Bem, todas historias precisam de começo, meio e fim. Mas na realidade, longe dos contos infantis, há historias cujo ninguém sabe o final, seja por medo ou outra coisa, mas não sabem. Essa historia que contarei aqui talvez não fará sentido, não sei se estava alucinado ou não, ao mesmo tempo que era surreal era tão lucido...
Desde pequeno sempre fui fascinado em historias de assombrações e coisas afins, um dia fui para o sítio do meu avô, quase toda a família estava lá para comemorar o casamento de um primo, festejamos o dia todo e uma parte da noite... Quando a maioria das pessoas estavam dormindo, meu avô e alguns parentes, incluindo eu, fizemos uma fogueira para conversar como de costume, e com menos de uma hora historias de assombrações começaram a fluir, falaram de lobisomens, elfos, fadas, espíritos e até mesmo de demônios... Agora que a historia começa.
Meu avô contou uma historia sobre os antigos vizinhos do sítio em que moravam que já haviam se mudado e morrido. Começou falando que sempre que entrava nas terras, se sentia observado, ouvia passos próximos a ele, e que toda vez vez que passava perto da antiga casa deles que havia sido abandonada ele via coisas como mãos e pedras empilhadas na janela daquela casa, e antes que ele pudesse falar mais, minha avó chegou e interrompeu falando que ele só queria assustar mas em múrmuros confessou que a antiga dona disse que depois que morresse voltaria para lá.
Já disse que minha curiosidade não tem limites né? Pois é, eu e dois primos esperamos todos dormirem e decidimos ir ate aquela casa, fomos e morremos, fim... Brincadeira, se tivéssemos simplesmente morrido naquela noite seria melhor, até porque há coisas piores que a morte e provavelmente você sabe disso...
Pegamos algumas lanternas, velas e fósforos, e saímos pela porta dos fundos para que ninguém notasse. Caminhamos durante alguns minutos até que avistamos a cerca que demarcava o território do sito do meu avô e das terras que iriamos "explorar", depois que adentramos o terreno daquele morador que já havia falecido, não sentimos nada, até brincando entre nós, ficamos alguns minutos caminhando... Na verdade vários minutos... Não, horas na verdade, pensamos ter nos perdido já que estávamos tão ocupados tentando assustar um ao outro que podíamos ter nos perdido lá... Bem que poderia ter acontecido isso mesmo, mas não tivemos essa sorte... Vimos uma casa ao longe, identificamos ser a casa abandonada que tanto procurávamos, já que ela parecia estar abandonada, jogada aos ratos, até um cego saberia diferenciar.
Assim que vimos fomos diretamente, mas ficamos paralisados quando ouvimos alguns rosnados à nossa volta, quando percebemos, estávamos rodeados de alguns cachorros selvagens, coisa que era incomum, pois nosso avô não havia dito nada sobre algum animal morto ou algo do tipo que geralmente cães selvagens fazem, nem pensamos, só corremos para dentro da casa abandonada, entramos e fechamos a porta.
Ficamos esperando algum tempo parados, bem quietos para tentar despistar, mas eles não saiam , ficavam ali, rondando a casa, já que não podíamos voltar e estávamos ali, começamos a explorar, então adentramos nas entranhas da casa... Realmente ela estava abandonada, havia muitas folhas dentro da casa, muita terra e teias de aranha espalhadas por toda a casa, andamos aos poucos e achamos algumas moedas antigas ou estrangeiras, não sei ao certo dizer, cada um pegou uma para si por achar bonita e continuamos explorando a tal casa abandonada. subimos para o segundo andar mas ao subir,senti algo estranho e percebi que meus primos também sentiram, era um desconforto por sentir-se observado.
Já no segundo andar da casa reparamos que não havia mais poeira e folhas espalhadas, estava limpo,como se alguém estivesse morando lá,mas isso não nos impediu de continuar andando pela casa, já que eramos três e talvez, só talvez, teria uma pessoa naquela casa. Nos separamos, cada um dos meus primos entrou num quarto diferente e eu fui para o banheiro, quando entrei no banheiro, tive a sensação de estar sendo observado, fiquei constrangido, não me lembro o motivo para explicar tal sentimento naquela hora, então parei em frente ao espelho que por incrível que pareça, não estava danificado, reparei que no canto dele estava escrito "Esta se divertindo?" e antes que eu pudesse entender algo, o espelho quebrou, se partiu em vários pedaços e quando olhei para o espelho no chão... Vi algo que tenho arrepios só de lembrar... Ele era negro, cheio de pelos, sua face transbordava um liquido vermelho, tinha garras, pés e calda alongadas... Ao descrever ele, senti como se ele estivesse aqui, comigo, me vigiando... Bem, provavelmente ele esta, com um sorriso muito irônico mostrando as presas pontiagudas e tortas mas ao mesmo tempo lançando um olhar de fúria como se eu tivesse desapontado ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Rabiscos Ruins
HorrorContos paralelos de um mundo caótico e frenético que é ligado sempre que a luz do sol se apaga. Coisas ruins acontecem com pessoas sempre, independente se ela for boa ou não. Contos de terror/suspense independentes. Cada história é independente.