Alguma Casa de Alguma Rua

21 1 3
                                    

Estava no meu quarto, com respiração ofegante e olhos esbugalhados de medo olhando para a porta trancada que do outro lado alguém a pressionava para entrar, quando virei-me para a janela vi um machado vindo em minha direção, e isso me fez pensar no início de tudo aquilo...

~ 3 meses atrás

Fui expulso do sétimo colégio somente esse ano, meus pais já furiosos, me levaram há um psicólogo para descobrir meu problema, mas não houve nenhum resultado, chegando em casa, escutei um sermão vindo das bocas dos meus pais, após terminarem de proferir aquelas palavras agressivas me comunicaram que nós iríamos nos mudar para outra cidade já que na cidade não havia mais nenhum colégio que eu pudesse entrar.

Após regularizar os documentos para que pudéssemos nos mudar, chegamos a nova cidade, fiquei maravilhado pois ela era linda e desenvolvida, diferente daquela que vivia, a casa que meus pais alugaram era uma das mais lindas do bairro, ela era vermelha tinha dois andares, várias janelas, principalmente no segundo andar, uma pequena varanda existia na frente daquela porta e havia muitos canteiros de flores espalhadas na frente da casa, as flores eram de diferentes cores e isso fazia com que a casa parecesse mais linda ainda, o cheiro das flores, atraia vários pássaros e insetos e ainda te deixava maravilhado com o cheiro bom que elas emitiam formando uma fragrância perfeita.

Quando entrei, fiquei mais maravilhado ainda, por dentro cada cômodo tinha uma cor intensa, subi a escada para ver o segundo andar, não foi diferente, o corredor era tingido pela cor azul bebê, e havia uma janela enorme com que fazia dispensar lâmpadas, no corredor havia cinco portas e a entrada para o sótão, as portas eram brancas e havia um detalhe na maçaneta de cada porta, entrei em cada uma das portas, em quatro delas, haviam quartos, diferentes do resto da casa eles não eram totalmente tingidos, apenas tinham alguns desenhos e símbolos que possuía um contraste enorme, escolhi o quarto que havia uma janela tão grande quanto a janela que residia no corredor, abri a janela, e aquele cheiro de flores invadiu o meu quarto.

Ajudei meus pais com a mudança, após terminar, fui direto ao cômodo que seria meu quarto, e comecei arruma-lo, já de madrugada, após ter terminado de arrumar o meu quarto, dirigi-me ao banheiro a luz da lua passava pela janela do corredor e iluminava todo o segundo andar fazendo com que eu dispensasse o uso do interruptor, quando ia fechando a porta do banheiro, vejo pela greta um homem vestindo roupas negras e com a máscara de uma ovelha, em uma de suas mãos havia um machado, que estava manchado de vermelho e estava perto da porta do meu quarto, não liguei pois estava cansado e com sono, então isso era só uma ilusão, voltei ao quarto e deite-me com a janela aberta, aquela brisa de flores me acalmava.

Acordei animado, fui direto a cozinha, peguei uma maçã na geladeira, despedi dos meus pais, e fui saindo com uma mochila para procurar um colégio que eu pudesse entrar, há poucas quadras, vi um colégio enorme, entrei lá, conversei com a diretoria e consegui me matricular lá, e já comecei a frequentar as aulas de imediato, todos na sala me receberam de forma bem calorosa, quando terminou as aulas e voltei para casa, meus pais me afogaram em perguntas, sobre eu ter ido procurar um colégio e a forma que me comportava pois eu era extremamente antisocial e rude e apenas respondi que estava feliz por ter mudado, meus pais ainda receosos concordaram e cessaram o interrogatório.

Mas, minha alegria não durou nem um mês, voltei a ser grosseiro e a não me importar com os estudos, a maior parte do meu dia era passada no meu quarto ou andando na rua, já a noite, voltando para casa após cabular mais um dia de aula encontrei uma moça ruiva com os olhos tão azuis quanto a própria água e era portadora de um cheiro agradável, trocamos olhares até ela passar por mim e sussurrar.

-Saia de lá enquanto você vive.
-O que?

Ela, continuando andando soltou um sorriso em minha direção e saldou-me enquanto saia... Cheguei em casa exausto, fui direto a meu quarto e deitei-me, sonhei, me vi na frente dessa casa mas ela estava diferente, era emitido um cheiro de podridão dela, ela não era pintada, as janelas estavam quebradas ou extremamente sujas, haviam muitas flores secas espalhadas, olhei para a janela do meu quarto, vi aquele homem de preto com máscara de ovelha, corri para dentro da casa, ao entrar o odor ruim estava mais intenso, quase insuportável, tapei o nariz para tentar não inalar aquele odor, subi as escadas que rangia a cada passo dado, quando cheguei ao segundo andar, fui até meu quarto e deparei-me com ele, me olhando com o machado sob as pernas sentado em uma cana velha e suja.

Rabiscos RuinsOnde histórias criam vida. Descubra agora