Capítulo 2

485 42 3
                                    

Finalmente cheguei em casa, não sei se é um alívio ou uma aflição, segui direto para cozinha para preparar o almoço, estava com fome, tenho que parar de ficar muito tempo sem se alimentar. Bufei ao ver a cozinha toda bagunçada, fiz um coque mal feito e me concentrei na comida, não queria deixar queimar igual da outra vez.

Chloe ficou tentando me alegrar o resto da manhã, Styles e seu amiguinho ficaram fazendo piadinhas, queria poder contar e compartilhar algumas coisas com ela. Meus pensamentos estavam borbulhando, preparei uma coisa simples, organizei todas as coisas, lavei louça, limpei o fogão, arrumei a mesa posta do café que ainda se encontrava ali, passei pano, fiz um prato para mim e subi para meu quarto.
Fui tomar um banho relaxante, enquanto a água escorria torcia para que todo sofrimento fosse junto.

Pude escutar o tilintar das chaves na porta da frente.
"Amélia, cheguei." Gritou o ser lá embaixo, denominado a ser meu 'pai'. Não percebi que chegou, murmurei revirando os olhos. "Amélia?" Gritou mais uma vez.
"Oi pai, já estou descendo" coloquei uma roupa confortável e acabei descendo com o prato para comer lá.
"Por que só agora está tomando banho? Chegou que horas?" Perguntou se sentando após ter lavado as mãos.
"Cheguei no mesmo horário" respondi de costas para ele colocando meu prato para esquentar no microondas. "Estava arrumando a bagunça que você deixou".
"Esta reclamando menina insolente?" Perguntou, ou melhor gritou num tom raivoso.
"Não" neguei num tom totalmente mais baixo.
"É a sua obrigação cuidar da casa, eu já te sustento, fez a merda da comida?" Gritava e esmurrava a mesa em cada palavra dita, o que me fazia encolher com cada barulho.
"Sim." Respondi quase inaudível, colocando a sua comida num prato, me sentei a sua frente e enfiava a comida na boca para sair logo dali.

O silêncio era torturante, não sabia qual seria o surto dele desta vez, ele me observava a cada garfada me fazendo ficar mais assustada.

Me levantei e fui em direção a escada, pretendia ir para o meu quarto. Só pretendia.
"Vai a onde? Pode ir lavar a louça e arrumar essa mesa" disse o responsável por mim se levantando.
"Arrumo depois" respondi baixo, acho que estou perdendo o juízo, mais só estou cansada, desde que cheguei não parei um minuto se quer.
"AGORA. Enquanto você fica aí, eu vou trabalhar o mínimo que tem que fazer é arrumar essa merda desta casa, será que nem isso você consegue fazer?" Disse já apertando o meu braço e apontando o dedo em meu rosto. Meus olhos já estavam marejados, murmurei um 'desculpa' e voltei para cozinha para novamente organizar uma bagunça que não foi feita por mim.

Após escutar o estrondo da porta da frente se fechando, todo o ar que estava em meu pulmão foi solto num longo suspiro acompanhado com lágrimas.

Cruel FateOnde histórias criam vida. Descubra agora