disso. – ele chamou o garçom novamente e pedimos nossas sobremesas.
-Se você tivesse conhecido a namorada do seu pai, aposto que não teria esse drama todo. Sexismo!
-Nunca saberemos porque ele está morto. Além do mais, não disse que ela não pode namorar ou... – ele respirou fundo e segurei meu riso. – Ou transar, tá bem? Só que não quero pensar sobre isso, ela é minha mãe! Toda vez que sugerimos isso aqui, a imagem disso acontecendo veio a minha mente e é de embrulhar o estômago.
-Quanto drama. Isso não diminui ela como pessoa.
-Vamos parar de falar sobre minha mãe transando e focar no novo namorado dela, tudo bem para você? – ele já estava vermelho de tensão com o assunto, então concordei. – E tira esse sorrisinho idiota do rosto! – tentei ficar séria e ele falou sobre o Max e do jantar constrangedor que eles três tiveram ontem.
-Então ele é um escocês legal? – ele confirmou com a cabeça. – Acho que devíamos sair para jantar um dia desses, encontro de casais, sabe? Eu também quero conhece-lo. – Ele concordou e disse que falaria com eles. Não pude conter uma última piada. – E depois do jantar, podemos todos ir para o mesmo motel, transaremos em quartos diferentes, claro, mas...
-Mas que inferno, para com essa merda! – comecei a rir de novo quando ele ficou vermelho de raiva. – Vamos mudar de assunto e falar sobre o verdadeiro motivo desse jantar, antes que você o estrague. – controlei minha crise e limpei o excesso lágrimas no canto dos meus olhos.
-Não pude resistir, sinto muito.
-Tá, enfim. – ele passou a mão no cabelo, enquanto parecia procurar as palavras certas para começar. – Então, já namoramos a dois anos e, na maioria dos dias, nos damos muito bem. – sorrimos um para o outro pensando em como deixamos todos ao nosso redor irritados nos dias em que não nos damos tão bem. – Mas agora começamos a trabalhar, somado as aulas da faculdade e todas nossas atividades extras, temos nos visto muito pouco nos últimos dias e eu sinto muito sua falta nos dias em que não podemos nos ver. Então comecei a pensar em soluções para isso. – o encarava sem entender onde ele queria chegar. Ele sorriu, colocou uma mão dentro do paletó e tirou de lá trazendo uma pequena caixinha preta de veludo. Arregalei os olhos para a caixa e o encarei assustada.
-O que...
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Sejam bem vindas de volta!
Meu Deus, eu tô tão feliz em voltar a postar, morri de saudades de ler os comentários e as reações de vocês!
Como vocês estão? Como vai a vida? Quem está sobrevivendo ao tiroteio que são as fotos do Harry em Dunkirk?
Também estou lutando com todas minhas forças para viver até o lançamento desse filme. Ver o Harry atuando vai ser tipo goals!
O que vocês acham que tem nessa caixinha, hein?
Espero que tenham gostado do capítulo.
Beijos e All Yhe Love,
M.
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MASTERFUL
FanfictionMasterful --Dominador; poderoso, imperioso, autoritário. Aquele que exerce poder, se impõe e manda com autoridade. Os traços opostos das personalidades de Malia e Harry se tornam cada vez mais notáveis, Malia está construindo seu caminho para se to...