Capítulo 36

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Ele é meu. Ele é meu. Ele é meu.
Eu não conseguia me mexer, estava completamente congelada em meu lugar. Vamos recapitular, o Harry vive fazendo chacota dela com a Rafaela, eles vivem tirando sarro dela, ele tem medo de ficar a sós com ela, ele nunca demonstrou carinho por ela e ela gosta dele? Como assim?

Os opostos se atraem, ok, mas como isso é possivel? Ele nem sequer olha para ela direito.

"Amélia?" Louis colocou sua mão cuidadosamente em meu braço tentando me tirar do transe. A Cris já tinha saído da cozinha com a mãe do Harry.

Pisquei algumas vezes forçando meu olhar para o Harry, Louis, Niall e Chloe que estavam na minha frente.

"Eu vou indo, se não vou me atrasar." Sussurrei apontando para parede, nunca imaginei que ela poderia gostar dele.

"Eu vou com você." Louis disse já se preparando para deixar a cozinha para pegar a sua bolsa que estava no quarto do Harry.

"Lou já falei, eu levo ela." Harry disse encarando seu amigo, observei eles trocando alguns olhares e o Louis sussurrando alguma coisa que não consegui escutar.

"Mas e a Cris?" Minha amiga perguntou por mim, e a Cris? Ela parece estar preocupada com o trabalho, agora as coisas fazem sentido, só não entendo ela ter raiva de mim.

"Minha mãe acompanhou ela até a porta, mandou ela se acalmar." Harry disse passando por eles comigo atrás, estava tão atônita que nem vi nada disso, nem reagi aos tapas.

"Qualquer coisa me liga, também estamos indo." Chloe disse me abraçando fortemente quando passei por ela.

"Já vai querida?" Anne perguntou com a porta aberta fitando a rua, acho que ela estava acompanhando a Cris com o olhar.

"Sim, desculpa mais uma vez o transtorno." Murmurei sem graça, está virando rotina causar problemas na casa dela.

"Você não tem culpa." Disse me abraçando.

"Vou ir levar ela no serviço." Harry disse pegando a chave do carro recebendo um sorrisinho de sua mãe.

Caminhei calmamente até o carro e entrei antes dele, estava completamente entregue aos meus pensamentos. Ela me agrediu por ciúmes, ciúmes do Harry. Será que ela sabe que ele tem algo com a Rafaela e não comigo, todos da escola sabe, não é possível ela não saber.

"Os insultos estão demorando hoje." Harry disse atento às ruas.

"Já percebeu que isso acontece quando você abre a boca." Ataquei olhando a janela tentando organizar meus pensamentos. Encarei quando ele não retrucou e revirei os olhos.

"Desculpa."

"Eu nunca vou me acostumar com esses surtos de personalidade." Falou com um sorrisinho ao qual retribui.

"Você vai me explicar o que foi aquilo ou não?"

"Por incrível que pareça ela nutri um sentimento por mim desde o ano passado." Ele disse centrado nas ruas, em momento algum me encarava.

"E como você sabe? Ela já tinha te falado?" Perguntei contendo a gargalhada com a careta que ele fez.

"Sim ela me disse e já tentou me beijar." Disse e agora sim foi inevitável gargalhar, meus olhos encheram de lágrimas devido o riso e minha mão pousou na barriga para conter a risada escandalosa.

"É sério tá." Harry disse tentando parecer bravo mas a covinha estava estampada em seu rosto.

Percebi que tinha sua atenção toda para mim e que ele já tinha parado o carro em frente à loja. Olhei no celular, faltava sete minutos para as três.

Cruel FateOnde histórias criam vida. Descubra agora