Capítulo 23

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"Vou me sentar aqui tá?" Disse apontando para uma cadeira vaga. Você pode se sentar na onde você quiser, pensei. Minha amiga me encarava com um sorriso débil do rosto que já estava me assustando.

"Desculpa, é que faz muito tempo que não te vejo." Disse parando de o encarar, da ultima vez que me lembro de ter o visto eu tinha apenas sete anos, e ele tinha dezenove. Ele foi a minha primeira paixãozinha, era o meu tio preferido, até ele se mudar, se não me engano para Califórnia, para estudar, desde então nunca mais o vi, se passaram dez anos e parece que para ele o tempo congelou, ou apenas se passaram meses, ele está maravilhoso. Com o mesmo olhar de que me lembro. Minha mãe costumava dizer que ele é a cópia ambulante de meu pai mais novo.

"Digo o mesmo, como você cresceu, está linda." Disse sorrindo para mim, para vinte e nove anos ele está bem, muito bem para falar a verdade.

"É, então, Chloe esse é o meu tio Alison, irmão do meu pai. Essa é minha melhor amiga Chloe." Respondi meio embaraçada, minha amiga sorriu e deu um aperto em sua mão.

"Prazer Chloe." Disse com uma voz grossa.

"Como que estão as coisas Amélia?" Perguntou após receber o seu pedido, trago por uma mulher ruiva que deixou-lhe um papel dobrado. Revirei os olhos em negação.

"Mais ou menos, estou levando. Mas e você, como está? Você parece que não fica velho." Disse e na mesma hora ele me fitou, deu um gole lentamente em seu café, limpou os lábios com a língua e por fim disse.

"Tenho os meus truques." Respondeu sem desviar o olhar do meu. No mesmo momento lembrei de minha mãe dizendo que meu pai era um grande garanhão, está no sangue.

"O que faz aqui?" Perguntei mudando de assunto e encarando a minha amiga que não desgrudava os olhos dele.

"Vim passar alguns dias aqui. Vou passar lá na sua casa depois, para ver seu pai e sua mãe." Disse sorrindo, mas seu sorriso bem alinhado sumiu com as nossas reações.

"O que foi?" Perguntou levando o copo mais uma vez a boca.

"A mãe dela morreu." Chloe disse por mim. Na mesma hora ele ficou mais sério ainda, o que me fez perceber uma marca em seu maxilar, como se estivesse tencionando.

"Eu não fiquei sabendo." Isso me admira e ao mesmo tempo não, meu pai não tem muito contato com sua família, mas Alison e minha mãe sempre foram bem ligados. Suspirei e dei de ombros.

"Não quero falar sobre isso." Disse deixando meu copo vazio na mesa. Ele concordou e rapidamente voltou o sorriso.

"E a escola? Já sabem que faculdade querem fazer?" Perguntou normalmente, ele é bom em mudar de assunto.

"Mais ou menos, estou indecisa." Disse dando de ombros.

"Eu também, queria ser advogada, mais não tenho tanta certeza ainda." Disse minha amiga empolgada.

"É uma ótima profissão, você pode olhar as matérias da faculdade, vê se você se identifica com elas." Minha amiga concordou dizendo alguma coisa, cuja qual não prestei atenção. Só observei o Harry entrando de braços dados com a Rafaela.

"Vocês deveriam estar na escola, suponho." Meu tio disse guardando o papel da ruiva no bolso. Minha amiga contou que faltamos para irmos acertar coisas do meu futuro emprego. Harry cruzou seu olhar com os meus, logo a sua namoradinha o puxou e me encarou com uma cara nada agradável.

"Você vai começar a trabalhar, que máximo." Disse deixando as notas sobre a mesa.

"É, acho que quando eu fizer meus dezoito anos vou sumir." Disse com uma frieza indesejável, enquanto tirava algumas notas da minha bolsa.

Cruel FateOnde histórias criam vida. Descubra agora