Carta ao Leitor

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Bem, se você está lendo essa carta, tenho receio do que pode acontecer com você.

Eu estava no carro, pronto para passar as férias em família em uma casa que minha família comprou longe da cidade grande, deve ser porque lá é tranquilo, minha família é composta por cinco pessoas, pai, mãe, duas irmãs e eu.

Ao chegar na casa que meus pais tinham comprado, fiquei admirado, ela era grande deveria ter tantos cômodos que você poderia se perder lá, olhei em volta vi uma enorme floresta, mas ela tinha um aspecto ruim então entrei na casa pra ver como era lá, "Grande" é a palavra que definia aquela casa, tinha duas escadas enormes que levavam até o segundo andar da casa.

Já de noite, eu e minhas duas irmãs dormimos juntos por termos um certo receio da casa.

Senti necessidade de ir ao banheiro, andei vagarosamente procurando um banheiro quando avistei uma luz vindo de uma porta entreaberta, chegando lá, vi uma de minhas irmãs olhando fixadamente para o espelho com um sorriso extremamente bizarro, no cabelo vermelho dela tinha duas fitas pretas separando-os um para cada lado, estava com um vestido que aparentava ser de noiva mas estava sujo e rasgado, reparei que na mão esquerda havia um buquê de flores, toquei levemente o ombro esquerdo dela para leva-la ao quarto pois sabia que ela tinha um se transtorno de comportamento.

Mas quando à toquei ela me olhou de uma forma como se eu tivesse propagado todo o ódio do coração dela somente em um toque, me segurou com a mão direita chegou perto do meu ouvido e sussurrou.

" -Vamos todos morrer aqui! "

Entrei em pânico ao ouvir aquilo, ela percebeu me pegou pelos cabelos e me arrastou até a escada, gritei o mais alto que pude, meus pais e minha outra irmã correram para ver o que estava acontecendo.

Ela parou antes dos meus pais chegarem e me perguntou o que estava havendo, não conseguia responder, apenas corri e deitei-me na cama como se nada houvesse acontecido.

Escutei meus pais interrogando-a mas foram sem sucesso pois ela não lembrava de nada, nem da roupa que ela estava vestida, na manhã seguinte eu e minhas irmãs fomos explorar a casa, encontramos um porão, entramos lá, procurei o interruptor e liguei-o e vimos vários espelhos pendurados, olhamos fixadamente para um deles então vimos uma coisa negra que não dava para descrever, seus olhos destacavam se como faróis, logo em seguida vimos bocas com dentes afiados, entramos em desespero e corremos para a porta, ao chegar perto da porta ela se fechou e trancou-se nos jogando escada a baixo, a lâmpada estourou, segurei a mão das minhas irmãs, estávamos desesperados, um silêncio ficou, mas foi quebrado pelo grito de uma das minhas irmãs antes de ser arrastada para longe, começos a gritar desesperadamente até que a porta se abriu, corremos em direção a ela, já saindo olhei para o fim da escada, e vi uma mulher com cabelos e olhos negros como a noite, metade de sua boca não existia mais, suas mãos eram deformadas, ela usava um vestido longo, e haviam mais "coisas" atrás dela.

Eu e minha irmã fomos interrogados durante horas pela minha mãe e pai, poucas palavras saiam da nossa boca, estávamos apavorados, comunicamos a polícia mas não deu em nada então meu pai passou dias no porão, procurando a nossa irmã, quando ele saiu do porão após alguns dias ele estava diferente, olhava diferente, falava diferente, comecei a bisbilhotar ele a noite, e sempre via ele sussurrando em frente ao espelho.
Já havia se passado uma semana e nossa irmã ainda estava desaparecida, todos nós estávamos abatidos, eu e minha irmã que ainda restou fomos andar pela floresta na esperança de encontrar algo da nossa irmã, encontramos um suposto cemitério, haviam várias fotos, em uma delas, reconheci a mulher que eu avistei antes de sair do porão o nome dela era Carrie, escutei um assobio vindo do alto de uma árvore e vi a nossa irmã que teria sumido, ela estava com um vestido simples branco bordado, ela nos lançou um olhar tenebroso e disse.

" - Melhor correrem ou acabaram assim. "

E pulou do alto da árvore, já no chão seu vestido branco estava sujo de vermelho, ficamos paralisados de medo, avistei um ser nos olhando atrás de uma árvore, ele era negro, haviam chifres em sua cabeça, ele sussurrava, vi uma cauda espessa, ele tinha garras, seu rosto parecia estar sujo de sangue de tão vermelho que era, a única coisa que era branca eram os olhos daquela criatura.

Agarrei minha irmã pelo braço, e corremos o mais rápido que conseguíamos, chegamos na casa apavorados gritamos pelos nossos pais, mas foi sem sucesso, tentamos ligar para a polícia mas a única coisa que escutávamos ao colocar o telefone na orelha era.

" - Xi, vá dormir. "

Nos trancamos dentro da casa, entramos para o quarto e ficamos trancados lá, após dois dias sentimos um forte cheiro de carne podre, escutamos a voz do nosso pai abrimos a porta e corremos rapidamente em direção a ele, mas chegando na escada ficamos totalmente paralisados, vimos nosso pai totalmente sujo de sangue principalmente a boca, vimos que em sua mão esquerda estava um coração mordido, e na outra havia uma faca suja de sangue.

Ele subiu as escadas vagarosamente, como tinha duas escadas corremos para a outra escada e descemos rapidamente, ele ficava parado nos olhando, quando abrirmos a porta vimos nossa mãe com um vestido rasgado, ela estava crucificada em formato de anticristo, em uma de suas mãos haviam um buque de rosas.

Quando nos demos conta o nosso pai já estava atrás de nos pronto para nos matar, corremos para a floresta e entramos em um arbusto, olhei para o lado, vi uma criança me fazendo sinal de silêncio, perguntei pra ela porque ela estava lá, ela apenas nos olhou com pena e soltou um sorriso irônico.

Saímos da moita e nosso pai nos golpeou com o cabo da faca nos desmaiando, acordei, estava amarrado longe da minha irmã, ao redor dela haviam cinco velas negras e havia um pentágono, ela estava nua, meu pai tirou a roupa dele e teve relação sexual com ela, os gritos dela eram frenéticos de dor, quando ele a largou a vida já não havia mais naquele corpo, depois cortou os pulsos dela e tomou a maior parte do sangue dela, ele pegou a faca e veio em minha direção, antes que ele pudesse fazer algo um policial apareceu e atirou nele.

Esse policial era alto, negro e sempre havia um sorriso no rosto dele, perguntou a mim se eu estava bem, assenti com a cabeça que sim, então ele soltou e me convenceu a entrar no carro para me levar a cidade, na estrada perguntei como ele sabia o que estava acontecendo comigo sendo que os telefones estavam mudos, ele me olhou pelo retrovisor com um olhar macabro e disse que meu pai havia pedido, entrei em pânico, tentei sair do carro, mas as portas estavam trancadas e os vidros fechados, a risada daquele homem só aumentava mais a tensão e o medo que havia dentro de mim...

Nunca cheguei a cidade, nunca acharam meu corpo, só te peço cuidado com o lugar que você mora, isso que aconteceu comigo foi a tempos atrás e a civilização chegou até naquela casa, talvez a casa que te abriga hoje poderá lhe matar essa noite.

Rabiscos RuinsOnde histórias criam vida. Descubra agora