Capítulo 12

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A água escorria sobre o meu corpo, acho que este é o meu momento de paz ou reflexão, mentir em si não é uma tarefa difícil, difícil é não ser descoberta e até que isso não aconteça a sua consciência ou o próprio medo vai lhe castigando, pelo menos neste exato momento não é nem consciência nem arrependimento que está me levando a loucura, é o medo. O medo de ser descoberta por ele.

As palavras dele se repetiam e ecoavam em minha mente -Você parece assustada, está me escondendo algo?- essas perguntas da a entender "eu sei o que você fez, não vai confessar?", dá a entender tudo quando se está devendo, ele sabe que tenho medo do que ele possa fazer, por isso fica fazendo joguinhos, os quais estão me esgotando.

Neguei até o último, para ele nada estava acontecendo, era isso o que eu tentava transparecer e colocar em minha cabeça, o que resultou um silêncio no carro até chegar em casa e receber um belo aperto no pescoço me deixando totalmente sem ar, sendo justificado seu ato com -Isso é para você ficar esperta.

Ele é mais que bruto, ele é um covarde, nunca foi o melhor pai, aquele que você possa contar inúmeras histórias de infâncias vivenciadas e aprendidas, aqueles famosos momentos paternos em que as pessoas tanto se orgulham em contar ou relembrar. Isso não mudou minha vida, nunca me fizeram falta, cresci e aproveitei muito bem a minha infância, ele sempre estava ali pelo menos, mesmo que distante ou reservado, me dizia e me aconselhava, me chamava atenção e me dava alguns sorrisos com o olhos azuis brilhante, agora o máximo que ele me consegue fazer é me encarar com desprezo, me chatear ou me insultar, seja verbalmente ou moral.

Me vesti rapidamente e me deitei, tudo na cozinha estava em seu devido lugar, é o que parece importar para ele, se a casa está limpa, se as coisas estão arrumadas e organizadas, mas se eu estou bem não importa, se sinto falta dele ou da mamãe não importa, nada importa, só está merda de casa em ordem para receber o vento ou mais um dia para ser bagunçada e arrumada, bagunçada e arrumada.

Assim que encostei minha cabeça no travesseiro, o sono e o cansaço tomaram o lugar de meus pensamentos em segundos, me levando a um sono profundo e calmo, refletindo totalmente ao contrario de meu dia que fora mais que turbulento.
***

Acordei com o som de meu despertador, o que não era novidade, pelo menos nada de pesadelos hoje. Me alonguei levando os braços ao alto de minha cabeça e soltei um breve suspiro me levantando.

O dia aparenta estar sem sol, nublado, já que nem um flash de luz invadia o meu quarto através das cortinas claras que tampavam a minha janela. Não sou muito fã de calor. O tempo está perfeito para mim, parece que vai cair o mundo a qualquer momento, mas não vai chover, o tempo só está ventando e estranho, nada mais.

Desci as escadas de minha casa já pronta para mais um dia de aula, o fim de semana está chegando, sabe o que isso significa para mim? Dois dias trancadas em casa sem fazer nada interessante ou sendo insultada, e ainda dizem que os finais de semanas são legais, pelo menos eram legais.

Me aprontei e sai, tranquei a porta e simplesmente sai pelas ruas não tão desertas, o movimento mínimo das pessoas saindo para trabalhar, todas apresadas ou correndo contra o tempo, preocupadas em cumprir deveres ou horário sobre aquele céu cinzento e dia escuro. Qual é a minha preocupação? Pelo o que estou correndo? Qual é a minha ambição?

Forcei minha visão para o portão da escola, é não estou ficando louca, Niall e Chloe estão se beijando e tem um idiota batendo palmas e gritando feito um louco ao lado, esse idiota só poderia ser o Louis, claro que é ele.

Cruel FateOnde histórias criam vida. Descubra agora